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terça-feira, 8 de abril de 2025

SAÚDE DO PAPA SEM NOVIDADES.

QUADRO CLÍNICO DO PAPA SEGUE ESTÁVEL.
O estado de saúde do papa Francisco continua clinicamente estável, com sinais de ligeira melhora na voz e na mobilidade.

Segundo Matteo Bruni, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, não há notícias dignas de nota do ponto de vista médico, mas sua situação clínica permanece estável.

Embora a pneumonia bilateral de que o papa sofre ainda persista, ela deve retroceder gradualmente, embora "não haja indicações particulares nos resultados dos testes" que foram feitos nos últimos dias, disse Bruni.

Francisco continua a receber oxigênio de alto fluxo à noite e em horários específicos do dia através da máscara com uma bolsa-reservatório, que administra concentrações mais altas de oxigênio (até 90-100%).

No resto do dia, o papa Francisco usa cânulas nasais para respirar, como as que carregou no domingo com o cilindro de oxigênio instalado na parte de trás de sua cadeira de rodas.

O papa continua com os exercícios de fisioterapia motora e respiratória, e com a terapia farmacológica contra a infecção pulmonar.

Neste período de convalescença, Francisco reduziu completamente sua agenda pública, embora continue trabalhando de maneira diferente.

A Santa Sé disse que o papa Francisco recebe diariamente na Casa Santa Marta, sua residência no Vaticano, documentos dos diferentes dicastérios que precisam ser revistos.

Nos últimos dias, o papa retomou algumas reuniões. Ontem (7/4), Francisco teve uma reunião de trabalho com o secretário do Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin.

O papa Francisco continua a concelebrar a missa diariamente e, embora de maneira esporádica, manteve contato telefônico com a única paróquia católica da Faixa de Gaza, liderada pelo padre argentino Gabriel Romanelli, onde cerca de 500 pessoas, entre elas muçulmanos, encontraram refúgio.

Amanhã (9/4), a Santa Sé vai divulgar, como em ocasiões anteriores, o texto que preparou para a audiência geral, que está suspensa. O encontro em que o papa costuma fazer sua catequese foi cancelada desde o último dia 19 de fevereiro, ou seja, por nove semanas.

No momento, não há previsão sobre a possível participação de Francisco nas cerimônias litúrgicas planejadas para a Semana Santa.

Reportagem: Victoria Cardiel.

EM SÃO PAULO, UM HOMEM INVADIU IGREJA E QUEBROU AS IMAGENS.


Um homem invadiu a igreja e quebrou as imagens do Bom Jesus e de santa Edwiges.

O fato aconteceu no domingo (6/4), na paróquia Bom Jesus das Oliveiras, no setor Itaim Paulista, Zona Leste de São Paulo (SP). Identificado pelo Polícia Civil, ele será investigado por ultraje a culto religioso.

"Alguém desaforado entrou aqui na Igreja e com fúria procurando pelo padre partiu para a agressão quebrando as duas imagens que a gente tinha na Igreja. A imagem do Bom Jesus e a imagem de santa Edwiges, padroeiro e copadroeira da nossa igreja", disse o pároco de Bom Jesus das Oliveiras, padre Genaldo Laurindo. "As imagens ficaram totalmente destruídas e sem nenhuma possibilidade de restauração.

A secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que o homem tem 28 anos e foi encontrado na segunda-feira (7/4) na cidade de Itaquaquecetuba. Ele foi levado ao 50º distrito Policial (Itaim Paulista). Ele confessou ser o responsável pela destruição das imagens, sem dizer o motivo. Foi feito o registro da ocorrência por ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo e o homem foi liberado.

O padre Genaldo "lamenta profundamente" o vandalismo e pede a oração e compreensão dos fiéis "porque nos próximos dias não teremos as duas imagens repostas lá no ligar delas".

Ele disse que conta com a ajuda dos fiéis para "adquirir novas imagens" e pediu orações pela pessoa "que cometeu esse ato insano contra as imagens sagradas aqui do Bom Jesus das Oliveiras".

A diocese de São Miguel Paulista, a quem pertence a paróquia Bom Jesus das Oliveiras, disse em nota publicada ontem (7/4) que "repudia com veemência o ato de vandalismo" e convidou todos a "rezarem em um ato de reparação contra essa situação lamentável". 

"O desagravo pode ser feito mediante a participação na Missa, e visita ao Santíssimo Sacramento e orações nesta intenção", conclui a nota.
Por: Nathália Queiroz

MEDITAÇÕES PARA A QUARESMA.

TERÇA-FEIRA DA 5ª SEMANA DA QUARESMA.

O SEPULCRO DE CRISTO

"Porque molestais esta mulher? Ela fez-me verdadeiramente uma boa obra... derramando ela esta bálsamo sobre o meu corpo, fê-lo como para me sepultar" (Mt 26,10-12).

Era conveniente que Cristo fosse sepultado.
PRIMEIRO, para comprovar a verdade da sua morte; pois, ninguém é posto num sepulcro senão quando consta que está verdadeiramente morto. Por isso no Evangelho (Mc 15, 44-45), se lê que Pilatos, antes de permitir que Cristo fosse sepultado, procurou saber por uma inquisição diligente, se estava morto.

SEGUNDO, porque tendo ressurgido do sepulcro, deu a esperança de ressurgir, por meio dele, aos que estão sepultos, segundo aquilo do Evangelho (Jo 5, 28): "Todos os que se acham nos sepulcros ouvirão a voz do Filho de Deus".

TERCEIRO, para exemplo dos que, pela morte de Cristo, morreram espiritualmente aos pecados, conforme aquilo da Escritura (Sl 30, 21): "Estão escondidos contra a turbação dos homens". Por isso diz o Apóstolo (Cl 3, 3): "Já estais mortos e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus". E assim também os batizados, que pela morte de Cristo morreram aos pecados, são como consepultos com Cristo, pela imersão, segundo o Apóstolo (Rm 6, 4): "Nós fomos sepultados com Cristo para morrer pelo batismo".

Assim como a morte de Cristo obrou eficientemente a nossa salvação, também a sua sepultura. Por isso diz Jerônimo: Ressurgimos pela sepultura de Cristo. E aquilo da Escritura (Is 53, 9): "E dará os ímpios pela sepultura", diz a Glosa: i. é, as gentes, que não tinham a piedade, da-los-á a Deus Padre, porque os ganhou pela sua morte.

De Cristo diz a Escritura (Sl. 87, 6): "Chegou a ser homem como sem socorro, livre entre os mortos". Ora, Nosso Senhor mostrou que mesmo sepulto entre os mortos era livre, pelo fato da inclusão do sepulcro não ter podido impedi-lo de sair dele pela ressurreição.

MEDITAÇÃO DE HOJE.


DOS NUMEROSOS PECADOS.

"Filho, pecaste? Não tornes a pecar; mas roga pelas culpas antigas, a fim de que te sejam perdoadas" (Eclo 21,1). Assim te adverte, ó cristão, Nosso Senhor, porque deseja salvar-te. "Não me ofendas, filho, novamente, mas pede perdão dos pecados cometidos." Quanto mais tiveres ofendido a Deus, meu irmão, tanto mais deves temer a reincidência em ofendê-lo, porque talvez mais um pecado que cometeres fará pender a balança da justiça divina, e serás condenado. Falando absolutamente, não quero dizer, porque não o sei, que não haja perdão se cometeres novo pecado; afirmo, porém, que isto pode acontecer.

Porque conseguinte, quando te assaltar a tentação, deves considerar: quem sabe se Deus me perdoará outra vez ou ficarei condenado?
Dize-me, por favor: provarias uma comida que supusesses estar provavelmente envenenada? Se presumisses fundamento que em determinado caminho estavam teus inimigos à espreita para matar-te, passarias por ali, podendo tomar outra via mais segura? 
Do mesmo modo, que certeza ou que probabilidade podes ter de que, tornando a pecar, sentirás logo verdadeira contrição e não voltarás à culpa detestável? Ou ainda, se novamente pecares, não te fará Deus morrer no próprio ato do pecado ou te abandonará depois da queda? Ao comprar uma casa, tomas prudentemente as necessárias precauções para não perderes teu dinheiro. Se vais usar algum remédio, procurarás certificar-te que não te possa fazer mal. Ao atravessar um rio, evitas o perigo de cair nele. E, por um vil prazer, por um deleite brutal, arriscas tua salvação eterna dizendo "eu me confessarei". Mas, pergunto eu: quando te confessarás? - No domingo. - E quem te assegura que no domingo estarás vivi? - Amanhã mesmo. E quem te afiança esse dia de amanhã, quando não sabes sequer se tens ainda uma boa hora de vida? "Tendes um dia", diz Santo Agostinho, "quando não tendes certeza de uma hora?". "Deus", prossegue o mesmo santo, "promete o perdão ao que se arrepende, não promete o dia de amanhã a quem o ofende". Se agora pecares, Deus talvez te dará tempo de fazer penitência, ou talvez não. E se não te der, que será de ti eternamente? E, não obstante, queres perder tua alma por um mísero prazer e a expões ao perigo da perdição eterna.

Arriscarias mil ducados por essa vil satisfação? Digo mais: darias tudo, fazenda, casa, poder, liberdade e vida, por um breve gosto ilícito? Não, sem dúvida. E, contudo, por esse mesmo indigno prazer, queres perder tudo: Deus, a alma e o céu. Dize-me, pois: as coisas que ensina a fé são verdades altíssimas, ou não passam de puras fábulas que haja Céu, Inferno e eternidade? Crês que se a morte te surpreender em pecado estarás perdido para sempre? Que temeridade, que loucura, condenares a ti mesmo às penas eternas com a vã esperança de remediá-la mais tarde! "Ninguém que enfermar com a esperança de curar-se", diz Santo Agostinho. Não teríamos por louco a quem bebesse veneno dizendo "depois por meio de um remédio me salvarei"? E tu queres a condenação à morte eterna, fiado em que talvez mais tarde possas livra-te dela? Loucura terrível, que tantas almas tem levado e leva ao Inferno, segundo a ameaça do Senhor! "Pecaste confiado temerariamente na misericórdia divina; mas o castigo virá de improviso sobre ti, sem que saibas donde vem" (Is 47,10-11). 

segunda-feira, 7 de abril de 2025

PAPA FAZ PRIMEIRA APARIÇÃO PÚBLICA DEPOIS DE SAIU DO HOSPITAL.


O papa Francisco fez sua primeira aparição pública ontem, ao saudar fiéis que participavam da missa do Jubileu dos Enfermos, na praça de São Pedro, no Vaticano.

Ao fim da celebração dominical, o pontífice fez uma aparição surpresa. De cadeiras de rodas e usando uma cânula debaixo do nariz, ele acenou brevemente para os fiéis. Segundo o Vaticano, havia 20 mil peregrinos reunidos na Praça de São Pedro. Em uma breve intervenção, Francisco disse: "Bom domingo a todos. Muito obrigado", disse com uma voz cansada e com dificuldades em respirar quando lhe aproximaram o microfone. 

O papa acompanhou a missa pela televisão, de acordo com o arcebispo Fisichella, que presidiu a celebração. Fisichella leu durante a cerimônia uma homilia preparada por Francisco, na qual ele disse que Deus não nos deixa sozinhos durante momentos de doença.

"Na doença, Deus não nos deixa sozinhos e, se nos abandonarmos a Ele, precisamente onde as nossas forças falham, podemos experimentar a consolação da sua presença", escreveu o papa na homilia.

Na homilia, o papa também compartilhou com os fiéis sobre como foi se sentir frágil e dependente dos outros no período em que ficou doente. "Convosco, queridos irmãos e irmãs doentes, neste momento da minha vida, estou a partilhar muito: a experiência da enfermidade, de me sentir frágil, de depender dos outros em tantas coisas, de precisar de apoio" escreveu. 
"Nem sempre é fácil, mas é uma escola na qual aprendemos todos os dias a amar e a deixarmo-nos amar, sem exigir nem recusar, sem lamentar nem desesperar, agradecidos a Deus e aos irmãos pelo bem que recebemos, abertos e confiantes no que ainda está para vir", continuou. 
Ao final da missa, foi lida uma mensagem de agradecimento de Francisco, O papa agradeceu do fundo do coração as orações dirigidas a Deus pela sua saúde.  

Francisco atravessou o corredor isolado que divide uma das zonas da Praça São Pedro, onde estavam reunidos centenas de fiéis que o receberam com grande entusiasmo e festejaram de alegria ao vê-lo.

Segundo informações, antes de saudar os fiéis, o papa "recebeu o sacramento da reconciliação na basílica de São Pedro, reuniu-se em oração e atravessou a Porta Santa". 

A Santa Sé ainda não se pronunciou sobre a possível presença do papa Francisco nos ritos da Semana Santa. A sala de Imprensa indicou que "ainda é prematuro falar sobre isso" e garantiu que dará detalhes posteriormente.

APARIÇÕES DE NOSSA SENHORA.

17ª APARIÇÃO DE NOSSA SENHORA DE LOURDES.
7 de abril de 1858
- Há 167 anos

A virgem chamou-a já durante a noite de 6 de abril. Tendo-se espalhado que a vidente iria à gruta, 1200 pessoas já a aguardavam quando ela chegou por volta das 6 horas.

O êxtase durou 45 minutos. O Dr. Dozous e outros constataram durante 15 minutos o "milagre do círio":
Bernadette juntou as mãos sobre o fogo de um círio, como para protegê-lo do vento.
A chama encostava na pele das mãos e saía entre seus dedos. "Está se queimando", bradou alguém. Mas a vidente prosseguia, insensível. 
O médico verificou depois que ela não tinha sofrido qualquer queimadura.

MEDITAÇÕES PARA A QUARESMA.

SEGUNDA-FEIRA DA 5ª SEMANDA DA QUARESMA.

A PAIXÃO DE CRISTO É REMÉDIO CONTRA TODOS OS PECADOS.

A todos os males que contraímos pelo pecado, encontramos remédio na Paixão de Cristo. Contraímos pelo pecado cinco males: O primeiro, é a própria mancha do pecado. Quando um homem peca, cunspurca a sua alma, porque, como a virtude embeleza, o pecado a enfeia. Lê-se em Baruc: "Por que estás, ó Israel, na terra dos inimigos e te contaminaste com os mortos?" (Br 3,19).

Mas a Paixão de Cristo lavou esta mancha. Cristo, na sua Paixão, fez do seu sangue um banho para nele lavar os pecadores: "Lava-os do pecado no sangue" (Ap 1, 5). No Batismo a alma é lavada no Sangue de Cristo, por que este recebe do Sangue de Cristo a força regeneradora. Por isso, quando alguém batizado se macula pelo pecado, faz uma injúria a Cristo e o seu pecado é maior que o cometido antes do batismo. Lê-se na Carta aos Hebreus: "O que desprezou a lei de Moisés, após ouvido o testemunho de dois ou três, deve morrer" (Heb 10, 28-29). Como não deve merecer maiores suplícios, aquele que pisou no Sangue do Filho de Deus e considerou impuro o Sangue da Aliança?

O segundo mal que contraímos pelo pecado é nos tornarmos objeto da aversão de Deus. Assim como quem é carnal ama a beleza da carne, do 65 mesmo modo Deus ama a beleza espiritual, que é a beleza da alma. Quando, por conseguinte, a alma se deixa contaminar pelo mal do pecado, Deus fica ofendido e odeia o pecador. Lê-se no Livro da Sabedoria: "Deus odeia o ímpio e a sua impiedade" (Sb 14, 9). Mas a Paixão de Cristo remove essas coisas, por que ela satisfez ao Pai ofendido pelo pecado, cuja satisfação não poderia vir do homem. A caridade e a obediência de Cristo foram maiores que o pecado e a desobediência do primeiro homem.

O terceiro mal é a fraqueza. O homem, pecando pela primeira vez, pensa que depois pode abster-se do pecado. Acontece, porém, o contrário: debilita-se pelo primeiro pecado e fica inclinado a pecar mais. O pecado vai dominando cada vez mais o homem, e este, por si mesmo, coloca-se em tal estado que não pode mais se levantar. É como alguém que se lançou num poço. Só pode sair dele pela força divina. Depois que o homem pecou, a nossa natureza ficou debilitada, corrompida, e, por isso mesmo, ficou ele mais inclinado para o pecado.

Mas Cristo diminuiu essa fraqueza e debilidade, bem que não as tenha totalmente apagado.

O homem foi fortalecido pela Paixão de Cristo e o pecado, enfraquecido, de sorte que este não mais o dominará. Pode, por esse motivo, auxiliado pela graça divina, que é conferida pelos sacramentos cuja eficácia recebem da Paixão de Cristo, esforçar-se para sair do pecado. Lê-se em S. Paulo: "O nosso velho homem foi crucificado juntamente com Ele, para que fosse destruído o corpo do pecado" (Rm 6, 6).Antes da Paixão de Cristo, poucos havia sem pecado mortal. Mas, depois dela, muitos viveram e vivem sem pecado mortal.

O quarto mal é a obrigação que temos de cumprir a pena do pecado. A justiça de Deus exige que o pecado seja punido, e a pena é medida pela culpa. Como a culpa do pecado é infinita, porque ela vai contra o bem infinito, Deus, cujo mandamento o pecador desprezou, também a pena devida ao pecado mortal é infinita.

Mas Cristo pela sua Paixão livrou-nos dessa pena, assumindo-a Ele próprio. Confirma-o S. Pedro: "Os nossos pecados (i. é., a pena do pecado) Ele carregou no seu corpo" (1 Pd 2, 24).

Foi de tal modo exuberante a virtude da Paixão de Cristo, que ela só foi suficiente para expirar todos os pecados de todos os homens, mesmo que fossem em número de milhões. Eis o motivo pelo qual aquele que foi batizado, foi também purificado de todos os pecados. É também por este motivo que os sacerdotes perdoam os pecados. Do mesmo modo, aquele cujo sofrimento mais se assemelha ao da Paixão de Cristo, consegue um maior perdão e merece maiores graças.

O quinto mal contraído pelo pecado foi nos termos tornados exilados do reino do céu. É natural que aqueles que ofendem o rei sejam obrigados a sair da pátria. O homem foi afastado do paraíso por causa do pecado: Adão imediatamente após o pecado foi expulso do paraíso, e sua porta lhe foi trancada. Mas Cristo, pela sua Paixão, abriu aquela porta e novamente chamou os exilados para o reino. Quando foi aberto o lado de Cristo, foi também a porta do paraíso aberta; quando o seu Sangue foi derramado, a mancha foi apagada, Deus foi aplacado, a fraqueza foi afastada, a pena foi expiada, e os exilados foram convocados para o reino. Por isso é que foi logo dito ao ladrão: "Estarás hoje comigo no Paraíso" (Lc. 23, 43). Observe-se que nesse momento não foi dito — outrora; que também não foi dito a outrem — nem a Adão, nem a Abraão, nem a David; foi dito, hoje, isto é, logo que a porta foi aberta, e o ladrão pediu e recebeu perdão. Lê-se na carta aos Hebreus: "Confiantes na entrada no santuário pelo Sangue de Cristo" (Heb. 10, 19). Fica assim esclarecido como a Paixão de Cristo foi útil, enquanto remédio contra o pecado. 

MEDITAÇÃO DE HOJE.


A DOR DA SANTÍSSIMA VIRGEM NA PAIXÃO DE CRISTO.

Lê-se em São Marcos que no Calvário havia muitas mulheres fazendo companhia a Jesus crucificado, mas de longe: Encontravam-se também ali algumas mulheres que observavam de longe, entre as quais estava Maria Madalena (Mc 15,40). Assim, julgava-se que entre essas mulheres se encontrava também a divina mãe. São João, porém afirma que a Santíssima Virgem não estava longe, mas perto da Cruz, juntamente com Maria Cléofas e Maria Madalena (cf. Jo 19,25). Eutímio procura resolver esta dificuldade, dizendo que a Santíssima Virgem, vendo que seu Filho estava prestes a expirar, aproximou-se mais que as outras mulheres da Cruz, vencendo o temo dos soldados que a circundavam e sofrendo com paciência todos os insultos e injúrias que lhe dirigiam os mesmos soldados que guardavam os condenados, para poder aproximar-se mais do seu amado Filho. O mesmo afirma em douto autor que escreveu a vida de Jesus Cristo: "Ali estavam os amigos que o observavam de longe. Mas a Santíssima Virgem, Madalena e uma outra Maria estavam junto da Cruz com João. Vendo então Jesus sua mãe e São João, disse-lhes: Mulher, eis o teu filho". Escreve Guerrico, abade: "Verdadeiramente mãe, que não abandonava o filho nem no terror da morte". Fogem as mães à vista de seus filhos agonizantes: o amor não lhes permite assistir a tal espetáculo, tendo de vê-los morrer sem os poder socorrer. A Santíssima Virgem, porém, quanto mais o Filho se avizinhava da morte, mais se aproximava da Cruz.

Estava, pois, a aflita mãe junto à cruz, e, assim como o Filho sacrifica a vida, sacrificava ela a sua dor pela salvação dos homens, participando com suam resignação de todas as penas e opróbrios que o Filho sofria ao expirar. Diz um autor que desabonam a constância de Maria os que a representam desfalecida aos pés da Cruz: ela foi a mulher forte que não desmaia e não chora, como escreve Santo Ambrósio: "Leio que estava em pé e não leio que chorava". A dor, que a Santíssima Virgem suportou na Paixão do Filho, superou a todas as dores que pode padecer um coração humano. A dor de Maria, porém, não foi uma dor estéril, como a das outras mães vendo os sofrimentos de seus filhos, foi, pelo contrário, uma dor frutuosa: pelos merecimentos dessa dor e por sua caridade, diz Santo Agostinho, assim como é ela mãe natural de Jesus Cristo, nossa cabeça, tornou-se também então mãe espiritual dos fiéis, membros de Jesus, cooperando com sua caridade para nosso nascimento e para fazer-nos filhos da Igreja.
Escreve São Bernardo que no Monte Calvário estes dois grandes mártires, Jesus e Maria, se calavam: a grande do que os oprimia tirava-lhes a faculdade de falar. A mãe contemplava o filho agonizante na cruz, e o filho, a mãe agonizante ao pé da cruz, toda extenuada pela compaixão que sentirá por suas penas.

domingo, 6 de abril de 2025

MEDITAÇÕES PARA A QUARESMA.

QUINTO DOMINGO DA QUARESMA.

A PAIXÃO DE CRISTO.

"E como Moisés levantou no deserto a serpente, assim também importa que seja levantado o Filho do homem, a fim de que todo o que crê nele tenha a vida eterna." (Jo 3,14-15).

Aqui há três coisas que devemos considerar:

1. A figura da Paixão: "E como Moisés levantou no deserto a serpente". Ao povo judeu, que dizia: "a nossa alma está enfastiada deste alimento levíssimo" (Nm 21, 5), Deus, para lhes castigar, enviou serpentes. Em seguida, ordenou que fizessem uma serpente de bronze como remédio contra as serpentes e em figura da Paixão. É próprio da serpente possuir veneno, mas a serpente de bronze não era venenosa. Do mesmo modo, Cristo não tinha pecado, que é um veneno, mas assemelhou-se ao pecador, conforme esta palavra de são Paulo: "enviou Deus seu Filho em carne semelhante à do pecado" (Rm 8, 3). Por isso, Cristo produziu o efeito da serpente de bronze contra o ímpeto das concupiscências abrasadas.

2. O modo da Paixão: "importa que seja levantado o Filho do homem", o que se compreende do levantamento da cruz. Cristo quis morrer levantado:

a) Para purificar o céu. Pela santidade da sua vida, purificara já a terra, restava purificar o ar.

b) Para triunfar sobre o demônio, que prepara a guerra nos ares.

c) Para atrair nossos corações a si: "Eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim" (Jo 12, 32).

Ao morrer na Cruz, foi exaltado, pois triunfou de seus inimigos, a ponto de sua morte ser chamada exaltação. Diz o Salmo: "Beberá da torrente no caminho, por isso levantará a sua cabeça" (Sl 109).

E foi a cruz a causa de sua exaltação, como diz são Paulo: "Humilhou-se a si mesmo, feito obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso também Deus o exaltou" (Fl 2, 8).

3. O fruto da Paixão. O fruto é a vida eterna. Por isso diz: a fim de que todo o que crê nele, e faça boas boas, não pereça, mas tenha a vida eterna". Este fruto corresponde ao fruto figurado da serpente de bronze. Com efeito, quem se voltasse para ela, curava-se do veneno e salvava sua vida. Volta-se para o Filho do Homem exaltado na cruz quem crê em Cristo crucificado e, assim, curando-se do veneno e do pecado, conserva-se para a vida eterna.

MEDITAÇÃO DE HOJE.


O QUE COME DESTE PÃO VIVERÁ ETERNAMENTE (Jo 6,59)

Queria o profeta Isaías que fossem manifestas a todos as maneiras amorosas que Deus encontrou para ser amado pelos homens. E quem jamais teria conseguido pensar, se ele próprio o não tivesse feito, que o Verbo Encarnado se teria colocado sob a espécie de pão para fazer-nos nosso alimento? Não parece uma loucura, dia Santo Agostinho, dizer: Comei da minha carne, bebei do meu sangue? Nonne Insania videtur dicere: Manducate mean carnem, bibite meum sanguinem? Quando Jesus Cristo revelou aos seus discípulos este sacramento que queria deixar-nos, eles não conseguiram crer-lhe e se dispensaram de segui-lo, dizendo: "Como pode este homem dar-nos de comer a sua carne?" (Jo 6,52). "Isto é muito duro! Quem o pode admitir?" (Jo 6,60). Mas o que os homens não podiam pensar nem crer, pensou-o e fê-lo o grande amor de Jesus Cristo. Accipite et manducate ("tomai e comei") disse Ele aos discípulos, e por meio deles a todos nós, antes de ir morrer. Tomai e comei! Mas que alimento será este, ó Salvador do mundo, que antes de morrer quisestes regalar-nos? Accipite et manducate: hoc est corpus meum (I Cor 11,24). "Este alimento não é terreno: sou eu mesmo que me dou a todos vós".

E, oh, com que desejo Jesus Cristo anseia por vir às nossas almas na santa comunhão! Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa (Lc 22,15). Assim disse ele na noite em que instituiu este sacramento de amor. Desiderio desoderavi; assim o fez falar, escreve São Lourenço Justiniano, o amor imenso que nos tinha: "Estas palavras de amor são muitíssimo ardentes". E, fim de que todos pudessem facilmente recebê-lo, quis sujeitar-se sob a espécie do pão.

Caso tivesse transubstanciado sob a espécie de algum alimento raro ou de grande preço, os pobres teriam sido privados d'Ele; mas não, Jesus quis pôr-se sob a espécie do pão, que custa pouco e se acha em toda a parte, para que todos em todos os lugares possam encontrá-los e recebê-lo. A fim de nos incutir o desejo de recebê-lo. A fim de nos incutir o desejo de recebê-lo na santa comunhão, não apenas nos exorta a tanto com tantos convites: Vinde comer o meu pão e beber o vinho que preparei (Pr 9,5); amigos, comei e bebei, falando deste pão e vinho celeste (Ct 5,1), mas também no-lo impõe por preceito: Tomai dele e deste comei: este é meu corpo (I Cor 11,24). Ademais, para que o busquemos, seduz-nos com a promessa do Paraíso: O quie come a minha carne e bebe o meu sangue, tem a vida eterna (Jo 6,55). O que come deste pão viverá eternamente (v. 58). Também nos ameaça com o Inferno e a exclusão do Paraíso se nos recusarmos a comungar. Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós (v. 54). Esses convites, essas promessas essas ameaças nascem todos do grande desejo que Nosso Senhor tem de vir até nós neste sacramento.