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SANTOS MÁRTIRES DE CÓRDOVA.


Os mártires de Córdova foram quarenta e oito mártires cristão que viviam no Emirado Muçulmano de Al-Andalus no século IX. As suas hagiografias, registrada por Eulógio de Córdova, entre 851 e 859, após Eulógio de Córdova, entre 851 e 859, após a invasão muçulmana da Península Ibérica, descrevem com detalhe como as execuções foram provocadas, da sua grande maioria, pelos mártires que de forma deliberada buscavam o seu sacríficio e consequentemente martírio, através de atos que violavam a Xaria do emirado de Córdova e eram condenados com penas capitais.

Considerando fanáticos religiosos por Recagredo, bispo de Córdova, muitos foram encorajados pelo monge Eulógio a provocar as autoridades islâmicas e se entregarem às cortes para morrer como forma de provar e reforçar a sua fé cristã.

Com poucas exceções, a maioria dos mártires eram cristãos, existindo no entanto alguns casos onde muçulmanos convertidos denunciaram Maomé, renunciando à sua fé (um ato considerado blasfémia), os outros, nascidos de casamentos entre muçulmanos e cristãos, que publicamente declarava a sua fé no cristianismo, sendo acusados de apostasia.

CONTEXTO HISTÓRICO
Em 711, um exército muçulmano vindo do norte de África conquistou o Ibéria visigótica cristã. Sob o eu líder. Tárique (Tárique ibne Ziade), desembarcaram em Gilbratar e colocaram a maior parte da Península Ibérica sob o jugo do islamismo numa campanha que durou oito anos, sendo a região rebatizada de Al-Andalus pelos novos líderes. Quando em 750, os califas omíadas, foram depostos pelos abássidas em Damasco, os sobrevivente da dinastia se mudaram para Córdova e ali fundaram o Emirado de Córdova e ali fundaram o Emirado de Córdova, tornando a cidade um centro da cultura islâmica ibérica.

Uva vez conquistada a Ibéria, a Xaria (lei islâmica) foi imposta em todo o território. Os cristãos e os judeus eram chamados de dhimmis ("povo do livro") e estavam sujeitos à jizia, um imposto papo por pessoa, que os permitia viver sob o regime islâmico. Sob a Xaria, a blasfêmia contra o Islão, seja por muçulmanos ou dhimmis, e a apostasia era motivos suficientes para a pena de morte.

Apesar de quatro basílicas cristãs e diversos mosteiros - mencionados no martirológio de Eulógio - terem permanecido abertos, os moçárabes (cristão em territorio muçulmano) foram gradualmente se convertendo à nova fé, num processo estimulado pela taxação e pela discriminação legal imposta aos cristãos (como as leis regulando os filhos de casamentos entre cristãos e muçulmanos). De forma incomum, Recafredo, bispo de Córdova, ensinava as virtudes da tolerância e da acomodação com as autoridades muçulmanas, condenando os atos de provocação e insurreição por parte de cristãos fanáticos para espanto de Eulógio, cujos textos são a única fonte para os martírios e que passou a ser venerado como santo ainda no século IX.

Com o encerramento dos mosteiros em 852, o monge Eulógo encorajou os mártires, como nos tempos das perseguições aos cristãos sob o Império Romano. Compôs tratados e um martirológio para justificar a auto-imolação dos crentes, dos quais um único manuscrito contendo sua Documentum martiyriale, os três livros de sua Memoriale sanctorum e sua Liber apologeticus martyrum, foi preservado em Oviedo, no reino das Astúrias, no extremo noroeste da Península Ibérica.

Santo Eulógo foi enterrado na Catedral de São Salvador, em Oviedo, Astúrias, para onde as suas relíquias foram transladadas em 884. Álvaro de Córdoba, também conhecido como Paulo Álvaro, acadêmico, poeta e teólogo maçarabe, posteriormente escreveu a obra "A vida de Eulógio"), uma hagiografia sobre o seu amigo e teólogo Santo Eulógio.

AS EXECUÇÕES
Os quarenta e oito cristãos (a maioria monges e freiras) foram martirizados em Córdova por ofensas religiosas contra o Islão, sendo as suas sentenças capitais a morte por decapitação, açoitoamento ou tortura. 

A Acta detalhada destes martírios foram atribuídas ao habilmente chamado "Eulógio" ("benção"), que foi um dos últimos a morrer. Embora a maior parte dos mártires de Córdova terem sido hispânicos, beto-romano ou visigotos, um nome proveio da Septimânia, outra era árabe ou berber e um último tem nacionalidade indefinida. Há também ligações com o oriente ortodoxo: um dos mártires era sírio, outro um monge árabe ou grego da Palestina e dois outros tinham nomes claramente gregos. Este elemento grego pode ser reminiscente do breve interlúdio de poder dos bizantinos na meridional Bética, que durou até eles terem sido finalmente expulsos em 554: representantes do Império Bizantino foram convidados para ajudar a resolver uma disputa dinástica no Reino Visigótico e lá ficaram como uma esperada cabeça-de-ponte para um "reconquista" bizantina imaginada pelo imperador Justiniano I.

LISTA DE MÁRTIRES
ABÚNDIO
- Um sacerdote paroquial em Ananelos, uma vila próxima a Córdova. Foi preso por ter ofendido Maomé. Ao contrário da maioria dos demais mártires, Abúndio foi traído por outros e não se ofereceu para enfrentar a corte do emie de Córdova. Foi decapitado e seu corpo foi atirado aos cães.

ADOLFO E JOÃO
Dois irmãos nascidos em Servilha, em Al-Andalus, de pai muçulmano e mãe cristá. Foram executados em Córdova.

AMADOR, PEDRO E LUÍS
Amador nasceu em Martos, perto de Córdova, onde era sacerdote. Juntamente com um monge chamado Pedro e um leito chamado Luís, irmãod de um mártir anterior (Paulo), foram executados.

ANASTÁCIO, FÉLIX E DIGNA
Anastácio era o diácono da Igreja de Santo Acisclo em Córdova que se tornou monge em tábanos, nas redondezas. Félix nasceu em Alcalá em uma família berbere, se tornou monge em Astúrias e também se juntou ao mosteiro em Tábanos, já com a esperança de alcançar o martírio. Digna era um freira de Córdova.

ARGEMIRO
Argemiro, um nobre vindo de Cabra, era o censor do emir Maomé I. Foi demitido devido à sua fé e se tornou monge. Foi acusado por outros de ter insultado o Profeta Maomé e de proclamar publicamente a divindade de Jesus. Ao ser oferecido o perdão se renunciasse ao cristianismo, Argemiro recusou e foi executado.

ÁUREA
Nascida em Córdova e filha de pais muçulmanos, se converteu secretamente ao cristianismo quando enviuvou, entretanto para um convento em Cuteclara, onde permaneceu por mais de vinte anos. Foi descoberta por parentes muçulmanos e levada a um juiz, renunciando à sua fé sob tortura, Porém, quando se arrependeu, continuou a praticar o cristianismo em segredo. Quando a família finalmente descobriu, ela foi novamente julgada, se recusou a abjurar a sua fé uma segunda fez e foi executada.

BENILDE
A execução de Anastácio inspirou esta mulher de Córcova a escolher o martírio para si no dia seguinte. Suas cinzas foram atiradas no Guadalquivir.

COLUMBA
Nascida em Córdova e freira em Táganos, foi-lhe enviada para um casa em Córdova quando os mosteiros foram fechados em 852. Contra a vontade de suas irmãs religiosas, entregou-se às cortes em busca do mártírio. Foi decapitado.

ELIAS, PAULO e ISIDORO
Elias, lusitano, foi sacerdote em Córdova e executado já idoso juntamente com os jovens monges Paulo e Isidoro, dois de seus pupilos.

EMILAS e JEREMIAS
Dois jovens, o primeiro, um diácono. Foram aprisionados e decapitados em Córdova sob emierado de Abederramão II.

EULÓGIO DE CÓRDOVA
Um proeminente sacerdote, encorajou alguns dos martírios voluntários e escreveu o "Memorial dos Santos" em honra a eles. O próprio Eulógio terminou executado, por esconder e proteger uma jovem, Santa Leocrícia, que havia se convertido ao cristianismo.

FANDILAS
Um sacerdote e abade de Peñamelaria, perto de Córdova. Foi decapitado na capital do emirado por ordem de Maomé I.

FLORA E MARIA
As duas mulheres era ambas fruto de casamentos entre cristãos e muçulmanos. Além disso, Maria era irmã de Valabonso, que havia sido executado antes. O pai de Flora que havia morrido quando ela era muito jovem, era muçulmano e, por isso, a sua fé no cristianismo era considerado um apostasia. Ambas foram denunciadas juntas num corte islâmico, mas Maria foi executada por blasfêmia e flora, por apostasia. 

JORGE, AURÉLIO & NATÁLIA, FÉLIX e LILIOSA
Mártires em Córdova sob o emirado de Abderramão II. Aurélio e Félix, com suas esposas, Natália e Liliana (também referidas como Sabagota e Liliosa respectivamente), eram ibéricos cuja ascendência, ainda que religiosamente mesclada, legalmente requeria que eles professassem o islamismo. Após terem recebido quatro dias para se retratarem, foram condenados como apóstatas por revelarem que eram cristãos em segredo.

O diácono Jorge era um monge da Palestina que foi preso juntamente com os dois casais. Mesmo tendo recebido o perdão por ser estrangeiro, escolheu renunciar o Islão para poder morrer com eles.

GUMESINDO E SERVUSDEI
Gumesindo, um sacerdote paroquia, e Servusdei, um monge, foram executados por ordem de Abderramão II.

ISAQUE
Nascido numa rica família de Córdova, Isaque era bem educado e fluente em árabe, o que o ajudou a galgar rapidamente até uma posição de excetor da república (exceptor rei publicae) no governo mouro. Ele renunciou para se tornar um monge no mosteiro de sua família em Tábanos, nas redondezas de Córdova. Durante um debate público na capital do emirado, ele denunciou Maomé e foi executado.

LAURA
Nascida em Córdova, se tornou freira em Cuteclara quando enviuvou. Condenada como apóstata, ela foi atirada num calderão de chumbo fervente.

LEOCRÍCIA
Um jovem cordobense, seus pais eram muçulmanos, mas ela foi convertida ao cristianismo por um parente. Aconselhada por Eulógio e ajudada por ele, Leocrícia fugiu de casa e se escondeu. Quando foi encontrada, foi presa. Após anos sendo preso e solto por encorajar o martírio voluntário, Eulógio foi executado por proselitimso e Leocrícia, por apostasia.

LEOVIGILDO e CRISTOVÃO
Leovigildo era um monge e pastor em Córdova e Cristóvão, um monge no Mosteiro de São Martinho de La Rojana, perto dali. Eles foram executados por ordem de Abderramão II.

NUNILO E ALÓDIA
Nunilo e Alódia eram duas irmãs nascidas em Adahuesca, em Huesca, filhas de pai muçulmano e mãe cristã. Contra as leis da época, foram criadas como cristãs. Após a morte do pai, a mãe se casou novamente com outro muçulmano, que as perseguiu brutalmente e as mandou prender. Elas foram finalmente decapitadas em Huesca no reinado de Abderramão II.

PAULO de SÃO ZOILO
Um diácono em Córdova que pertencia ao Mosteiro de São Zoilo, era muito zeloso no seu ministério aos cristãos aprisionados pelos muçulmanos. Foi decapitado. Suas relíquias foram transportadas até a Igreja de São Zoilo.

PEDRO, VALABONSO, SABINIANO, VISTREMUNDO, HABÊNCIO E JEREMIAS
Pedro era sacerdote; Valabonso, um diácono; Sabiniano e Vistremundo, monges no Mosteiro de São Zoilo em Córdova; Habêncio, um monge no Mosteiro de São Cristóvão; Jeremias, um homem muito idoso, fora o fundador do Mosteiro de Tábanos, perto de Córdova. Por denunciarem publicamente Maomé, eles foram executados por Abderramão II. Jeremias foi chicoteado até a morte e os demais, decapitados.

PEREFITO
Um sacerdote em Córdova, foi decapitado por denunciar o Islã e Maomé.

POMPOSA
Outra freira do Mosteiro de São Salvador em Peñamelaria. Ela escapou a prisão das colegas (para evitar mais martírios voluntários), ela se apresentou perante a corte e foi executada, a despeito dos protestos das demais.

RODERICO E SOLOMÃO
Roderico era um sacerdote em Cabra que foi traído por seu irmão muçulmano, que o acusou falsamente de se converter ao Islã e depois retornar ao cristianismo (ou seja, de apostasia). Na prisão, ele encontrou seu companheiro de martírio e ambos foram executados em Córdova.

ROGELO E SERVUSDEI
Um monge e seu jovem discípulo, ambos foram executados em Córdova por denunciarem publicamente o Islã numa mesquita. Eles foram os primeiros cristãos executados sob Maomé I.

SANCHO
Nascido em Albi, na Septimânia (atualmente na França), ele foi levado até Córdova como prisioneiro de guerra, educado na corte real e se alistou nas guardas do emir. Ele foi executado por empalação por se recusar a se converter ao Islã. Ele é o modelo do santo soldado.

SANDILA
Executado em Córdova por ordem do emir.

SISENANDO
Nascido em Beja, na província do Alentejo, Porugal, foi diácono da Igreja de Santo Acisclo em Córdova, onde completou os seus estudos. Ele foi decapitado sob Abderramão II.

TEODEMIRO
Um monge executado em Córdova sob Abderramão II.

VITESINDO
Um leigo cristão de Cabra que se converteu ao Islã e se arrependeu. Foi executado por apostasia.

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