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BEATO ANACLETO GONZÁLES FLORES.

(* 1888 - + 1927)
Festa Litúrgica dia 20 de novembro

HISTÓRIA
Anacleto Gonzáles Flores nasceu em Tepatitlán, Jalisco, México, em 13 de julho de 1888, em uma família humilde e numerosa. Ele foi o segundo de doze filhos do casal Valentim González Sánchez, um humilde tecelão de rebozos, e Dona Maria Flores Navarro. O lar, marcado pela escasses, exigiu que Anacleto começasse a trabalhar desde muito pequeno para ajudar a sustentar a família numerosa.

Sua infância foi moldada pela figidez do pai e pelo afeto da mãe. O pai de Anacleto nutria desconfinça da Igreja, por isso, sua educação inicial tendeu para o liberalismo laico e não religioso. Contudo, o jovem Anacleto era um prodígio de inteligência e possuía uma sede insaciável por conhecimento e cultura.

Apesar das dificuldades e da falta de recursos, Anacleto iniciou seus primeiros estudos com notável aproveitamento, bucando sempre superar-se. Sua formação inicial, dada a pobreza da família, foi muitaz vezez informal ou baseada em escolas de ensino primário oficiais que tendiam a inculcar as ideias liberais.

Aos dezessete anos, em 1905, sua vida tomou um rumo decisivo. Estando em Guadalajara, ele escutou a pregação fervorosa de um sacerdote. Profundamente inspirado e tendo reavaliado suas crenças, ele começou a participar ativamente na catequese local.

Em 1908, aos vinte anos, seu desejo por saber a sua vocação o levaram a ingressar no Seminário Auxiliar de San Juan de Los Lagos. Ali, ele se dedicou intensamente aos estudos, suprindo com brilhantismo as ausências de catedrático e aprofundando-se em humanidades, folosofia e sociologia. Recebeu o apelido carinhoso e respeitoso de "Maistro Cleto" devido à sua vasta erudição. Sua formação humanistica o levou a estudar autores como Domoso Cortés, Ozanam e a Doutrina Social da Igreja, especialmente a Rerum Novarum do Papal Leão XIII.

Ao discernir que sua vocação não ere o sacerdócio ministerial, ele deixou o seminário e, em 1913, iniciou seus estudos na Escola Livre de Leis, em Guadalajara. Seu objetivo era claro: forma-se em Direito para "defender a Pátria e a Religão" no campo legal e social.

Durante a efervescência da Revolução Mexicana, Anacleto chegou a se unir brevemente às forças de Francisco Villa (os "villistas") como tribuno, secretário e redator de proclamações, mas o fez com o intuito de pregar o ideal cristão e não por convicção militar.

Após a formação, elese estabeleceu como advogado, professor, orador e escritor, dedicando-se incansavelmente ao apostolado leigo. Ele se tornou um dos grandes pensadores do Catolicismo Social no México, organiozano sindicatos católicsos e motivando circulos de estudo baseados na encíclica social do Papa Leão XIII.

Em 1917, com a promulgação da nova Constituição, que era ferozmente anticlerical, Anacleto se tornou um dos principais articuladores da resistência civil. Ele foi um dos membros fundadores da Associação Católica da juventude Mexicana (ACJM), onde inspirava milhares de jovens com seu verbo inflamado, e fundou a influente revista La Palabra.

Em outubro de 1922, casou-se com Maria Concepción Guerrero, com quem teve dois filhos. Anacleto era um leigo plenamente dedicado: assistia à Missa e recebia a Sagrada Comunhão diariamente, visitava prisioneiros e ensinava o catecismo.

O ápice de sua liderança civil se deu antes do início da guerra. As manobras jurídicas e sociais de Anacleto, incluindo o boicote civil bem sucedido contra as medidas anriclericais em Jalisto, conseguiram deter a aplicação das leis opressivas no estado. Por seus incansáveis esforços em defesa da Igreja desde anos anteriores, ele recebeu em 1925 o reconhecimento do Papa Pio XI, a Cruz Pro Ecclesia et Pontífice.

No entanto, a situação se tornou explosiva. Em 1926, o presidente Elías Calles implementou a nefasta "Lei Calles". Em respostas, Anacleto organizou a União Popular e lançou um boicote pacífico eficaz em nível nacional, paralisando atividades econômicas e educacionais para protestar contra a restrição ao culto. Ele foi o líder inegável da resistência não violenta, sendo chamado o "Gandhi mexicano".

Mesmo exauríndo todos os recursos cívicos e legais, e diante da iminente deflagração do conflito armado, Anacleto se esforçou, sem sucesso, para evitar que a luta armada tivesse inicio. Ao ver que a guerra era inevitável, ele apoiou com seu prestígio a Liga Nacional de Defesa da Liberdade Religiosa, mas nunca empunhou armas.

A perseguição se intensificou, e o governo passou a caçar os líderes leigos. Na madrugada de 1º de abril de 1927, Anacleto foi capturado em um esconderijo em Guadalajara. Levado para o Quartel Colocado, foi brutalmente torturado para que revelasse o paradeiro do arcebispo.

Seus carrascos esmagaram seus polegares, deslocaram-lhe um braço a golpes e cortaram a pela das solas dos pés, mas ele manteve-se inabalável.

Ao ser confrontado com a ordem de execução junto com três jovens da ACJM (os irmãos Jorge e Ramón Vargas Gonzáles, e Luiz Padilla Gómez), Anacleto, em seu último ato de liderança, pediu para ser o último a morrer. Ele exortou seus companheiros a não terem medo, dizendo: "Não, irmão, já não é tempo de confessar-se, mas sim de pedir perdão e perdoar! É um Pai e não um juiz o que te espera. Teu mesmo sangue te purificará". Suas últimas palavras, ecoando a crença pela qual viveu e morreu, foram: "pela segunda vez, ouçam as Américas este grito: eu morro, mas Deus não morre. Viva Cristo Rei!"

Anacleto González Flores foi beatificado pelo Papa Bento XVI em 20 de novembro de 2005, em Guadalajara, juntamente com outros doze mártires da "Guerra Cristera", e hoje é o Padroeiro dos Leigos Mexicanos e um farol para o apostolado leigo no mundo. 

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