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domingo, 16 de março de 2025

MEDITAÇÃO PARA A QUARESMA.

SEGUNDO DOMINGO DA QUARESMA.

SE DEUS PAI ENTREGOU CRISTO À PAIXÃO.

"O que não poupou nem o seu próprio Filho, mas por nós todos o entregou" (Rm 8,32).

Cristo sofreu voluntariamente, em obediência ao Pai. E de três modos Deus Pai entregou Cristo à paixão.

1. Conforme sua eterna vontade, determinou a paixão de Cristo para a libertação do gênero humano, de acordo com o que diz Isaías: "O Senhor carregou sobre ele a iniquidade de todos nós" (Is 53,6) e "O Senhor quis consumi-lo com sofrimento" (Is 53, 10).

2. Por não livrá-lo da paixão, expondo-o a seus perseguidores. Assim, lemos no Evangelho de Mateus que o Senhor, pendente na cruz, dizia: "Deus meu, Deus meu, por que me abandonastes?" (Mt 27,46), ou seja, porque o expôs ao poder dos que o perseguem.

É ímpio e cruel entregar à paixão e morte um homem inocente, contra a vontade dele. Não foi assim, porém, que Deus Pai entregou Cristo, mas sim por lhe ter inspirado a vontade de sofrer por nós. Nisso se demonstra tanto a severidade de Deus, que não quis perdoar os pecados sem a pena, o que observa o Apostolo, quando diz: "O que não poupou nem o seu próprio Filho" (Rm 8,32), como a sua bondade, pois, dando que o homem não podia dar uma satisfação suficiente por meio de alguma pena que sofresse, deu-lhe alguém para cumprir essa satisfação. É o que assinala o Apóstolo ao dizer: "Ele o entregou por nós todos" e a Carta ao Romanos diz: "A quem, ou seja, Cristo, que Deus propôs como vítima de propiciação, em virtude de seu sangue". (Rm 3,25).

A mesma ação é julgada boa ou má, dependendo das diferentes fontes de que proceda. Assim, foi por5 amor que o Pai entregou Cristo, e o próprio Cristo se entregou; por isso, ambos são louvados. Judas, porém, o entregou por cobiça. Os judeus, por inveja. E Pilatos, por temor mundano porque temia a César. Por isso, são todos censurados.

Cristo, porém, não foi devedor da morte por necessidade, mas por caridade para com os homens, por querer a salvação dos homens, e por caridade para com Deus, por querer cumprir a sua vontade, como diz no Evangelho de São Mateus: "Não como eu quero, mas sim como tu queres" (Mt 26,39). 

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