Festa Litúrgica dia 16 de novembro
Gertrudes nasceu na Alemanha no de 1256. Não há registro de quem foram seus pais, o que se sabe de fato é que quando ela tinha 5 anos de idade foi acolhida no Mosteiro Cisterciense-Beneditino de Helfta, na Saxônia. Este mosteiro não era um local comum, mas sim um dos centros espituais e intelectuais mais vitais da Idade Média, conhecido por abrigar grandes místicas, foi ali que Gertrudes encontrou seu lar e seu destino, sob a influência de figuras como Santa Matilde de Hackeborn, que se tornou sua professora e amiga.
Em Helfta, Gertrudes foi criada e educada na escola claustral, onde sua inteligência notável floresceu. Seus anos de juventude foram dedicados intensamente aos estudos das artes liberais, da gramática e da vasta literatura clássica e filosófica. Ela se tornou uma monja de profunda erudição, dominando o conhecimento secular de sua época com grande talento.
Entretanto, por volta dos seus vinte e cinco anos, essa dedicação à erudição mudana começou a gerar uma profunda crise espiritual. Apesar de toda a sua cultura, Gertrudes sentia um vazio e uma tristeza que nenhum saber humano conseguia preencher.
Essa Angustia atingiu seu ponro de virada na noite de 27 de janeiro de 1281. Durante a oração, ela teve uma visão mística decisiava, na qual Nosso Senhor Jesus Cristo lhe apareceu, oferencendo-lhe consolo e chamando-a para uma união mais profunda. Este evento marcou sua "conversão": ela abandonou o foco exclusivo nos estsudos profanos e dedicou-se integralmente à teologia contemplativa e à meditação das Sagradas Escrituras, transformando-se de monja acadêmica em uma das maiores místicas da Idade Média.
O pilar de sua espiritualidade era a devoação apaixonada ao Sagrado Coração de Jesus. Em suas revelações misticas, que foram registradas na obra "O Arauto do Amor Divino" (Legatus Divinae Pietatis), ela narrou como experimentava a ternura e a misericórdia de Cristo, muitas vezes reclinando a cabeça sobre Seu peito para ouvir as pulsações do Amor Divino. Por essa razão, Santa Gertrudes é historicamente reconhecida como uma das grandes precurssoras dessa devoção.
Em sua vida conventual em Helfa, sua caridade estendeu-se especialmente às ALMAS DO PURGATÓRIO. Ela intercedia por elas com fervor incesssante, oferecendo orações e penitências em sufrágio, prática que lhe valeu a fama de ser uma poderosa intercessora e legou à Igreja a conhecida oração pelas almas do purgatório.
Os últimos anos de Gertrudes foram de provação física, marcada por graves e crônicas enfermiddes. Ela aceitou esses sofrimentos com paciência heroica, vendo-os como um meio de se unir mais perfeitamente à Paixão de Cristo.
Santa Gertrudes, a Grande, faleceu no ano 1302, no amado Mosteiro de Helfta, deixando uma herança de escritos místicos que continuam a iluminar a doutrina da Igreja sobre a infinita bondade de Deus.
Santa Gertrudes nunca foi formalmente canonizada, pois na Idade Médio, não havia um procedimento tão formal como hoje. Durante séculos, santos eram reconhecidos pleo culto local e pela aprovação do Papa ou do bispo local. No caso de Santa Gertrudes, além de sue histórico de contato com outros grandes nomes reconhecidos pela Igreja Católica, suas experiências e escritos místicos estão dentre os primeiros registros definitivos de um amor explícito ao Sagrado Coração de Jesus, e pelo nível extenso e profundo de seus escritos quanto a esse tema pouco explorado em sua época, Gertrudes é vista como a precursora dessa devoção, tudo isso levou ao reconhecimento litúrgico sem um decreto formal de canonização.
Dentre as formalidades para Santa Gertrudes, um escritório litúrgico de oração, leituras e hinos em sua homenagem foi aprovado por Roma em 1606, e a sua Festa foi estendida à Igreja Católica por Clemente XII em 1677, sendo hoje comemorada em 16 de novembro a data de sua morte.

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