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SÃO NARCISO

Bispo de Jerusalém.
Patrono contra colunias e falso testemunho. 
Festa Litúrgica dia 29 de outubro 

HISTÓRIA
São Narciso nasce por volta do ano 99 d.C, provavelmente na Grécia. Não há registro sobre sua cidade natal, mas sabe-se que ele não era judeu, o que era incomum para um bispo de Jerusalém, uma diocese historicamene ligada à tradição judaico-cristã. Desde jovem, Narciso demonstrou uma forte inclinação para a fé cristã, vivendo de maneira austera, com ênfase na oração, penitência e caridade. Ele se mudou para Jerusalém, que, após a destruição do Segundo Templo em 70 d.C. e a revolta de Bar Kokhba (132-135 d.C.), havia diso reconstruída pelos romanos como Elia Capitolina, uma cidade pagã com um templo a Júpiter no lugar do antigo Templo.

Narciso viveu em um período de transição para o cristianismo, marcado por perseguições intermitentes sob imperadores como Marco Aurélio (161-180 d.C.) e Septpimio Severo (193-211 d.C.), além de tensões internas na Igreja, como debates sobre a data da Páscoa e a relação com o judaísmo. Ele se destacou como um sacerdote exemplar, conhecido por sua humildade, dedicação aos pobres e doentes, e uma vida de pureza que inspirava os fiéis.

Por volta de 185 d.C., o bispado de Jerusalém ficou vago após a morte do predecessor. Narciso, então com mais de 80 anos, foi escolhido por aclamação popular para ser o bispo de Jerusalém. Sua reflete o respeito que ele inspirava, apesar da idade avançada, que era incomum para líderes ativos na época. Jerusalém, embora não mais o centro político ou religioso do judaísmo, permanecia um símbolo poderoso para os cristãos, sendo considerada a "mãe de todas as igrejas". Narciso aceitou o cargo com relutância, mas com um profundo senso de missão.

Como bispo, ele enfrentou muitos desafios: Perseguições romanas; tensões internas na Igreja e reconstrução da comunidade, entre outros problemas.

Narciso governou a diocese de Jerusalém por cerca de 16 anos. Durante esse tempo, ele se destacou por sua liderança pastoral e por eventos notáveis.

Narciso foi uma figura central no sínodo de Cesareia, convocado para resolver a controvérsia sobre a data da Páscoa, conhecida como a "disputa pascal". Alguns cristãos, especialmente na Ásia Menor, seguiam a prática quartodecimana, celebrando a Páscoa no 14º dia do mês de Nisã, alinhada à Pessach judaica. Outros, incluindo a Igreja de Roma, defendiam a celebração no domingo após a primeira lua cheia da primavera (equinócio vernal). Narciso, ao lado de Teófilo, bispo de Cesareia, presidiu o concílio, que decidiu pela celebração dominical, alinhando-se à prática romana. Essa decisão foi crucial para unificar a Igreja primitiva e diferenciar o cristianismo do judaísmo, especialmente em um contexto em que os romanos viam os cristãos como uma seita judaica.

Um dos episódios mais famosos de sua vida, relatado por Eusébio, ocorreu durante a Virgília Pascal. As lâmpadas da igreja estavam sem óleo, essencial para a liturgia, e não havia suprimento disponível. Narciso, com serenidade, ordenou que os recipientes fossem cheios de água. Após sua oração, a água se transformou milagrosamente em óleo de oliva, suficiente para manter as lâmpadas acesas durante toda a celebração. Esse milagre foi amplamente testemunhado e reforçou a reputação de Narciso como um homem de Deus.Eusébio, que teve acesso a relatos diretos de testemunhas, enfatiza autenticidade desse evento, comparando-o aos milagres apostólicos.

Narciso enfrentou uma grave provação. Três homens, movidos por inveja ou vingança, acusaram-no falsamente de um crime grave. A natureza exata da acusação não é especificada, mas era séria o suficiente para manchar sua reputação. Para reforçar a acusação, cada um dos caluniadores fez um juramento público, invocando castigos divinos caso estivessem mentindo. O primeiro jurou que, se estivesse mentindo, fosse queimado vivo; o segundo pediu para se acometido por lepra e o terceiro desejou ficar cego.

Narciso, profundamente magoado, mas sem rancor, perdoou os acusadores e optou por não se defender publicamente. Em vez disso, ele escolheu a via da humildade e do silêncio, retirando-se secretamente de Jerusalém para viver como eremita no deserto. Sua decisão reflete uma espiritualidade inspirada nos profetas e nos primeiros monjes cristãos, que buscavam a solidão para se aproximar de Deus.

Durante sue exílio, a diocese de Jerusalém foi governada por três bispos. Muitos fiéis acreditavam que Narciso havia morrido, e sua ausência deicou a comunidade em luto. Enquanto isso, os três caliniadores sofreram os castigos que haviam pedido. O primeiro morreu num incendio, o segundo morreu de lebra, e o terceiro ficou cego. Esse eventos foram interpretados como um julgamento divino, confirmando a inocência de Narciso.

Após esses acontecimentos, Narciso voltou para Jerusalém, para a alegria do fiéis. Su volta foi vista como um milagre, e ele foi recebido com entusiasmo, como se tivesse ressurgido dos mortos. Já com mais de 110 anos, Narciso reassumiu o bispado, mas sua saúde frágil o impedia de governar sozinho. Ele nomeou Alexandre, u teólogo e futuro mártir, como bispo coadjutor. Alexandre, que estudara em Alexandria com Clemente e Orígenes, trouxe renovação à diocese e fundou uma das primeiras bibliotecas cristãs em Jerusalém.

Uma carta de Alexandre, datada de 212 d.C., menciona que Narciso, aos 116 anos, ainda estava vivo e exortava os fiéis à unidade e à paz. essa carta é uma das poucas evidências diretas da longevidade extraordinária de Narciso e de sua influência contínua.

Narciso faleceu, aos 117 anos, enquanto orava de joelhos. Sua morte marcou o fim de uma vida de santidade, marcada por milagres, humidade e resiliência diante da injustiça. Ele é celebrado em 29 de outubro. São Narciso é considerado patrono contra colunias e falso testemunho. 

Narciso era conhecido por sua vida ascética, jejuns frequentes e dedicação à oração. Ele vivia com simplicidade, distribuindo suas posses aos pobres e cuidando dos doentes, o que o tornava um modelo de pastro. Sua longevidade (viveu até os 117 anos) era visto como um sinal de bênção divina, e ele mantinha uma energia espiritual notável, mesmo na velhice.

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