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terça-feira, 15 de julho de 2025

PROCESSO DE BEATIFICAÇÃO DO PADRE LUSO RECOMEÇA EM TOCANTINS.


O processo de beatificação do Padre LUSO DE BARROS MAROS dá novo passo importante com a chegada a Porto Nacional (TO) do italiano Paolo Vilotta, postulador na causa de vários beatos e santos brasileiros e estrangeiros. Vilotta terá reuniões com o bispo de Porto Nacional, dom José Moreira da Silva, e com a Associação dos Amigos do Padre Luso, de 18 a 23 de julho. No dia 19, será celebrada uma missa, às 11 horas, na igreja São Judas Tadeu, em ação de graças pelo início dos trabalhos do servo de Deus padre Luso.

A nova etapa "representa um marco histórico e espiritual", disse o bispo. "Com a instalação oficial do processo, a diocese assume formalmente a responsabilidade de investigar a vida, as virtudes e a fama de santidade do padre Luso".

"Além do aspecto jurídico e canônico, é também um momento de grande emoção e esperança para os fiéis, que passam a vivenciar a possibilidade de ver um sacerdote da própria terra reconhecido oficialmente pela Igreja como modelo de santidade" acrescentou.

Padre Luso foi reconhecido como servo de Deus pela Santa Sé em novembro de 2022. Em dezembro do mesmo ano, o papa Francisco aceitou o pedido de renúncia do então bispo de Porto Nacional, dom Romualdo matias Kujawski, e nomeou bispo dom José Moreira, que tomou passe em janeiro de 2023. Com isso, o processo de beatificação do padre Luso ficou interrompido e, agora, está sendo retomado.

"A autorização concedida pela Santa Sé em 2022 - o chamado nada impede é o sinal verde que permite o início da causa, mas não implica início imediato", disse dom José.

"A Diocese de Porto Nacional precisou cumprir uma série de etapas preparatórias: constituir a associação responsável pelo processo, organizar a equipe do tribunal e das comissões canônicas, reunir documentação histórica, identificar testemunhas e garantir as condições logísticas e pastoral necessárias", disse. "Esses cuidados são importantes para assegurar a seriedade e validade do processo".

O bispo contou que os próximos passos no processo de beatificação de padre Luso são a coleta de provas, quando "o tribunal ouvirá testemunhas, analisará documento, cartas e escritos do padre Luso, além de relatos de eventuais milagres"; o encerramento da fase diocesana, pois, "após o fim das audiências e análise documental, todo o material é lacrado e enviado para o Vaticano"; o estudo em Roma, quando o "dicastério para as Causas dos Santos examina os documentos e, se considera comprovadas as 'virtudes heroicas', o papa pode declarar o sacerdote como 'venerável'" o reconhecimento de um milagre pela Santa Sé, "para que ocorra a beatificação".

Padre Luso Barros de Matos nasceu no dia 16 de dezembro de 1906, em Balsas (MA). Foi o primeiro dos três filhos de Petronilha de Barros Matos e Prezilino de Araújo.

Seu sonho era ser padre. "Vou se padre de Maria", dizia. Mas por causa de sua saúde frágil, foi recusado seis vezes em diferentes seminários.

Em 1937, em sua sexta tentativa e pela segunda vez em Porto Nacional, encontro o bispo do Alano Maria Du Noday. O bispo, ao conhecer o seu sonho de ser padre e percebendo que diante do seu quadro clínico era impossível torná-lo sacerdote, recorreu à Santa Sé, escrevendo uma carta ao papa Pio XII pedindo a autorização para que o próprio dom Alano fosse seu formador.

A resposta do papa chegou em 1938 e Luso se tornou seminarista. Ele foi ordenado padre em 23 de setembro de 1945, em Porto Nacional.

Padre Luso era conhecido por suas virtudes e se dedicou ao trabalho pastoral visitando os doentes. Muitas pessoas relatam ter recebido milagres e graças através da intercessão do Padre Luso quando ele ainda era vivo e também depois de sua morte.

Morreu aos 81 anos, em 3 de agosto de 1987, em Porto Nacional. Seus restos mortais estão enterrados na igreja São Judas Tadeu, que ele mesmo construiu.

"Padre Luso deixou um legado de simplicidade, fé viva e caridade incansável" disse dom José Moreira. Para o bispo, o amor de padre Luso pelos pobres e doentes, sua vida de oração constante, sua dedicação às comunidades e sua perseverança vocacional, mesmo diante de tantas dificuldades são sinais claros de santidade".

"Ele nos ensina que a santidade é possível no cotidiano, através de gestos simples e do serviço humilda, vivido como amor e entrega total a Deus". 

terça-feira, 24 de junho de 2025

NÚMERO DE BRASILEIROS SEM RELIGIÃO PREOCUPAM CARDEAL JAIME SPENGLER.


O que faz com que pessoas de distintos setores abandonem qualquer forma de participação em uma comunidade de fé?, é a principal pergunta do arcebispo de Porto Alegre, dom Jaime Spengler, diante dos números do Censo de 2022 sobre a religião dos brasileiros. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no dia 6 de junho. O número de católicos no Brasil continua caindo, passando de 65,1% da população no último Censo, de 2010, para 56,7% agora. O crescimento dos autodeclarados evangélicos continua crescendo, passando de 21,6% da população em 2010 para os atuais 26,9%.

A parcela dos que se declaram sem religião que preocupa dom Jaime passou de de 7,9% em 2010 para 9,3% hoje.“Ainda que o número dos ditos desigrejados fosse mínimo, isto deveria engajar toda a comunidade eclesial”, disse o cardeal, que é também presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Eclesial Latino-Americano e Caribenho (CELAM) à ACI Digital. “Afinal, Jesus veio para todos”.

“Ainda que o número dos ditos desigrejados fosse mínimo, isto deveria engajar toda a comunidade eclesial”, disse o cardeal, que é também presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Eclesial Latino-Americano e Caribenho (CELAM) à ACI Digital. “Afinal, Jesus veio para todos”.

Para dom Jaime, “importante é ter presente em que consiste a missão evangelizadora da Igreja: anunciar o Evangelho, estando atentos aos sinais dos tempos, sem transcurar as consequências sociais da mensagem cristã assumida pessoal e comunitariamente, como também nos orientou o papa Francisco com documentos como a Laudato Sì, Laudate Deum, Querida Amazônia, Frateli Tutti”.

Até os anos 1960, mais de 90% da população brasileira se declarava católica. “É sabido que houve um movimento para desestabilizar um modelo de vida cristã na América Latina, a partir dos anos 1960”, disse dom Jaime. “Ao mesmo tempo, não se pode ignorar as grandes transformações sociais no Ocidente a partir de 1968. No aspecto eclesial houve opções de distintos setores, em diferentes contextos que a partir sobretudo dos anos 1980 produziram consequências que continuam repercutindo no presente.”

Mesmo que os autodeclarados católicos ainda sejam a maioria da população pesquisa internacional em 36 países do mundo mostrou que o cumprimento do preceito de ir à missa dominical no Brasil é dos mais baixos: 8%. Menos do que na França, país de longa tradição anticlerical. Números da arquidiocese de São Paulo (SP) levantados no sínodo arquidiocesano que teve início em 2017 mostram que a situação é ainda pior na cidade. Apenas 6% dos católicos vão à missa no domingo.

“Certamente a frequência à celebração eucarística é fundamental para alimentar a vida de fé e a vida da comunidade”, diz do Jaime. “No entanto, é a partir da Palavra, do Evangelho que podemos compreender o que significa ter o direito de participar regularmente da Mesa da Palavra e da Mesa do Corpo do Senhor”.

“A Igreja não é constituída simplesmente de adeptos, mas de discípulos e discípulos do Senhor. Isto implica formação, o cultivo de senso de pertença e de corresponsabilidade pela comunidade. A Igreja do Brasil tem se empenhado em promover a vida comunitária. Neste sentido, as Paróquias são convidadas a ser ‘comunidade de comunidades’. Ao mesmo tempo se faz necessário resgatar e promover sempre mais o lugar da Palavra em nossas comunidades. Creio que o verdadeiro futuro para a Igreja, e também da sociedade se encontra na Palavra, que conserva a promessa de Deus para a humanidade de todos os tempos. A Palavra nos restitui a nossa identidade: somos todos, todos filhos e filhas de Deus, e irmãos entre nós. Todo e qualquer esforço para promover a evangelização, seja em que ambiente for, passa pelo conhecimento, estudo, aprofundamento e oração a partir da Palavra”, disse dom Jaime Spengler.
Reportagem: Marcos Koboldt

quarta-feira, 5 de março de 2025

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2025.

Com a Quarta-feira de Cinzas a Igreja inicia o tempo quaresmal. No Brasil a Igreja inicia a Campanha da Fraternidade, uma iniciativa anual que convida os fiéis e reflexão, à conversão e à prática da solidariedade. 

Em 2025, a campanha da fraternidade data o teme "Fraternidade e Ecologia Integral" e o lema "Deus viu que tudo era muito bom" (Gn 1,31), destacando a necessidade urgente de cuidar da criação e promover a justiça socioambiental.

Ao longo da Quaresma, a Campanha da Fraternidade propõe um caminho de conscientização e ação concreta, incentivando comunidades, paróquias e dioceses a refletirem sobre sua relação com o meio ambiente e a assumirem compromissos para um mundo mais sustentável e fraterno. A campanha também reforça a importância da conversão ecológica, um chamado para mudar hábitos e atitudes em prol da preservação da Casa Comum e do bem-estar das futuras gerações.

Durante esse período, diversas atividades são promovidas, com círculos de reflexão, encontros comunitários e gestos concretos de solidariedade, cuja arrecadação é destinada a projetos sociais alinhados aos valores da campanha.

Assim, a Campanha da Fraternidade 225 nos convida a viver a Quaresma não apenas como um tempo de penitência, mas também como uma oportunidade de renovar nosso compromisso com a fraternidade, a justiça e o cuidado com a criação de Deus.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

PAPA REZA PELAS VÍTIMAS DA ESCOLA NA SUÉCIA.


O papa Francisco disse ontem (5/2) estar profundamente triste pelo morte de pelo menos 11 pessoas, vítimas de um atirador em uma escola para adultos em Örebro, Suécia, na terça-feira (4/2).

Em telegrama enviado ontem ao primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson, o papa disse que reza por todos os afetados.

O papa Francisco "oferece suas orações pelo repouso das almas dos mortos, pelo consolo de suas família e amigos enlutados, e pela pronta recuperação dos feridos", diz o telegrama. "Neste momento difícil para a nação, sua Santidade invoca sobre o povo sueco os dons de unidade e paz de Deus Todo-Poderoso".

O atirador, cuja identidade não foi revelada pela polícia, é um dos 11 mortos na Escola Risbergska para adultos. A escola dá cursos de treinamento vocacional e aulas de língua sueca para homens e mulheres que não conseguiram concluir o ensino médio.

Segundo as informações vinculadas pela impressa, as autoridades locais ainda não confirmaram o número de feridos e disseram que o número de mortos pode aumentar.

O bispo de Estocolmo, dom Anders cardeal Arborelius, divulgou uma declaração ontem: "Junto com toda a Suécia, nós, católicos, lamentamos as vítimas do incidente violento em Örebro, e rezamos por elas. A violência e os tiroteios só parecem aumentar".

Embora tiroteios na Suécia seja raros, dados policiais mostram que o número de tiroteios no país aumentou. Até o momento, o maior número de tiroteios foi em 2022, quando 391 tiroteios ocorreram, matando 62 pessoas e ferindo outras 107.

A paróquia católica de St. Eskil em Örebo abriu ontem para os que queriam acender velas, assistir à missa ou rezar pela cidade e pelos afetados pelo tiroteio mortal.

Todas as igrejas católicas na Suécia vão rezar por misericórdia por todas as vítimas nas missas de domingo, 9 de fevereiro, segundo dom Arborelius.


terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

PAPA FRANCISCO ANUNCIA QUE VAI ESCREVER UM DOCUMENTO SOBRE AS CRIANÇAS.


O papa Francisco anunciou ontem (3/1) que pretende escrever um documento sobre crianças.

O anúncio foi feito na conferência "Ame-os e Proteja-os", com líderes dos setores público e privado do mundo, que ontem e hoje discutiu o direito das crianças a recursos, à educação, à alimentação, à assistência médica, à família, ao tempo livre a viver livre da violência.

"Para dar continuidade a esse compromisso e promovê-lo em toda a Igreja, pretendo preparar uma carta, uma exortação dedicada às crianças", disse ontem o papa na Sala Clementina, no Vaticano.

Francisco participou da maior parte do primeiro dia da conferência, na qual fez um discurso de abertura sobra a importância de proteger crianças marginalizadas da sociedade, incluindo as que vivem em zonas de guerra, menores desacompanhados e os nascituros.

"Os salões do Palácio Apostólico tornaram-se hoje um observatório aberto sobre a realidade da infância em todo o mundo, uma infância que infelizmente é muitas vezes ferida, explorada, negada", disse o papa Francisco em seu discurso de encerramento do primeiro dia da cúpula.

"A sua presença, a sua experiência e a sua compaixão derem origem a um observatório e, sobretudo, a um laboratório", disse também o papa.

"Em diferentes grupos temáticos vocês elaboraram propostas para a proteção dos direitos das crianças, considerando-as não como números, mas como rostos. Tudo isso dá glória a Deus, e a ele confiamos, para que seu Espírito Santo torne isso fecundo e fértil".

"As crianças olham para nós, as crianças olham para nós para ver como levamos a vida adiante" disse também Francisco.

Os palestrantes da conferência de dois dias incluem a rainha Rania Al Abdullah da Jordânia, Al Gore, ex-vice presidente dos EUA; Gianni Infantino, presidente da FIFA; Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional; Mario Draghi, ex-primeiro-ministro da Itália e Edith Bruck, autora e sobrevivente do Holocausto.
Reportagem: HANNAH BROCKHAUS.