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quarta-feira, 26 de novembro de 2025

CASAMENTO É SÓ A UNIÃO ENTRE UM HOMEM E UMA MULHER, DIZ CARDEAL FERNÁNDEZ.


O cardeal Víctor Manuel Fernárndez, prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, apresentou o documento Uma só carne (Una caro): Elogio à Monogamia e disse que, na concepção da Igreja Católica, "o matrimônio é uma união entre um homem e uma mulher,  exclusiva e indissolúvel".

"Esse é o conceito, se quisermos falar de casamento em relação à natureza dessa realidade, que é a união", disse o cardeal. "Ou seja: se é coabitado, não é casamento; se não é exclusivo (se é entre quatro ou cinco pessoas) não é casamento; e se não é indissolúvel (se é feito por um tempo determinado) não é casamento".

Ele disse que para falar sobre outros tipos de relacionamentos "temos que encontrar outra palavra" e não usar a palavra casamento porque, por sua "própria natureza, é isso que vale".

Fernández disse que isso não significa que "valores não existam em outros contextos". O cardeal disse que os princípios de ensino derivados desse texto podem ser  aplicados a outros tipos de relacionamentos. "Paciência, respeito e assim por diante", disse o prefeito do dicastério. "Isso também se aplica a relacionamentos entre amigos; aplica-se a outros tipos de relacionamentos". 

Segundo ele Uma só carne (Una Caro): Elogio à monogamia pode ser útil "também para celibatários". 

"Quando falamos de respeito, de aceitação, certamente isso se aplica a nós também", disse o cardeal, falando sobre os sacerdotes que professaram um voto de castidade.

"Como sacerdote, não posso esperar preencher minha solidão usando outra pessoa, isso também se aplica aqui", disse ele. "É ai que surgem os abusos: meu sentimento de vazio, de solidão, meus problemas psicológicos dever ser resolvidos de outro modo; devo buscar outros caminhos, não outra pessoa que possa satisfazer essas necessidades.

Fernández disse que o documento publicado sobre o matrimônio e a vida conjugal não pretende emitir condenações, mas oferecer critérios pastorais capazes de motivar as comunidades, especialmente na África, a valorizar a monogamia como um ideal cristão.

O cardeal disse que por trás do documento existe "um amplo processo de escuta, especialmente dos bispos africanos", que têm preocupação com as dificuldades pastorais relacionadas à poligamia.

"Eles mesmos nos disseram que não conseguiam motivar os jovens a se casarem exclusivamente e que, quando se davam conta disso, o rapaz que havia sido crismado por eles já tinham quatro ou cinco mulheres. Chegaram tarde". disse o cardeal.

Assim, alguns bispos africanos pediram ao dicastério que "preparessem material rico, não necessariamente para leitura direta por jovens, porque alguns textos são complexos, mas para que bispos e párocos pudessem promover a monogamia".

"O objetivo não era falar contra a poligamia, mas promover amonogamia", disse o cardela Fernández.

O cardeal disse que o problema não é exclusivo da África. Com um to irônico, ele falou sobre um comentário que ouviu quando era estudante em Roma, quatro décadas atrás: "Dizia-se que os ramanos tinha suas mulheres, mas que a maioria também tinha outra mulher e até mesmo um homem. Não sabia se ria ou chorava. Falavamos de poligamia na África, mas existem outros modos, menos explícitos, de violar a monogamia, que são igualmente ofensivos à  vida das mulheres".

O cardeal Fernández disse que as conferências episcopais africanas, organizadas em torno do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar, vêm refletindo sobre o assunto há algum tempo e pediram um trabalho conjunto com a Santa Sé.

"Elas propuseram estudar a questão da poligamia em diálogo com o nosso dicastério", disse o cardeal. "Já apresentaram um relatório prliminar, que nos enviaram antes da submissão oficial, e sugerimos alguns pontos para reflexão posterior".  

O prefeito do dicastério disse que a poligamia tem sinificados muito diferentes dependendo da região do continente africano: "Há uma grande diversidade cultural, desde o norte com sua relação com o islã até o sul da África".

Para o cardeal, essa diversidade exibe que "os que estudam o problema em profundidade sejam eles, que conhecem seu próprio contexto", enquanto o papel da Santa Sé é oferecer acompanhamento doutrinal e um espaço para o diálogo. 
Reportagem: Victoria Cardiel

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