Intercessora nas grandes provações, nas doenças e nas calúnias.
ORAÇÃO
Ó adorável e humilde Santa Marina, que abdicaste do conforto e te entregaste à humilhação pública por obediência ao projeto de Deus, rogo-te que mostres a mim o melhor caminho a seguir, para o serviço ao próximo e a glória de Nossa Senhor Jesus Cristo. Ajude-me a ser sempre humilde e benevolente, como você foi. Afasta da minha vida a arrogância e o sentimento de superioridade que nos afastam do amor de Cristo. Interceda por mim junto ao pai, para que eu alcance a graça que desejo fervorosamente fazer (faça os pedidos). Prometo que continuarei no caminho da fé e da humildade, não me esquecendo de ti e mantendo minha devoção nos tempos de bonança. Além disso, prometo levar tal devoção por toda a minha vida, permanecendo no projeto de Deus e na caridade para com os mais necessitados. Amém
HISTÓRIA
MARINA nasceu no Líbano, no século VI, Seu pai se chamava Eugênio e era um cristão fervoroso. Sua mãe faleceu quando Marina ainda era criança. Filha única, seu pai a educou na fé cristã. Os dois desenvolveram uma profunda ligação.
Certo dia, quando Marina já era jovem e podia cuidar de si, seu pai lhe falou do grande desejo que ele tinha de se tornar um monge. após encaminhá-la ao casamento, ele abriria mão de todos os seus bens e os doaria aos pobres. Tal decisão, no entanto, deixou Marina inconsolável. Perguntou porque que ele tinha a intenção de salvar a sua própria alma "e destruir a sua". Com o plano de seu pai Marina teria teria que se afastar definitivamente de seu pai que tanto amava, já que, no monastério, mulheres não podem entrar.
Vendo que seu pai estava irredutível e procurando uma maneira de permanecer perto do pai, Marina propôs ingressar também no mosteiro, porém vestida como homem. Eugênio aceitou feliz a resolução da filha. Vendeu todos os bens que possuía e doou para o pobres. Marina cortou seus cabelos, disfarçou-se de homem jovem cujo nome passou a ser "Marino". Ela prometeu ao pai guardar sua virgindade e oferece-la a Deus na vida religiosa. Assim, os dois ingressaram no mosteiro.
Eugênio e a jovem Marina passaram a viver a vida monástica. "Marino" encontrou-se e fazia progressos na virtude e na vida de oração. Os monges nunca desconfiaram que Marina fosse mulher. Porém, estranhavam sua voz, a delicadeza (que ela procurava disfarçar) e as características masculinas que ela não tinha, como barba, corpo forte, etc. Eles atribuíram essas diferenças à rigorosa e austera vida religiosa que ela praticava, com jejuns e sacrifícios constantes.
Depois de 10 anos de oração, jejum e adoração, Eugênio veio a falecer. Marina porém, decidiu continuar vivendo no mosteiro, continuando com suas práticas de oração, jejuns, sacrifícios e caridade. Todos o admiravam como "monge".
Havia uma regra no mosteiro segundo a qual uma vez por mês, quatro monges saiam para pedir esmolas e angariar fundos para a sobrevivência do mosteiro e de alguns eremitas que viviam isolados na região. Então, chegou a vez de Marina e outros três monges partirem para cumprirem esta missão.
Aí começou outra grande mudança em sua vida.
Como a viagem era longa, eles foram forçados a passar a noite em uma hospedaria. O dono da hospedaria tinha uma filha muito bonita. Um soldado romano da fronte oriental, ao ver a beleza da moça, ficou seduzido por ela e humilhou-la tirando-lhe a virgindade. Essa fato coincidiu com a passagem dos monges e de Mariana. Depois de algum tempo descobriu-se que a filha do estalajadeiro estava grávida, e o soldado a obrigou a contar a seu pai que "Marino era o culpado e o pai da criança. O pai da moça, ao saber do fato, contou ao abade do mosteiro.
Marina não se defendeu, mesmo sendo inocente. Ao contrário, preferiu calar-se, pois tinha prometido a seu pai nunca revelar que era mulher. Por isso, o abade o expulsou do mosteiro. Marina saiu e permaneceu fora dos portões, como um mendigo. Quando a filha do hospedeiro deu a luz entregou criança para ela criar. Fora do mosteiro Marina cuidou da crianças, a alimentava com leite de ovelha que dado por pastores.
Os monges vendo o sofrimento e a retidão de Marina, converseram o abade admiti-lo novamente como monge no mosteiro; ele aceitou, devolveu a criança para sua mãe. Porém, impôs a Marina os serviços mais pesados e humilhantes como forma de penitência pelo suposto "pecado" que ela cometera.
Marina tinha 40 anos de idade. Por causa dos serviços pesado, das dificuldades e dos jejuns que ela praticara, ficou muito doente, alguns dias morreu.
O abade ordenou que seu corpo fosse limpo, sua roupa trocada e que ela fosse trocada e que fosse transferido para a igreja para as orações do funeral. Ao cumprir essas tarefas, os monges descobriram que ela era na verdade uma mulher. Isso fez com que eles ficassem muito angustiados. Os monges informaram o abade, que chorou amargamente pelos erros que tinha cometido. Chamando o guardião da pousada, informou-o de que Mariana era na verdade uma mulher. Ao serem informados, a filha do dono da hospedaria e o soldado ficaram atormentados e foram ao funeral. Lá, confessaram a iniquidade na frente de todos e pediram perdão.
O corpo de Marina foi sepultado no próprio mosteiro, com hinos e salmos de louvor a Deus, agradecendo pela pureza e santidade da santa.
Foram relatados vários milagres por intercessão de Santa Marina, um deles dia que durante as orações do funeral, um dos monges, que era cego de um olho, recebeu a visão depois que tocou o corpo.
No ano 1230 seus restos mortais foram trasladados para Veneza, onde são venerados até os dias de hoje na igreja Santa Marina Formosa. Santa Marina passou a ser invocada poderosa intercessora nas grandes provações, nas doenças e nas calúnias.
SIGNIFICADO E SIMBOLISMO
A imagem de Santa Marina, Monge, é rica em simbolismos que revelam, de forma silenciosa e profunda, os aspectos mais marcantes de sua vida e santidade. Cada elemento representado — desde seus gestos até os objetos que carrega — fala de sua fidelidade a Deus, sua humildade diante das calúnias e sua entrega total ao chamado divino, mesmo quando isso exigiu sacrifício, silêncio e dor.
Santa Marina viveu disfarçada de homem para poder seguir sua vocação monástica. Foi injustamente acusada, expulsa do mosteiro e obrigada a criar uma criança como se fosse sua, sem jamais revelar sua verdadeira identidade. Só após sua morte é que os monges descobriram a verdade e reconheceram sua santidade.
A seguir, apresentamos o significado de cada símbolo presente na imagem, para que possamos contemplar com mais profundidade a beleza e o testemunho de fé desta grande santa da Igreja.
A cruz que a santa segura: representa o sofrimento aceito com amor. Santa Marina carregou sua própria cruz ao ser falsamente acusada de engravidar uma jovem. Mesmo sabendo que era inocente, ela aceitou a humilhação em silêncio, imitando Jesus em sua paixão. A cruz é símbolo de sua fidelidade, doação e união com os sofrimentos de Cristo.
O rosário pendurado na cintura: simboliza a vida de oração constante de Santa Marina. Mesmo sendo expulsa do mosteiro, ela continuou vivendo uma vida de profunda espiritualidade e comunhão com Deus. O rosário mostra sua devoção mariana e a força interior que ela mantinha através da oração.
O menino ao seu lado: representa a criança que Santa Marina foi obrigada a criar após a falsa acusação. A jovem que realmente engravidou mentiu dizendo que o monge "Marino" era o pai da criança. Santa Marina não revelou sua verdadeira identidade e aceitou cuidas do menino com paciência e amor. O menino na imagem simboliza sua caridade, sua inocência e sua obediência aos desígnios de Deus.
As vestes monásticas: representa a vida religiosa vivida por Santa Marina dentro do mosteiro, disfarçada de homem. A túnica clara indica sua pureza e santidade, enquanto o manto escuro reflete sua penitência, humildade e renúncia. Mesmo em meio à injustiça, manteve seus votos e viveu como verdadeiro monge.
A bolsa de couro (alforge): representa a pobreza evangélica e a vida de peregrinação que Santa Marina enfrentou ao ser expulsa do mosteiro. Ela viveu do lado de fora com o mínimo necessário, criando o menino, sem reclamar, com grande humildade. É simbolo de sua confiança na providência divina.
A auréola ao redor da cabeça: O halo dourado é símbolo da santidade reconhecida pela Igreja. Representa a lua da graça de Deus presente em Santa Marina, que viveu escondida dos homens, mas revelada como santa aos olhos de Deus. Mostra que, apesar da calúnia e do sofrimento, sua alma permaneceu fiel e luminosa.
Mosteiro: O cenário com construção de pedra e arco faz referência aos mosteiro onde Santa Marina viveu disfarçada. É o lugar onde foi injustamente acusada, mas também onde, após sua morte, descobriram que ela era mulher e a veneraram como santa. Representa a vida religiosa, o silêncio do claustro e o mistério da santidade escondida.
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