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quinta-feira, 23 de maio de 2024

MÊS DE MAIO, MÊS DE MARIA

UMA NOSSA SENHORA PARA CADA DIA

NOSSA SENHORA AUXILIADORA
NOSSA SENHORA AUXILIADORA, MARIA AUXILIADORA ou AUXÍLIO DOS CRISTÃOS, é um título de Virgem Maria instituído pelo Papa Pio V em 1571, após a incrível vitória dos cristãos sobre o poderoso exército muçulmano no Estrito de Lepanto.
HISTÓRIA
Nos anos anteriores A 1571, os turcos e muçulmanos, conhecidos e temidos como o Império Otomano, estavam prestes a invadir a Europa através do Estreito de Lepanto. Ali-Pachá, o grande líder otomano, vinha deixando um rastro de destruição do cristianismo por onde passava: igrejas incendiadas, religiosos assassinados, crianças e mulheres violentadas e cidades inteiras destruídas pelo simples fato de serem cristãs.

A Igreja Católica por sua vez, passava por um momento difícil com o início do protestantismo e divisões dentro da Europa. Esse ambiente tornava a Europa cristã frágil diante do pode do exército otomano. Depois de um grande esforço, o Papa Pio V conseguiu unir novamente a Europa em vista do ideal de defender a vida e a fé do povo. Os defensores da Europa formaram uma esquadra com 208 navios e cerca de 80 mil soldados, liderados por D. João da Áustria. Mas os otomanos tinham 286 navios e mais de 120 mil soldados. Dentre estes, mais de 12 mil era cristãos escravizados que remavam os navios.

Todos os soldados católicos, sob as ordens de D. João da Áustria, confessaram-se, jejuaram e rezaram o Rosário durante três dias. Depois disso, começou a maior batalha naval de todos os tempos, no dia 7 de outubro de 1571.

Os otomanos começaram vencendo. Após 10 horas de um combate sangrento, os soldados cristãos começaram a temer a derrota, que traria consequências horríveis para a Civilização Cristã. De repente, porém, ficaram surpresos ao verem os otomanos, apavorados, bateram em retirada. Então, a batalha, que parecia perdida, se transformou em vitória.

Ao final, os otomanos perderam 224 navios, 130 dos quais capturados e mais de 90 afundados ou incendiados. Além disso, quase 9.000 otomanos foram presos e 25.000 pereceram. As perdas católicas foram bem menores: cerca de 8.000 homens e 17 navios.

Mais tarde alguns otomanos presos confessaram que uma brilhante e majestosa Senhora tinha aparecido no céu fazendo ameaças e causando tanto pavor a eles, que começaram a fugir. Tudo está documentado nas atas de cada navio.

Um pouco mais de tempo e os soldados ficaram sabendo que enquanto acontecia a batalha em Lepanto, os cristãos em Roma, liderados pelo Papa Pio V, não cessavam de rezar o Rosário de Nossa Senhora. Em todas as Igrejas fizeram procissões, jejuns e orações na intenção de proteger e abençoar os soldados cristãos. Souberam também que, no começo da vitória cristã em Lepanto, o Papa Pio V teve uma visão através da qual ficou sabendo da vitória dos soldados de Cristo. A vitória foi confirmada duas semanas depois pelo correio da época.

Em agradecimento à maravilhosa intervenção de Maria, o Papa introduziu a invocação Auxílio dos Cristãos na Ladainha de Nossa Senhora. Daí o título de Nossa Senhora Auxiliadora e também Maria Auxiliadora.

Por tudo isso, a devoção a Nossa Senhora Auxiliadora torna-se uma grande bênção para todos aqueles que a procuram, principalmente nos momentos mais difíceis, nas batalhas da vida, nas guerras, na luta contra o mal e nos momentos de angústia. A oração do Rosário acompanhada da invocação a Nossa Senhora Auxiliadora tem feito maravilhas na vida de muitos cristãos ao longo de séculos e continuará fazendo a todos aqueles que a invocarem com fé, esperança e amor.

Dom Bosco: grande divulgador de Nossa Senhora Auxiliadora
A devoção a Nossa Senhora Auxiliadora, porém, se popularizou ainda mais no ano de 1862, com as aparições de Maria Auxiliadora na cidade de Spoleto para uma criança de cinco anos. Nesse ano, Dom Bosco, tocado pela história das aparições, iniciou em Turim a construção de uma grande Basílica, dedicada a Nossa Senhora Auxiliadora. A partir desse momento, Dom Bosco será o maior devoto e divulgador da devoção a Nossa Senhora Auxiliadora.
Para eternizar seu amor e gratidão para com Nossa Senhora, Dom Bosco, juntamente com Santa Maria Domingas Mazzarello, fundou a Congregação das Filhas de Maria Auxiliadora.

Ele dizia: Nossa Senhora deseja que a veneremos com o título de Auxiliadora: vivemos em tempos difíceis e necessitamos que a Santíssima Virgem nos ajude a conservar e defender a fé cristã.

A partir de então, a devoção a Nossa Senhora Auxiliadora cresceu. O Papa Pio IX fundou uma Arquiconfraria em devoção a ela no Santuário de Turim, em 5 de abril de 1870. O Papa enriqueceu esta confraria de muitas indulgências e favores espirituais. No dia 17 de maio de 1903, por decreto do Papa Leão XIII, foi solenemente coroada a imagem de Maria Auxiliadora, que se venera no Santuário de Turim.

Nossa Senhora Auxiliadora e Protetora do lar.
Pelas graças alcançadas, Maria Auxiliadora passou ser chamada também de A Protetora do Lar. Milhares de pessoas testemunham graças alcançadas através da sua intercessão, protegendo as casas contra tragédias, catástrofes, guerras e ajudando nos problemas de família, nas dificuldades domésticas, nas batalhas da vida.

A festa de Nossa Senhora Auxiliadora foi promulgada por Pio VII, no ano de 1816, tão logo foi libertado do cativeiro a ele imposto por Napoleão Bonaparte.

SIGNIFICADO E SIMBOLISMO DE NOSSA SENHORA AUXILIADORA
A imagem de Nossa Senhora Auxiliadora é rica em símbolos e significados. vamos conhece-los:

A coroa: A coroa de Nossa Senhora Auxiliadora simboliza sua realeza. Ela é Rainha por vontade de Deus. Além disso, ela é mãe. Por isso, ela tem poder para defender seus filhos daquilo que possa vir a destruir o maior bem que é possível receber: a salvação de Nossa Senhor Jesus Cristo.

O manto azul: simboliza sua origem celestial. Simboliza também a verdade. Muitos dos muçulmanos que viram a Senhora sobre os navios se converteram, percebendo que a fé cristã é verdadeira e provém do céu.

A túnica vermelha: simboliza o sangue de Cristo, bem como sua paixão e morte. E é pelos merecimento do sangue de Jesus que Maria tem o poder da intercessão e do auxílio aos cristãos. O sangue de Cristo não foi derramado em vão e defenderá os cristãos até o fim.

O centro na mão direita: é símbolo do poder real. Estando na mão direita significa que este "poder de intercessão" da Mãe, está sendo usado em nosso favor, como o foi no dia da batalha de Lepanto. A cruz na extremidade superior do cetro significa que o poder de Maria não provém dela, mas sim da crua de Nossa Senhor Jesus Cristo. confiemos no poder de intercessão de nossa Mãe, Rainha e Auxiliadora.

A coroa do menino Jesus: simboliza também sua realeza. É a realeza da bondade, da misericórdia, do amor e do perdão. Mas, também, de defesa dos fiéis contra o mal.

A túnica amarela do Menino Jesus: simboliza a luz e a divindade. Sendo Deus, este "Menino" é fonte de luz. É ele quem vem nos trazer a luz da verdade e do Deus verdadeiro.

O manto vermelho do Menino Jesus: é o anúncio de sua Paixão, que se repete todos os dias no sacrifício da santa missa. O vermelho simboliza o sangue e o sofrimento de Jesus Cristo, que salvarão a humanidade.

Protetora dos lares: Nos tempos de paz, os cristãos passaram a invocar Nossa Senhora Auxiliadora nas dificuldades do lar, da família, nos problemas familiares, nas catástrofes e nas tragédias. Como milhares de pessoas testemunharam (e testemunham) as graças alcançadas. Nossa Senhora Auxiliadora passou a ser considerada como Protetora do lar.

ORAÇÃO A NOSSA SENHORA AUXILIDORA
"Santíssima Virgem Maria, a quem Deus constituiu Auxiliadora dos Cristãos. Nós vos escolhemos como Senhora e Protetora desta casa. Dignai-vos mostrar aqui Vosso auxílio poderoso. Preservai esta casa de todo perigo: do incêndio, da inundação, do raio, das tempestades, dos ladrões, dos malfeitores, da guerra e de todas as outras calamidades que conheceis. Abençoai, protegei, defendei, guardai como coisa vossa as pessoas que vivem nesta casa. Sobretudo concedei-lhes a graça mais importante, a de viverem sempre na amizade de Deus, evitando o pecado. Dai-lhes a fé que tivestes na Palavra de Deus, e o amor que nutristes para com Vosso Filho Jesus e para com todos aqueles pelos quais Ele morreu na cruz. Maria, Auxílio dos Cristãos, rogai por todos que moram nesta casa que Vos foi consagrada. Amém."

quarta-feira, 22 de maio de 2024

PAPA FRANCISCO: HUMILDADE SALVA DO MALIGNO.

Na audiência geral de hoje (22/5), o papa Francisco refletiu sobre uma virtude que está na raiz da vida cristã, a humildade, aquela que "nos salva do Maligno".

Ao dirigir-se aos fiéis presentes na praça de São Pedro, no Vaticano, o papa disse que essa virtude "nos permite enfrentar o mais mortífero de todos os vícios, ou seja, a soberba".

"Enquanto o orgulho e a soberba inflam o coração humano, fazendo-nos parecer mais do que somos, a humildade repõe tudo na dimensão certa: somo criaturas maravilhosas mas limitadas, com qualidades e defeitos".

Depois, o papa destacou que "no coração humano surgem com frequência delírios de onipotência, muito perigosos, e isso fere-nos muito".

Portanto, para nos libertar do orgulho, o papa convidou os fiéis a "contemplar um céu estrelado para redescobrir a medida certa".

"Felizes as pessoas que conservam no coração esta consciência da sua pequenez! Estas pessoas são preservadas de um vício tremendo: a arrogância", explicou.

Segundo o papa, a humildade é a primeira bem-aventurança, pois está na base das seguintes: com efeito, a mansidão, a misericórdia, a pureza de coração nascem desta sensação interior de pequenez. A humildade é a porta de entrada para todas as virtudes!"

Como exemplo concreto de humildade, o papa Francisco indicou a Virgem Maria: "A heroína escolhida não é uma pequena rainha que cresceu na infantilidade, mas uma jovem desconhecida: Maria".

"Nem sequer a verdade mais sagrada da sua vida - ser Mãe de Deus - se torna para ela motivo de vanglória diante dos homens", destacou Francisco. "Podemos imaginar que também ela conheceu momento difíceis, dias em que a sua fé avançava na escuridão. Mas isto nunca fez vacilar a sua humildade, que em Maria era uma virtude firme".

O papa também sublinhou que "a humanidade é tudo. E ela que nos salva do Maligno e do perigo de nos tornarmos seus cúmplices. E a humildade é a nascente da paz no mundo e na Igreja."

"Onde não há humildade, há guerra, há discórdia, há divisão. Deus deu-nos o exemplo disto em Jesus e Maria, a fim de que seja a nossa salvação e a nossa felicidade. E a humildade é precisamente a vereda, o caminho da salvação", concluiu.
Reportagem: Almudena Martínez

MÊS DE MAIO, MÊS DE MARIA

UMA NOSSA SENHORA PARA CADA DIA.

NOSSA SENHORA ACHIROPITA
HISTÓRIA
NOSSA SENHORA ACHIROPITA é um título enraizado na Itália. Aproximadamente nos ano 580, o Capitão Maurício (como era conhecido), numa expedição marítima com seus homens na embarcação, enfrentou uma terrível tempestade no Mar Mediterrâneo. Nervoso e preocupado com aquela situação, o homem religioso praticante, decidiu apelar para a MÃE DE DEUS. E assim, gritando com o Terço na mão, suplicava o socorro de Nossa Senhora. No auge dos seus sofrimentos prometeu que, se fosse salvo com sua tripulação, no lugar que atracasse sua embarcação, construiria um belo Santuário em agradecimento a Nossa Senhora. De fato a embarcação atracou segura e firme no porto, sem qualquer outra dificuldade, sendo ele preservado do eminente perigo de morte com seus marujos. Feliz e satisfeito, logo se movimentou para cumprir a promessa, tratando de arregimentar o pessoa para a construção do templo religioso em agradecimento a Virgem Maria e e honra ao Senhor Deus na cidade de Rossano Cálabro, na Calábria, Itália.

As obras começaram e em poucos meses o Templo se delineou na paisagem local, trazendo alegria ao povo e ao clero. Concluída a construção, imediatamente iniciaram o acabamento, com a realização das pinturas, assim como, com a colocação das imagens, moveis e bancos de madeira para uso dos fiéis.

Para embelezamento da Igreja o artista famoso foi contrato em Florença para fazer uma pintura de Nossa Senhora em uma das paredes. O pinto iniciou o trabalho com capricho e muita beleza. Porém o trabalho que artista fazia durante o dia desaparecia misteriosamente a noite, no dia seguinte sumia sem deixar qualquer mancha de tinta. Esse fato aconteceu durante dois dias. Todos ficaram intrigados e pensavam: "Alquém está desmanchando o trabalho do pintor e atrasando a inauguração do Santuário". Por outro lado, o artista contratado ficou aborrecido com o acontecimento, porque estava perdendo o seu tempo e ninguém ainda tinha tomado uma providência. Bastante contrariado não queria recomeçar a pintura outra vez. O encarregado da obra decidiu colocar um vigia com a determinação de não permitir que ninguém entrasse no Templo, até que a pintura estivesse totalmente concluída.

No dia seguinte, começando anoitecer, uma bela e distinta senhora trazendo nos braços um lindo e sorridente garotinho, pediu a vigia licença para entrar, pois desejava rezar diante de uma linda imagem de Jesus que estava colocada no altar.

O rapaz que vigiava tinha recebido a ordem de não permitir a entrada de ninguém na Igreja. Aquele era o seu serviço. Então uma grande dúvida lhe envolveu, deixava ou não a senhora entrar? Diante dele, estava uma senhora perfeitamente distinta, que fez o pedido com extrema delicadeza e educação, e desejava somente rezar um pouco; e em seus braços a senhora trazia uma criança forte e muito bonitinha, revelando que se tratava de uma mulher de boa família. Pensativo, abaixou a cabeça, e depois olhando com mais atenção para a mulher perguntou: "A senhora deseja apenas rezar, não é verdade?" A visitante Respondeu "Sim senhor por favor."

Embora ainda com alguma dúvida, olhou para os lados, não havia mais ninguém. Minuciosamente olhou mais uma vez para a mulher e a criança, e cuidadosamente e examinou com o olhar, Verdadeiramente se convenceu, de que não existia nada de anormal ou de estranho com aquela mulher. Ao contrário, suas palavras eram agradáveis e respeitosas. Ele vendo que aquela senhora com a criança no braço não oferecia nenhum perigo, então permitiu que ela entrasse na Igreja para rezar.

Acontece que o tempo passava ligeiro e a mulher e o filho não voltavam. Depois de meia hora, ele começou a ficar preocupado, estranhando aquela demora excessiva! E por isso mesmo, resolveu entrar no Templo para ver onde ela estava. E caminhando em direção ao Altar, teve uma surpresa admirável: olhando na parede do lado esquerdo, viu aquele lindo painel: A mulher e o menino que entraram na Igreja para rezar, estavam ali desenhados com absoluta perfeição na parede ao lado do Altar. Era Nossa Senhora e o Menino Jesus.

Assustado e admirado, o vigia correu para frene da igreja e começou a gritar a todas as pessoas que passavam "É NOSSA SENHORA ACHIROPITA! É NOSSA SENHORA ACHIROPITA"! 

A palavra Achiropita num idioma usado na Itália significa (Não feito ou não pintado por mãos). 

Era um milagre! Uma bela pintura apresentando Nossa Senhora com o Menino Jesus em seus braços, para alegria de toda a Comunidade Religiosa. Nasceu ali mais uma devoção a Santíssima Virgem Maria. Esta devoção se espalhou por toda a Itália.

terça-feira, 21 de maio de 2024

MÊS DE MAIO, MÊS DE MARIA

UMA NOSSA SENHORA PARA CADA DIA

NOSSA SENHORA DOS TRINTA E TRÊS
HISTÓRIA
O nome NOSSA SENHORA DOS TRINTA E TRÊS parece realmente estranho para quem não conhece suas origens. Pensa-se, a princípio, que, talvez, tenha alguma relação com a idade de Cristo, mas não tem. A origem do nome e da devoção a Nossa Senhora dos Trinta e Três está ligada, na verdade, à história fantástica de libertação do povo uruguaio.

33 soldados corajosos
O Uruguai estava em guerra pela sua libertação. E aconteceu que em maio de 1823, antes da última batalha, que seria decisiva para a conquista da liberdade e criação de um novo país, 33 soldados comandados pelo general Juan Lavalleja, provenientes do Brasil, postaram-se em frente ao altar da Virgem de Luján Del Pintado, que fica na cidade uruguaia de Florida, e renovaram um juramento extremo, que acabou denominado de "Liberdade ou Morte".

Conquistando a liberdade
Após o juramento diante da Virgem, os soldados entraram na batalha final cheios de força renovada. Eles conquistaram as cidade de Colônia, Soriano, Guadalupe, San José e Florida. Após a conquista, instalaram um governo provisório em Flórida, já sabendo que uma nova nação estava sendo fundada. Para selar a vitória e a fundação do novo país, os soldados e todo o povo foram à igreja pedir o auxílio divino, como também o auxílio da Virgem Maria. Ali rezaram e consagraram o Uruguai à Virgem Maria.

Em 25 de agosto de 1825, em Florida, foi reunida a Assembleia nacional Constituinte da República do Uruguai. Nesta ocasião, declararam oficialmente a Independência do Uruguai. Depois de terminada a redação e lida a ata perante todo o povo, todos, governantes eleitos, militares e civis foram até à igreja e se puseram ajoelhados diante da imagem pequenina de Nossa Senhora, colocando o Uruguai debaixo da proteção materna da Virgem Maria. Depois disso, todos, de dentro da igreja e de fora na praça, que estava lotada, cantaram o Te Deum, que é um hino de ação de graças e louvor a Deus. Em seguida, o pároco abençoou o povo e os seus heróis.

A partir desse momento glorioso para a nação uruguaia, o povo passou a chamar a imagem milagrosa da Virgem Maria de "Nossa Senhora dos Trinta e Três", em homenagem aos 33 soldados que lutaram sob a proteção da Mãe de Deus. Em 1857, o general Manuel Oribe, segundo chefe dos 33 soldados ofereceu uma coroa preciosa à Virgem dos Trinta e Três, como forma de agradecimento pela vitória. Esta coroa é conservada até hoje no tesouro da catedral de Flórida.

A imagem de Nossa Senhora dos Trinta e Três tem apenas 36 centímetros de altura e é inspira uma estátua mariana chamada "Assunção de Murillo". Ela foi esculpida por um índio da região. Após esculpi-la, o índio expôs a imagem para a veneração do povo numa capela que ficava na Serra do Pintado, perto de uma aldeia dirigida pelos jesuítas. Mais tarde, a imagem foi trasladada solenemente para a catedral de Flórida. Aos pés da imagem há uma inscrição que diz: "Diante desta imagem de Nossa Senhora de Luján del Pintado, os trinta e três inclinaram sua bandeira tricolor; a Ela também invocaram os Convencionais da Independência. Nossa Senhora dos Trinta e Três relembra os 33 homens que, sob a proteção de Nossa Senhora, empreenderam a independência do país em 1825".

Em 1961 a Conferência Episcopal do Uruguai pediu ao Papa João XXIII que proclamasse Nossa Senhora dos Trinta e Três como Padroeira do Uruguai. O papa atendeu ao pedido dos bispos uruguaios.

segunda-feira, 20 de maio de 2024

MÊS DE MAIO, MÊS DE MARIA

UMA NOSSA SENHORA PARA CADA DIA

NOSSA SENHORA DA PENA.

HISTÓRIA
O título NOSSA SENHORA DA PENA tem sua origem na época do Renascimento. Nessa época, artistas, tanto da escrita quanto das artes plásticas, pediam proteção e inspiração à Virgem Maria. Por isso, ela passou a ser venerada com protetora e padroeira das artes, dos artistas, dos escritores, dos publicitários. Por esta razão ela é representada segurando uma pena (caneta) na mão direita e um livro na mão esquerda. O manto azul simboliza que ela está no céu e, de lá, intercede pela inspiração dos que pedem.

Devoção de Nossa da Pena no Brasil
No Brasil, a devoção a Nossa Senhora da Pena recebeu outra conotação. A "Pena" tomou o significado jurídico de "castigo", ao qual um escravo seria submetido, se não tivesse alcançado a ajuda de Nossa Senhora da Pena.

No início do século XVIII, alguns fazendeiros moravam no bairro de Jacarepaguá, seguindo a simples rotina na fabricação da rapadura ou açucar bruto. Nesses primitivos engenhos de cana, foram os escravos que construíram as riquezas de seus senhores. Eram negros incansáveis que trabalhavam de sol a sol. plantando e pastoreando o gado.

Certo dia, uma vaca escapou da vigilância de um escravo, o que fez com que ele fosse condenado a um castigo corporal. Angustiado pelo desaparecimento da vaca, e repreendido pelo seu senhor, depois muitos procurar, já desanimado por não ter encontrado o animal, prevendo seu terrível castigo, ele se ajoelhou, rogando com muita fé a Nossa Senhora, para que Ela lhe mostrasse o lugar onde a vaca estava. Nesse momento, segundo a tradição, uma reluzente Senhora de Luz, de vestido azul e branco e com uma coroa luminosa na cabeça, apareceu no alto do morro, dizendo para o escravo ir onde o animal estava. Chegando ao local indicado pela Senhora, ele, de fato, encontrou a vaca, mas percebeu que a Senhora tinha desaparecido. A descrição da senhora feita pelo escravo, era idêntica à de Nossa Senhora da Pena.

Este incrível acontecimento motivou a conversão do senhor daquele escravo. Tanto, que ele começou a construir uma capelinha primitiva em agradecimento pela graça alcançada pelo escravo. O padre Manuel Araújo foi responsável pela construção da antiga igreja em honra a Nossa Senhora da Pena, trazendo de Portugal uma linda imagem da Virgem da Pena. 

Outro milagre atribuído a Nossa Senhora da Pena foi a volumosa fonte de água cristalina, que foi encontrada justamente no período mais difícil da construção da igreja. O terreno,, que estava muito ressecado e duro, se transformou completamente, o que facilitou bastante a construção da igreja de Nossa Senhora da Pena.

a Igreja ficou pronta no ano de 1770. José Rodrigues de Aragão, grande benfeitor responsável pela construção, além de ser o responsável pelas pinturas, decorações e painéis, enfeitou a igreja de Nossa Senhora da Pena com ornamentos e móveis, assegurando a duração da igreja por meio de doações em dinheiro e terrenos.

O culto dos cariocas a Nossa Senhora da Pena atraía para aquela igreja não apenas devotos de Nossa Senhora da Pena, mas também escritores, jornalistas e até curiosos e turistas, que vão à igreja de nossa Senhora da Pena para admirar, na igreja e em seu museu, a obra divina realizada por Nossa Senhora da Pena.

ORAÇÃO A NOSSA SENHORA DA PENA
Virgem Santíssima, dulcíssima Senhora que, sob a expressiva invocação da Pena, reinais como rainha da Beleza e do Amor dirigi piedosa sobre nós vosso olhar maternal e impetrai-nos a verdadeira ciência das coisas divinas, para que possamos, em todo tempo da nossa vida, professar com coragem as verdade da fé, seladas com o sangue do vosso divino filho Jesus".

domingo, 19 de maio de 2024

AS PALAVRAS DE MARIA.

Nos Evangelhos, encontra-se pouco do que a Virgem Maria falou, porém, quando aparecem citações de suas palavras, é possível apreciar que essas não geram apenas uma reação do Senhor, mas também questionam ao mundo de hoje. São João Paulo II nos ofereceu uma profunda reflexão sobre cada uma delas.

A Anunciação (Lc 1,26-38)
As primeiras palavras da Virgem são contadas por são Lucas quando o anjo Gabriel visitou Maria e lhe revelou que conceberia Jesus. Ela perguntou: "Como se fará isso, pois não conheço homem?". E o mensageiro divino, com paciência, explicou a ação do Espírito Santo. "Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra", respondeu Maria.

Sobre esta passagem, são João Paulo II escreve na Redemptoris Mater, parágrafo 13, que a Mãe de Deus "respondeu, pois, com todo o seu 'eu' humano e feminino. Nesta resposta de fé estava contida uma cooperação perfeita com a 'prévia e concomitante ajuda da graça divina' e uma disponibilidade perfeita à ação do Espírito Santo, o qual 'aperfeiçoa continuamente a fé mediante os seus dos'". 

A visita a sua prima Isabel (Lc 1,39-56)
Maria, movida pela caridade, colocou-se a serviço de sua prima idosa Isabel. Nesse encontro familiar, Isabel a felicitou e a simples Virgem louvou a Deus e proclamou uma das orações mais excelsas do cristianismo, inspirada n Antigo Testamento: o Magnifica.

"Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva...".

"Com sus visita a Isabel, Maria realiza o prelúdio da missão de Jesus e, colaborando desde o começo de sua maternidade na obra redentora do Filho, transforma-se no modelo de quem na Igreja se coloca em caminho para levar a luz e a alegria de Cristo aos homens de todos os lugares e de todos os tempos" (São João Paulo II, audiência geral, 1996).

Jesus é encontrado no Templo (Lc 2,41-52)
Quando Jesus tinha doze anos, ficou em Jerusalém e seus pais, não o achando na caravana, voltaram para busca-lo. Depois de três dias, encontraram-se no Templo dialogando com os doutores da lei e Maria lhe disse: "Meu filho, que nos fizeste? Eis que teu pai e eu andávamos à tua procura, cheios de aflição".

Jesus respondeu que tinha que se ocupar das coisas de seu Pai e a Virgem e são José não entenderam aquela resposta.

São João Paulo II explica que "Jesus tinha a consciênciade que 'só o Pai conhece o Filho' (cf. Mt 11,27); tanto assim, que até aquela a quem tinha sido revelado mais profundamente o mistério da sua filiação divina, a sua Mãe, vivia n intimidade com este mistério somente mediante a fé! Encontrando-se constantemente ao lado do Filho, sob o mesmo teto, e 'conservando fielmente a união com o Filho', Ela avançava na peregrinação da fé', como acentua o Concílio". 

Bodas de Caná (Jo 2,1-11)
Maria, como toa boa mãe, vivia preocupada para que não faltassem as coisas da casa e muito menos em um casamento. Foi assim que, em Caná, alertou seu Filho: "Eles já não têm vinho". Com a confiança de saber que Jesus ajudaria, adiantou a "hora" do Senhor e deu uma mensagem aos servos e, nela, a todos os crentes: "Fazei o que ele vos disser".

"Em Caná, graças à intercessão de Maria e à obediência dos servos, Jesus dá início à 'sua hora'. Em Caná, Maria aparece como quem acredita em Jesus: a sua fé provoca da parte dele o primeiro 'milagre' e contribuiu para suscitar a fé dos discípulos" (São João Paulo II, Redemptoris Mater, 21).

Não há mais palavras de Maria na Bíblia, mas as que aparecem t~em especial significado para cada geração e, por isso, são João Paulo II em sua visita no ao 2000 à basílica da Anunciação em Nazaré, expressou um de seus maiores desejos:

"Peço à Sagrada Família que inspire todos os cristãos a defender a família, a defender a família contra as numerosas ameaças que atualmente pesam sobre a sua natureza, a sua estabilidade e missão, Confio à Sagrada Família os esforços dos cristãos e de todas as pessoas de boa vontade a fim de defender a vida e promover o respeito pela dignidade de cada ser humano". 

PAPA FRANCISCO: A AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO EM NÓS É FORTE.

Na solenidade de Pentecostes, hoje (19/5), o papa Francisco disse que os cristãos são chamados a proclamar o Evangelho a todos com gentileza e com a força do Espírito Santo.

Na missa celebrada na basílica de São Pedro, o papa disse que a "ação do Espírito em nós é forte como simbolizam os sinais do vento e do fogo", mas também é gentil e "acolhedora a todos".

"Como os apóstolos, do 'cenáculo" desta basílica, somo enviados, hoje em particular, a anunciar o Evangelho a todos", disse o papa Francisco em sua homilia.

"Graças ao Espírito, podemos e devemos fazê-lo com a mesma força e a mesma gentileza", acrescentou.

O papa Francisco destacou que esse poder não é arrogante, calculista ou impositivo, mas "vem da fidelidade à verdade, que o Espírito ensina aos nossos corações"

"E assim nós rendemo-nos, mas é ao Espírito, não nos rendemos à força do mundo, mas continuamos a falar de paz a quem quer a guerra, a falar de perdão a quem semeia vingança, a falar de acolhimento e solidariedade a quem tranca as portas e ergue barreiras, a falar de vida a quem escolhe a morte, a falar de respeito a quem gosta de humilhar, insultar e descartar, a falar de lealdade a quem rejeita qualquer vínculo, confundindo liberdade com um individualismo superficial, opaco e vazio", disse ele.

"Sem nos deixarmos amedrontar pelas dificuldades, zombarias e oposições que, hoje como ontem, nunca faltam na vida apostólica", acrescentou.

O papa Francisco celebrou a missa no dia seguinte à sua viagem à cidade de Verona, no norte da Itália. O pap de 87 anos não foi o celebrante principal, mas fez uma breve homilia em uma cadeira branca na frente da congregação, à direita do altar.

O prefeito do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, cardeal Arthur Roche, foi o celebrante principal da missa de Pentecostes.

Em sua homilia, o papa Francisco explicou como o Espírito Santos nos ajuda a superar as paixões pecaminosas, como a impureza ou a inveja, e depois planta gentilmente as sementes da virtude e as ajuda a crescer.

"Protege-as amorosamente a fim de crescerem e se robustecerem, permitindo-nos saborear, depois do cansaço da luta contra o mal, a doçura da misericórdia e da comunhão com Deus", disse.

"Como diz uma estupenda oração da Igreja antiga, 'a vossa mansidão, ó Senhor, permaneça comigo bem como os frutos do vosso amor'", acrescentou.

Milhares de pessoas estavam reunidas na basílica de São Pedro para a missa de Pentecostes. Depois da missa, o papa Francisco apareceu na janela do Palácio Apostólico e rezou o Regina Coeli em latim.

O papa disse à multidão reunida na Praça de São Pedro que ouvir a Palavra de Deus ajuda a "silenciar as murmurações" e dá espaço para que se ouça a voz consoladora do Espírito Santo.

O Espírito Santo repete em nós "palavras transformadoras do amor", acrescentou, que nos ajudam a perceber o amor eterno de Deus. O papa recomendou que as pessoas passem algum tempo rezando em silêncio na adoração eucarística para ouvir a voz do Espírito Santo.

Francisco também rezou para que o Espírito Santo traga comunhão entre os cristãos, harmonia nas famílias e o fim das guerras na Ucrânia e na Terra Santa.

A solenidade de Pentecostes, que é celebrada 50 dias depois da Páscoa, marca a descida do Espírito Santo.

No final de sua homilia de Pentecostes, o papa Francisco rezou: "Vinde, Espírito Criador, iluminai asa nossa mentes, enchei da vossa graça os nossos corações, guiai os nossos passos, dai ao nosso mundo a vossa paz".
Reportagem: Courtney Mares

SOLENIDADE DE PENTECOSTES

Hoje a Igreja celebra a solenidade de Pentecostes, que comemora a vinda do Espírito Santo sobre Maria e os apóstolos, e toda a Igreja.

 A solenidade de Pentecostes é celebrada após 50 dias da Páscoa. Nesta festa, recorda-se o dom do Espírito Santo, que dissipa a confusão de Babel, (Gn 11,9): com a morte, ressurreição e ascensão ao Céu de Jesus, os povos voltam a se entender com a mesma língua: a dor amor. Em meados do século III, Tertuliano e Orígenes já falavam de Pentecostes como uma festa celebrada após a Ascensão. No século IV, a festa de Pentecostes era celebrada, normalmente, em Jerusalém, como recorda a nobre peregrina Egéria, repropondo o tema da renovação, atuada nos corações dos homens com a vinda do Espírito.
Pentecostes teve início com o povo judeu, que celebra a Festa das Semanas: um acontecimento de origens agrícolas, para comemorar as primícias da colheita e a colheita anual.
Com o passar do tempo, os Judeus começaram a recordar a revelação de Deus a Moisés, no Monte Sinai, e o dom das Tábuas da Lei, os Dez Mandamentos. Para os cristãos, este evento tornou-se memorial de Cristo, que, ao voltar para a glória do Pai, se fez presentes no coração do homem, por meio do Espírito, mediante a lei doada por Deus, escrita nos corações: "A Aliança, nova e definitiva, não é mais fundada em uma lei, escrita em tábuas de pedra, mas na ação do Espírito de Deus, que renova todas as coisas, gravada nos corações de carne" (Papa Francisco, Audiência Geral de 19 de junho de 2019). Com Pentecostes, tem início a Igreja e a sua missão evangelizadora.

"Ao chegar o dia de Pentecostes, todos estavam reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu com ruído, como um vento impetuoso, e encheu toda a sala onde se encontravam. Então, apareceu uma espécie de línguas de fogo, que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Eles ficaram cheios do espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes dava o poder de se expressar" (Atos, 2,1-4);

O tempo da Igreja
O tempo pascal não termina com a solenidade da Ascensão, mas, hoje, termina com a solenidade de Pentecostes, dia em que o Senhor envia o Espírito Santo sobre os discípulos. Este dom os torna capaz de ir "até aos confins da terra", para dar testemunho de Jesus (Cf. Domingo passado). Poderíamos dizer que é, precisamente, com Pentecostes que tem início a nossa ascensão para o Pai.

Todo o texto sugere algo sobre a obra do Espírito em nós. Jesus teve uma longa conversa com seus discípulos, antes da sua Paixão. Em certo momento, afirmou que ainda tinha muitas outras coisas para lhe dizer; mas, acrescenta, apenas, que, por enquanto, os discípulos "não as podiam suportar" (Jo 16,12, ano B). Ele tinha ainda "muitas coisas pra dizer", que não conseguiríamos suportar: algo que não poderíamos entender apenas com a nossa inteligência e as nossas riquezas, muito menos com o poder, com o uso da força. Somente o Espírito pode tornar-se capazes de viver uma vida digna do dom de Deus, deste "algo mais". Ele chega lá aonde nós sozinhos, não podemos chegar; Ele o faz a partir de dentro, sem nos impor um peso adicional e sem pedir um esforço a mais: conduz-nos à Verdade, que não é uma ideologia, mas é o próprio Jesus que convida a nos tornarmos pequenos e pobres, para abrir alas a Deus e aos outros.

Pentecostes é, no fim, a festa da fraternidade, da compreensão e da comunhão. Com a torre de Babel (Gn 11,9), os homens tentaram construir sua autonomia, mas, no final, perceberam que estavam indo uns contra os outros, pois não tinham mais a capacidade de se entender. Queriam demonstrar que o progresso ou a multiplicação dos meios de comunicação poderiam, de um lado, tornar mais independentes, e de outro, revelava quanto custava compreender-se, por causa da desconfiança, que isso inculca nos corações e mentes. O Espírito Santo é o único capaz de fazer-nos falar novas línguas, porque tem o dom de renovar os corações.

MÊS DE MAIO, MÊS DE MARIA.

UMA NOSSA SENHORA PARA CADA DIA.

NOSSA SENHORA DAS VITÓRIAS
HISTÓRIA
A invocação a Nossa Senhora das Vitórias já existia em Portugal desde o tempo de Dom João I, quando este rei, grato à Virgem Maria pela vitória alcançada em Aljubarrota contra os castelhanos, mandara construir um Mosteiro e um Santuário que recebeu o nome de Santa Maria da Vitória. 

Em 1571, a esquadra cristã conseguiu o triunfo contra os turcos na batalha naval de Lepanto, afastando definitivamente do continente europeu o perigo muçulmano. O Papa Pio V, em sinal de gratidão, deu à Virgem Maria o título de Nossa Senhora da Vitória.  

Em 1627 a importante cidade portuária de La Rochelle, na França, tinha-se tornado um grande e poderoso reduto do crescente protestantismo. O Rei católico Luís XIII tinha como ministro um Cardeal chamado Richelieu. Juntos, os dois reuniram o exército e empreenderam um carto a La Rochelle. O objetivo era por fim à onda anticatólica que dominada a cidade.

A vitória, porém, seria muito difícil, pois os protestantes eram apoiados por uma potência bélica: a Inglaterra. Em vista disso, Luís XIII pediu à rainha Ana da Áustria, sua esposa, para movimento os católicos e motivá-los para que se fizessem orações públicas pedindo a vitória da fé católica em todas as igrejas da cidade de Paris.

Assim, começaram grandes movimentações de fiéis liderados pelo Arcebispo de Paris, juntamente com o clero. Todos rezavam o terço pedindo ao Senhor, pela intercessão de Maria, a derrota dos protestantes. Os capelães do exército, por sua vez, também promoveram um grande movimento de orações no meio dos soldados. E a coisa cresceu de tal forma que, em algumas horas do dia ouvia-se a recitação do terço e grandes orações de louvor à Virgem Maria.

Quando Luís XIII percebeu que era a hora, avançou sobre os revoltosos e estes, surpreenderam, se renderam. Em gratidão por essa tão inesperada vitória, o rei Luís XIII lançou, na cidade de Paris, a pedra fundamental da igreja que ele mesmo chamou de Igreja de Nossa Senhora das Vitórias. Seria uma recordação duradoura da vitória sobre La Rochelle.

Graças alcançadas
Ana da Áustria, Rainha da França e esposa de Luís XIII não conseguia engravidar, para dar um herdeiro ao marido. Estavam casados há mais de 23 anos e ela já tinha perdido a esperança. Nesse tempo, um convento de frades de Santo Agostinho, que ficava perto da Igreja de Nossa Senhora das Vitórias, tinha recebido um camponês muito humilde chamado Irmão Fiacre. Este teve compaixão da rainha e começou a pedir a intercessão de Nossa Senhora sobre esta situação. O irmão, então teve um visão da Virgem Maria. A Mãe Celestial lhe disse que as orações seriam atendidas, desde que fossem rezadas novenas nas igrejas indicadas por ela. Dentre estas estava a igreja de Nossa Senhora das Vitórias. E assim foi feito. Então, depois de dez meses de intensas orações, Ana da Áustria deu à luz seu primogênito. Este se tornou o grande rei Luís XIV, um dos mais importantes de toda a história da França.

Em ato de profundo agradecimento, Luís XIII publicou-se um Edito oficial em que consagrou a família real e toda a França a Nossa Senhora. Este Edito ficou conhecido como o Voto de Luís XIII. Até hoje ele é comemorado nas páróquia da França.

Igreja de Nossa Senhora das Vitórias
A famosa Igreja de Nossa Senhora das Vitórias em Paris, hoje, é quase totalmente coberta por ex-voto, ou seja, materiais que simbolizam a graça alcançada; quase sempre são partes do corpo humano às quais foi restituída a saúde. A Igreja foi construída no estilo clássico, é iluminada por milhares de velas e lâmpadas votivas, mostrando a força da veneração que o povo tem para com a Mãe Imaculada. Na fachada da igreja foi gravada uma inscrição de gratidão em letras de outro, que diz: tantas vitórias que lhe vieram do Céu, especialmente d'Aquela que arrasou a heresia.

Devoção de Nossa Senhora das Vitórias no Brasil
Os portugueses, através dos padres Jesuítas, nos legaram a devoção à Nossa Senhora da Vitória, invocada efusivamente em várias regiões no Brasil, em especial nos "Sertões de Dentro". Na cidade de Oeiras, nordeste do Brasil, centro sul do Piauí, o culto à Virgem da Vitória tem início com a ereção da Freguesia em fins do século XVII. 

A imagem primitiva da Virgem chegou a Oeiras pelas mãos dos padres Thomé de Carvalho da Silva e Miguel de Carvalho, vindos de Olinda em Pernambuco "A imagem é setecentista e representava a vitória do bispo de Olinda Dom Frei Francisco de Lima, do Padre Miguel e a vitória de todos aqueles crentes brejeiros, somada à alusão das vitórias portuguesas de Lepanto e Aljubarrota".

No dia 02 de março de 1697 sagrou-se o templo em honra à Senhora da Vitória, uma simples capela rústica, onde foi entronizada a imagem para o culto da povoação Mocha. 

Em 1733 foi edificada a catedral, no mesmo local da capela de taipa e pindoba. "E ao redor do seu vulto a cidade surgiu e cresceu". 

Mais tarde no século XIX a imagem primitiva foi substituída por outra nova imagem desta mesma devoção. As imagens de Nossa Senhora da Vitória, tanto a primitiva quando a atual têm funções distintas. A primitiva encontra-se no Museu de Arte Sacra, como relíquia de uma época, e a atual exposta no retábulo principal do altar-mor da velha matriz, para devoção dos fiéis.

Nossa Senhora da Vitória foi proclamada padroeira do Piauí em Breve Apostólico do Papa João Paulo II, em 16 de julho de 1997, momento em que se comemorava o tricentenário da criação da Freguesia do Brejo da Mocha.


ORAÇÃO A NOSSA SENHORA DAS VITÓRIAS
Santíssima Virgem Maria, Nossa Senhora das Vitórias, filha dileta de Deus Pai, Mãe de Jesus, nosso Salvador, tabernáculo do Espírito Santo, eis-me aqui diante de vossa imagem, para consagrar-me inteiramente a vós. Trago-vos, Senhora, minha vida, meu trabalho, os sofrimentos e as alegrias, as lutas e as esperanças, tudo que tenho e que sou para oferecer ao vosso filho por vossas mãos de mãe. Sou todo vosso, ó Maria. Peço vossa proteção para nunca abandonar a fé católica, traindo a Jesus Conservai-me na graça de vosso divino filho. Dai-me força para viver de verdade o amor fraterno e assumir minha responsabilidade de cristão do mundo. Ó Senhora das Vitórias, aceitai-me domo filho(a) e guardai-me sob o vosso manto protetor. Amém.

sexta-feira, 17 de maio de 2024

MÊS DE MAIO, MÊS DE MARIA.

UMA NOSSA SENHORA PARA CADA DIA

NOSSA SENHORA DO Ó

HISTÓRIA
NOSSA SENHORA DO Ó é uma invocação à Virgem Maria que se originou em Toledo na Espanha. A devoção é inspirada nos últimos dias de gravidez da Mãe do Salvador, em sua expectativa de ver seu Filho Primogênito. Tanto que hoje, a devoção é conhecida como "Expectação do parto de Nossa Senhora". Essa expectativa, porém se resume à mera curiosidade de uma mãe que quer muito ver o filho que carrega em seu ventre. Trata-se de uma expectativa bem mais profunda e sobrenatural, que envolve toda a missão do Salvador que vai nascer.

A expectativa da Virgem Maria por ver o Filho Bendito que está em seu ventre resume a expectativa da humanidade pelo Salvador. É uma expectativa que se baseia nas promessas bíblicas que o próprio Deus fez à humanidade a respeito do Salvador. Tais promessas começam no livro do Gênesis, quando o Senhor Deus mostra sua misericórdia depois do pecado de Adão e Eva, prometendo que a descendência da mulher esmagará a cabeça da serpente. As promessas de que Deus enviaria o Salvador à humanidade perpassam todo o Antigo Testamento até se cumprirem totalmente em Jesus. E esta era grande expectativa da Virgem Maria: não só de ver o rosto de seu Filho, mas de contemplar e colaborar com sua missão redentora da humanidade. Trata-se, portanto, de uma expectativa maravilhosa e sobrenatural.

Porque Nossa Senhora do "Ó"
A origem da denominação Nossa Senhora do "Ó" vem das expressões contidas nas orações litúrgicas que antecediam o Natal de Jesus. Com efeito, na liturgia pré-natalina, as orações começam sempre com a interjeição exclamativa "Ó", como por exemplo: "Ó rebento da Raiz de Jessé... vinde libertar-nos, não tardeis mais", "Ó Sabedoria... vinde ensinar-nos o caminho da salvação", "Ó Emanuel..., vinde salvar-nos, Senhor nosso Deus" Por causa disso, o povo passou a chama-la carinhosamente de Nossa Senhora do "Ó".

A comemoração litúrgica de Nossa Senhora do Ó foi instituída oficialmente no século VI, por ocasião do décimo Concílio de Toledo, Espanha. Neste Concílio, estiveram presentes três santos espanhóis: São Frutuoso de Braga, Santo Ildefonso e Santo Eugênio III de Toledo. Santo Idelfonso foi quem estabeleceu a festa litúrgica de Nossa Senhora do Ó no dia 18 de dezembro, sete dias antes do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo.

A imagem de Nossa Senhora do Ó sempre apresenta a mão esquerda espalmada sobre o ventre avantajado, em fase final de gravidez. A mão direita pode também aparecer em simetria à outra ou levantada, Encontram-se imagens com esta mão segurando um livro aberto ou também uma fonte, ambos significando a fonte da vida. Em Portugal essas imagens costumavam ser de pedra e, no Brasil, de madeira ou argila.

EM PORTUGAL
Em Portugal, o culto à Expectação do Parto, ou a Nossa Senhora do Ó, teria se iniciado em Torres Novas (SANTA MARIA, Frei Agostinho de. Santuário Mariano), onde um antiga imagem da Senhora era venerada na Capela-mor da Igreja Matriz de Santa Maria do Castelo. Esta imagem era conhecida à época de D. Afonso Henriques no Nossa Senhora de Almonda (devido ao rio Almonda, que banha aquela povoação), à época de D. Sancho I por Nossa Senhora da Alcáçova (c. 1187) ou, a partir de 1212, quano se lhe edificou (ou reedificou) a igreja, por Nossa Senhora do Ó. Esta imagem é descrita pelo mesmo autor como:

NO BRASIL
No Brasil, a devoção iniciou-se à época desde o início da colonização, com o Capitão donatário Duarte Coelho, na Capitania de Pernambuco, Tendo fundado a vila de Olinda, nessa povoação erigiu-se sob a invocação de São João Batista, administrada por militares, onde era venerada uma imagem de Nossa Senhora do Ó. De acordo com Frei Vicente Mariano, também se tratava de um imagem pequena com cerca de dois palmos de altura, entalhada em madeira e estofada, de autoria e origem desconhecia. A tradição reputa esta imagem como milagrosa, tendo vertido lágrimas em 28 de julho de 1719.

ORAÇÃO A NOSSA SENHORA DO Ó
Doce Virgem Maria, cujo coração foi Deus preparado para morada do verbo feito carne pelas inefáveis alegrias da expectação de vosso santíssimo parto, ensinai-nos as disposições perfeitas de um íntegra pureza no corpo e na alma, de uma humildade profunda no espírito e no coração, de um ardente e sincero desejo de união com Deus, para que o meigo fruto de vossa benditas entranhas, venha a nascer misericordiosamente em nossos corações, a eles trazendo a abundância dos dons divinos, para redenção dos nossos pecados, santificação de nossa vida e obtenção de nossa coroa no Paraíso, em vossa companhia. Assim seja. Amém.