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domingo, 24 de novembro de 2024

SOLENIDADE DE CRISTO REI DO UNIVERSO.


No ano 325, ocorreu o primeiro Concílio Ecumênico na cidade de Nicéia, Ásia Menor. Na ocasião, foi definida a divindade de Cristo contra as heresias de Ario: "Cristo é Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro do Deus verdadeiro". Após 1600 anos, em 1925, Pio XI proclamou o modo melhor para superar as injustiças: o reconhecimento da realeza de Cristo. De fato, escreveu: "Visto que as festas têm maior eficácia do que qualquer documento do magistério eclesiástico, por captar a atenção de todos, não só uma vez, mas o ano inteiro, atingem não só o espírito, mas também os corações".

A data original da festa de Cristo Rei era o último domingo de outubro, ou seja, no domingo que precedia a festa de Todos os Santos, mas, com a nova Reforma de 1969, foi transferida para o último domingo do Ano Litúrgico. Desta forma, fica claro que Jesus Cristo, o Rei, é a meta da nossa peregrinação terrena. Os textos bíblicos mudam em todos os três anos, para que possamos conhecer, plenamente, a figura de Jesus.

"Naquele tempo, Pilatos perguntou a Jesus: "Es tu o rei dos Judeis?" Jesus respondeu: "Dizes isso por tio mesmo ou foram outros que te disseram de mim?" Disse Pilatos: "Acaso sou eu Judeu? A tua nação e os Sumos Sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizestes?" Respondeu Jesus: "O meu Reino não é deste mundo, Se o meu Reino fosse deste mundo, os meus súditos, certamente, teriam impedido para que eu não fosse entregue aos Judeus. Mas o meu Reino não é deste mundo". Perguntou-lhe então Pilatos: "És, portanto, rei?" Respondeu Jesus: "Tu o dizes: eu sou rei. Nasci e vim ao mundo para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz". (Jo 18,33b-37).

Celebramos, hoje, o último domingo do Ano Litúrgico, chamado Solenidade de Nosso Senhor Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. Esta meta foi-nos indicada no I Domingo do Advento e, hoje a atingimos. Visto que o Ano Litúrgico representa a nossa vida em miniatura, esta experiência primeiro nos ensina e, depois, nos recorda, que estamos a caminho ao encontro com Jesus, o Esposo, que virá como Rei e Senhor da vida e da história. Referimo-nos à sua segunda vinda: a primeira, quando veio como um humilde Menino, depositado na manjedoura (Lc 2,7); a segunda, quando retornará na sua glória, no final dos tempos. Esta vinda é celebrada, liturgicamente, hoje. No entanto, há outra vinda intermediária, que vivemos, hoje, na qual Jesus se apresenta a nós com a Graça do seus Sacramentos e na pessoa de cada um dos "pequeninos" do Evangelho - "Em verdade vos declaro: se não vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos Céus"... (Mt 18,2), isto é, somos convidados a reconhecer Jesus na pessoa dos nossos irmãos e irmãs, a negociar os talentos recebidos, a assumir nossas responsabilidades todos os dias - Ao longo deste caminho, a liturgia se oferece a nós como escola de vida para educar-nos a reconhecer o Senhor, presente na vida cotidiana, e preparar-nos para a sua última vinda.

O ano litúrgico é o símbolo do caminho da nossa vida: tem um início e um fim, rumo ao encontro com o Senhor Jesus, Rei e Senhor, no Reino dos Céus, quando entrarmos pela porta estreita da "irmã morte (São Francisco). Pois bem, no início do Ano Litúrgico (I Domingo do Advento), foi-nos indicada, de antemão, a meta à qual devemos dirigir nossos passos. É como se, em vista de um exame, soubermos, um ano antes, as perguntas e as perguntas! Mas, isso teria sido um exame desonesto. Na liturgia, porém, este é um dom do Mestre Jesus, porque nos permite saber qual o caminho que devemos seguir (Jesus, o Caminho), com quais pensamentos seguir (Jesus, a Verdade), e qual esperança que deverá nos animar (Jesus, a Vida - Jo 14,6).

Na primeira Leitura, extraída do livro do profeta Daniel (7,13-14), encontramos a visão do Filho do Homem, que, no fim dos tempos, ocupará o lugar daqueles que, ao longo da história, se serviram do Povo ao invés de servi-lo. Nesta visão, é evidente que há um fim para os que usurpam o Povo e o exploram. Chegará o dia em que será um "Rei" justo e misericordioso", que assumirá a direção da história dos povos.

Neste contexto de esperança, podemos ler o texto do Evangelho, que a liturgia nos apresenta: o diálogo entre Pilatos e Jesus. Jesus apresenta-se como Rei, mas o seu Reino não é terreno. Na Verdade, Jesus não tenta sobreviver, considerando a sua vida superior à missão recebida do Pai: ele, simplesmente, é Rei e veio ao mundo - diz o texto - para manifestar a sua realeza, que consiste em dar testemunho do Pai; uma vida ao serviço do Pai, Verdade da vida.

O tema da "verdade", que tanto atrai a atenção de Pilatos, mas não a ponto de impedir a execução, requer uma adesão: "Todo aquele que é da verdade, escuta a minha voz". Aqui, Pilatos se detém, por se incapaz de acolher a verdade e por se manipulado pela vontade da multidão, à qual ainda devia pagar um preço político. Nesta sua escolha, Pilatos demonstra o que realmente e é o motivo pelo qual se deixa guiar; por sua vez, Jesus manifesta, até o fim, a Quem pertence e a Quem serve, podendo dizer: "Eu sou o Caminho, a Verdade, a Vida" (Jo 14,6).

A Solenidade de hoje não só revela quem é Pilatos, mas serve, para cada um de nós, para compreender a quem, realmente, estamos servindo. Ao término deste Ano litúrgico é importante saber para quem vai o nosso coração (Lc 12,34). Esta questão pode ajudar-nos a colocar em ordem as nossas vidas e os nossos afetos, a fim de não irmos para aonde vai o coração, mas levar o coração para aonde ele realmente deve ir. Porém, isso só será possível de aceitamos que Jesus é o nosso Rei, Aquele que serve, verdadeiramente, a verdade da nossa vida. 

CELEBRAMOS HOJE A SOLENIDADE DE CRISTO REI.

"VIVA CRISTO REI"
"Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo" (Jo 18,37). 

Com a a solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, a Igreja Católica conclui o Ano Litúrgico recordando aos fiéis e ao mundo que ninguém e nenhuma lei está acima de Deus.

A solenidade de Cristo Rei foi instituída pelo papa Pio XI em 1925 e celebra Cristo como o Rei bondoso e singelo que, como pastor, guia sua Igreja peregrina para o Reino Celestial e lhe outorga a comunhão com este Reino para que possa transformar o mundo no qual peregrina.

Por ocasião desta solenidade, em 2012, ao presidir a missa, o papa Bento XVI explicou que "neste último domingo do Ano Litúrgico, a Igreja nos convida a celebrar Jesus Cristo como Rei do universo; chama-nos a dirigir o olhar em direção ao futuro, ou melhor em profundidade, para a meta última da história, que será o reino definitivo e eterno de Cristo".

A possibilidade de alcançar o Reino de Deus foi estabelecida por Jesus Cristo ao nos deixar o Espírito Santo que nos concede as graças necessárias para obter a santidade e transformar o mundo no amor. Essa é a missão que Jesus Deixou à Igreja ao estabelecer seu Reino.

Em um mundo onde prima a cultura de morte e o crescimento de uma sociedade hedonista, a festividade anual de Cristo Rei anima uma doce esperança nos corações humanos, já quem impulsiona à sociedade a voltar-se para Salvador.

Conforme declarou Bento XVI, "com o seu sacrifício, Jesus abriu-nos a estrada para um relação profunda com Deus: Nele nos tornarmos verdadeiros filhos adotivos, participando assim da sua realeza sobre o mundo. Portando, ser discípulos de Jesus Significa não se deixar fascinar pela lógica mundana do poder, mas levar ao mundo a luz da verdade e do amor de Deus".

E, recordando a oração do Pai-Nosso, Bento XVI destacou as palavras 'Venha a nós o vosso reino', que equivale a dizer a Jesus: Senhor, fazei que sejamos vossos, vivei em nós, reuni a humanidade dispersa e atribuída, para que em Vós tudo se submeta ao Pai da misericórdia e do amor". 

NOVENA A NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS.

SÉTIMO DIA

- Pelo Sinal da Santa Cruz, livrai-nos Deus nosso Senhor dos nossos inimigos.
- Em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Ato de contrição
Senhor Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro, criador e Redentor meu, por serdes Vós que sois, sumamente bom e digno de ser amado sobre todas as coisas, e porque vos amo e estimo, pesa-me, Senhor, de todo o meu coração, de Vos ter ofendido; pesa-me também, de ter perdido o Céu e merecido o Inferno; e proponho-me firmemente, ajudado com o auxílio da vossa divina graça, emendar-me e nunca mais vos tornar a ofender. Espero alcançar o perdão de minhas culpas pela vossa infinita misericórdia. Amém.

Nesse sétimo dia da novena contemplamos Ó Virgem Milagrosa, Rainha Excelsa Imaculada Senhora, sede minha advogada, meu refúgio e asilo nesta terra, meu consolo nas tristezas e aflições, minha fortaleza e advogada na hora da morte. 

Suplica a Nossa Senhora
Ó Imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe, ao contemplar-vos de braços abertos derramado graças sobre os que vo-las pedem, cheios de confiança na vossa poderosa intercessão, inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas inúmeras culpas, acercamo-nos de vossos pés pra vos expor, durante essa oração, as nossas mais prementes necessidades.
(momento de silêncio. Fazer os pedidos).
Concedei, pois, ó Virgem das Graças, este favor que confiantes vos solicitamos, para maior glória de Deus, engrandecimento do vosso nome, e o bem de nossas almas. E para melhor servirmos ao Vosso Divino Filho, inspirai-nos profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre verdadeiros cristãos. Amém.

Ó maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós.

- Pai nosso que estás nos Céus...
- 3 Ave-Marias
- Glória ao Pai ao Filho...

Oração final
Santíssima Virgem, eu reconheço e confesso vossa Santa e Imaculada Conceição, pura e sem mancha. Ó puríssima Virgem Maria, por vossa Conceição Imaculado e gloriosa prerrogativa de Mãe de Deus, alcançai-me de vosso amado Filho e humildade, caridade, obediência, castidade, santa pureza de coração, de corpo, e espírito, alcançai-me a perseverança na prática do bem, uma santa vida, uma boa morte e a graça que te pedimos com toda confiança. Amém.

sábado, 23 de novembro de 2024

NOVENA A NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS.

SEXTO DIA

- Pelo Sinal da Santa Cruz, livrai-nos Deus nosso Senhor dos nossos inimigos.
- Em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Ato de contrição
Senhor Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro, criador e Redentor meu, por serdes Vós que sois, sumamente bom e digno de ser amado sobre todas as coisas, e porque vos amo e estimo, pesa-me, Senhor, de todo o meu coração, de Vos ter ofendido; pesa-me também, de ter perdido o Céu e merecido o Inferno; e proponho-me firmemente, ajudado com o auxílio da vossa divina graça, emendar-me e nunca mais vos tornar a ofender. Espero alcançar o perdão de minhas culpas pela vossa infinita misericórdia. Amém.

Nesse sexto dia da novena contemplamos Maria aparecendo a Santa Catarina, radiante de luz, cheia de bondade rodeada de estrelas, mandando cunhar uma medalha e prometendo muitas graças a todos que a trouxerem com devoção e amor. Guardamos fervorosamente a Santa Medalha, pois, como um escudo, ela nos protegerá dos perigos.

Suplica a Nossa Senhora
Ó Imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe, ao contemplar-vos de braços abertos derramado graças sobre os que vo-las pedem, cheios de confiança na vossa poderosa intercessão, inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas inúmeras culpas, acercamo-nos de vossos pés pra vos expor, durante essa oração, as nossas mais prementes necessidades.
(momento de silêncio. Fazer os pedidos).
Concedei, pois, ó Virgem das Graças, este favor que confiantes vos solicitamos, para maior glória de Deus, engrandecimento do vosso nome, e o bem de nossas almas. E para melhor servirmos ao Vosso Divino Filho, inspirai-nos profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre verdadeiros cristãos. Amém.

Ó maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós.

- Pai nosso que estás nos Céus...
- 3 Ave-Marias
- Glória ao Pai ao Filho...

Oração final
Santíssima Virgem, eu reconheço e confesso vossa Santa e Imaculada Conceição, pura e sem mancha. Ó puríssima Virgem Maria, por vossa Conceição Imaculado e gloriosa prerrogativa de Mãe de Deus, alcançai-me de vosso amado Filho e humildade, caridade, obediência, castidade, santa pureza de coração, de corpo, e espírito, alcançai-me a perseverança na prática do bem, uma santa vida, uma boa morte e a graça que te pedimos com toda confiança. Amém.

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

NOVENA A NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS

QUINTO DIA

- Pelo Sinal da Santa Cruz, livrai-nos Deus nosso Senhor dos nossos inimigos.
- Em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Ato de contrição
Senhor Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro, criador e Redentor meu, por serdes Vós que sois, sumamente bom e digno de ser amado sobre todas as coisas, e porque vos amo e estimo, pesa-me, Senhor, de todo o meu coração, de Vos ter ofendido; pesa-me também, de ter perdido o Céu e merecido o Inferno; e proponho-me firmemente, ajudado com o auxílio da vossa divina graça, emendar-me e nunca mais vos tornar a ofender. Espero alcançar o perdão de minhas culpas pela vossa infinita misericórdia. Amém.

Nesse quinto dia da novena contemplamos Maria desprendendo de suas mãos raios luminosos. Estes raios, disse Ela, são a figura das graças "que derramo sobre todos aqueles que mas pedem e aos que trazem com fé a minha medalha". Não desperdicemos tantas graças! Peçamos, com fervor, humildade e perseverança, poia Maria imaculada nos alcançará.

Suplica a Nossa Senhora
Ó Imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe, ao contemplar-vos de braços abertos derramado graças sobre os que vo-las pedem, cheios de confiança na vossa poderosa intercessão, inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas inúmeras culpas, acercamo-nos de vossos pés pra vos expor, durante essa oração, as nossas mais prementes necessidades.
(momento de silêncio. Fazer os pedidos).
Concedei, pois, ó Virgem das Graças, este favor que confiantes vos solicitamos, para maior glória de Deus, engrandecimento do vosso nome, e o bem de nossas almas. E para melhor servirmos ao Vosso Divino Filho, inspirai-nos profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre verdadeiros cristãos. Amém.

Ó maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós.

- Pai nosso que estás nos Céus...
- 3 Ave-Marias
- Glória ao Pai ao Filho...

Oração final
Santíssima Virgem, eu reconheço e confesso vossa Santa e Imaculada Conceição, pura e sem mancha. Ó puríssima Virgem Maria, por vossa Conceição Imaculado e gloriosa prerrogativa de Mãe de Deus, alcançai-me de vosso amado Filho e humildade, caridade, obediência, castidade, santa pureza de coração, de corpo, e espírito, alcançai-me a perseverança na prática do bem, uma santa vida, uma boa morte e a graça que te pedimos com toda confiança. Amém.

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

SÉRIE: SANTOS CASADOS

A santidade no matrimônio ao longo dos séculos.

SANTA MÔNICA e PATRÍCIO


Mônica, a mãe de Agostinho (o grande Padre da Igreja no Ocidente) nasceu em 331, em Tagaste, no seio de uma família cristã extremamente devota, que provavelmente pertencia ao pequeno círculo de habitantes do norte da África que assimilavam a cultura e moralidade e romanas. Os pais de Mônica confiaram a maior parte da educação de sua filha e uma severa governanta, que instruía a jovem a controlar-se, a mortificar-se e, também, a ter em grande estima a moralidade cristã.

Na aurora de sua juventude, Mônica foi prometida em casamento a um homem chamado Patrício, dono de uma pequena propriedade em Tagaste e integrante do conselho da cidade. Ele era pagão, porém um homem bom e justo, mas inclinado à ira e por vezes à violência. Amava Mônica profundamente, mas isso não o impedia de ter um comportamento rude e desleal. No entanto, a bondade e brandura de Mônica conseguiu conquistar o caráter vicioso do marido, bem como as fofocas da criadagem e irritabilidade da sogra. Por ter vencido essas circunstâncias, Mônica passou a ser respeitada e admirada por suas amigas.

Mônica tinha vinte e três anos quando deu à luz seu filho primogênito, Agostinmho. Além de Agostinho, teve outro filho, Navígio, e uma filha, Perpetua. Com grande esforço e dedicação, proporcionou aos três filhos uma verdadeira educação cristã. Sabemos que Agostinho nasceu e logo foi inscrito na lista de catecúmenos, mas, segundo as tradições da época, ainda não receberia o batismo. No entanto, como ele mesmo relatou, absorveu o nome do Senhor Jesus Cristo do leite de sua mãe, de maneira que a fé cristã enraizou-se até sua medula. A respeito de Perpétua, sabemos que casou-se, porém logo enviuvou, e assim permaneceu, ficando até a sua morte como superiora de um convento em Hipona, o monastério feminino. 

No ano de 371, Mônica perdeu seu cônjuge Patrício. Graças aos esforços da santa esposa, ele havia sido batizado no ano anterior e morrera cristão.

Os dezesseis anos entre a morte de seu marido e a conversão de seu filho Agostinho foram o período mais conturbado e doloroso da vida de Mônica. Ao mesmo tempo, porém, foi período mais belo, pois ela conseguiu viver e completar a sua missão e vocação. No ano de 385, depois de Agostinho enganar sua mãe, deixar a África e ir até Roma, Mônica preparou-se para ir atrás do filho. Ela tinha cinquenta e quatro anos na época, e depois de uma turbulenta travessia chegou a Itália e, em Roma, começou a sua busca por Agostinho. Inicialmente, não teve sucesso, mas seguiu em seu encalço e enfim o descobriu em Milão. Ali encontrou já livre do contágio de heresia maniqueísta, mas sua relação com o cristianismo ainda era vacilante. Cheia de amorosa preocupação, Mônica permaneceu ao lado de seu filho, e um anos mais tarde teve a alegria de celebrar sua conversão, depois de tantas lágrimas derramadas e tantas orações enviadas aos céus.

Na companhia de Agostinho, que havia se convertido mas ainda não havia sito batizado, Mônica retirou-se para Cassago, e ali, durante a Vigília de Páscoa, em 24 de abril de 387, seu filho recebeu do bispo Ambrósio o Sacramento do Batismo. Ela esteve presente na ocasião.

Mãe e filho queriam voltar à África alguns meses depois. Em Óstia Tiberina, enquanto esperavam um navio para fazer a travessia até a África, Mônica contraiu uma doença grave que a levou à morte. Ela faleceu em Óstia e ali foi sepultada, conforme era seu desejo.

Examinemos mais de perto o retrato dessa santa esposa, mãe e viúva, que nos foi deixado através das palavras de seu filho, em suas confissões.

Educada assim na modéstia e temperança, Vós a tornáveis mais submissa aos pais do que eles a tornavam obedientes a Vós. Quando chegou a idade núbil plena, deram-na em matrimônio a um homem, a quem servia como a senhor. Procurava conquistá-la para Vós, falando-lhes de Vós pelos seus bons costumes, com os quais a tornáveis bela, respeitosamente amável e encantadora aos olhos do marido. Sofria-lhes também as infidelidades matrimoniais com tanta paciência, que nunca teve discórdia alguma com o marido por este motivo. Esperava que a vossa misericórdia, descendo sobre ele, o fizesse casto, quando crescesse em Vós.

Se o coração do marido era afetuoso, o temperamento era arrebatado. Mas ela sabia que era melhor não resistir à ira do esposo, nem por ações nem por palavras. Logo que o via mais calmo e sossegado, oportunamente lhe dava a explicação da sua conduta, se por acaso ele irrefletidamente se irritava. Enfim, muitas senhoras tendo maridos muito mais benignos, traziam no rosto desfigurado, os vestígios das pancadas. Conversando entre amigas, insultavam a vida dos esposos. Minha mãe repreendia-lhes a língua, admoestando-se seriamente como por gracejo. Lembrava-lhes que, desde o momento em que ouviram o contrato de matrimônio, como quem escuta a leitura de um documento pelo qual são feitas escravas, elas de deviam considerar como tais. Por este motivo, tendo presentes essa condição não podiam ser altivas com seus senhores.

Estas matronas, conhecendo o mau gênio que ela suportava ao marido, admiravam-se de nada lhe ouvirem, nem por indício algum constar que Patrício lhe batesse ou que algum dia se desaviessem por questiúnculas domésticas. Perguntavam-lhe familiarmente a razão, e a minha mãe expunha-lhes seu modo de proceder, de que acima fiz menção. As que o punham em prática, depois de o experimentarem, felicitavam-na. As outras que não faziam caso, continuavam a ser envergonhadas e oprimidas.

A princípio a sogra irritava-se contra ela, por causa de uns mexericos de escravas malévolas. De tal forma minha mãe conquistou com afabilidades, com paciência e mansidão inalteráveis que a própria sogra espontaneamente denunciou ao filho as línguas intrigantes das escravas como perturbadoras da paz doméstica entre a nora e ela, e lhe rogou que fossem castigadas.

Com efeito, depois Patrício, dócil à mãe e solícito pelo bom governo da casa e pela concórdia entre os seus, mandou flagelar as culpadas, segundo o desejo de quem as acusara. A sogra declarou que podia espera igual castigo  quem quer que, para lhe agradar, lhe dissesse mal da nora. Ninguém ousou mais expor-se a tal risco e viveram as duas em doce harmonia, digna de ser lembrada.

Concedestes ainda um grande dom e esta fiel serva em cujo seio me criastes, ó meu Deus e minha misericórdia. Quando podia, mostrava-se conciliadora entre as almas discordes em desavença, a ponto de ainda referir de uma a outra senão o que podia levá-las a reconciliar-se, ouvindo de um lado e de outro as queixas amargas as quais costuma vomitar a discórdia encolerizada e cheia de ressentimentos, quando em presença de uma amiga, o vômito de rancores contra a inimiga ausente desabafa em azedas confidências.

De pouca importância me parecia este bem, se uma triste experiência não me mostrasse que um grande número de pessoas (não sei porque horrendo contágio de malícia, já espalhado por muito longe) não só repete a inimigos encolerizados o que uns zangados disseram de outros, mas ainda acrescenta coisas que eles não proferiram. Pelo contrário, deve ter-se em pouca conta para alguém dotado de sentimentos humanos, o não atiçar ou não acender, com ditos malévolos, as inimizades dos outros, se não procura também, com boas palavras , extingui-las.

Assim era minha mãe, como Vós, seu íntimo Mestre, a ensinastes na escola do coração. Enfim, até Vós ganhou o marido, nos últimos tempos desta vida temporal, e não teve mais a lamentar nele o que lhe sofrera antes de se converter. Era verdadeiramente a serva dos vossos servos! Todos os que a conheciam Vos louvaram, honradamente, honrando-Vos e amando-Vos nela, porque lhe sentiam no coração a vossa presença, comprovada pelos frutos de uma existência tão santa. Tinha sido esposa de um só marido, saldara aos pais a sua dívida de gratidão, governara a casa piedosamente. Com as suas boas obras, dava testemunho de santidade.

Educara os filhos, dando-os tantas vezes à luz, quantas os via apartarem-se de Vós. Enfim, ainda antes de ela adormecer no Senhor quando já vivíamos unidos em Vós pela graça do batismo, era tão desvelada para todos (já que por vossa liberalidade permitis que nos dirigimos aos vossos servos) como se nos tivesse gerado a todos, servindo-nos como se fosse filha de cada uma.

Em suas confissões, Santo Agostinho descreve a morte de sua piedade mãe, em Óstia, e como despediu-se de Mônica, que era um exemplo de esposa, mãe e viúva, e que pode realmente de modelo para todos os casais cristãos.

HOLBÖCK, Ferdinand. Santos Casados: A santidade no matrimônio ao longo dos séculos. P. 21, RS: Minha Biblioteca Católica 2020.
 
   

CANONIZAÇÕES DE CARLO ACUTIS E PIER GIORGIO FRASSATI JÁ TÊM DATA MARCADA.

O papa Francisco anunciou nesta quarta-feira (20/11) as datas de canonização de Carlo Acutis e Pier Giorgio Frassati, exemplos de santidade especialmente para os jovens de hoje.

No final da Audiência Geral, Francisco anunciou que Carlo Acutis será proclamado santo durante o Jubileu dos Adolescentes, que será em Roma, de 25 a 27 de abril de 2025. Num comunicado posterior, o arcebispo de Assis, dom Domenico Sorrentino, disse que a canonização de Acutis esta marcado para domingo, 27 de abril de 2025, às 10h30, na Praça de São Pedro.

Ele também informou que Pier Giorgio Frassati será elevado aos altares durante o Jubileu da Juventude, entre 28 de julho e 3 de agosto do próximo ano.

A data de canonização de Carlo Acutis era aguardada com ansiedade desde que o papa Francisco aprovou o milagre atribuído à sua intercessão em 23 de maio: Valeria Valverde, uma costarriquenha de 21 anos, sobreviveu milagrosamente a um grave acidente de bicicleta que a deixou à beira da morte com traumatismo craniano grave.

Acutis, conhecido por muitos como "o influenciador de Deus", cuja vida e amor pela Igreja e pela eucaristia ultrapassaram fronteiras, será elevado aos altares em um dos dias em que adolescentes de todo o mundo fazem uma peregrinação a Roma como parte do ano Jubilar. 

CELEBRAMOS HOJE A APRESENTAÇÃO DE NOSSA SENHORA NO TEMPLO.

A Igreja celebra hoje (21/11) a Apresentação de Nossa Senhora no Templo e, por isso, também realiza também o dia em que os fiéis são convidados a dar graças ao Senhor por aqueles e aquelas que entregam sua vida a Deus nos conventos de clausura.

Segundo a tradição, a menina Maria foi levada ao Templo por seus pais para que integrasse o grupo de donzelas que ali eram consagradas a Deus e instruídas na piedade.

Segundo o "Protoevangelho de São Tiago", uma fonte cristã que não está incluída no Canon da Bíblia, a Virgem foi recebida pelo sacerdote, que a abençoou e exclamou: "O Senhor engrandeceu seu nome por todas as gerações, pois ao fim dos tempos manifestará em ti sua redenção aos filhos de Israel".

No século VI já se celebrava esta Festa no Oriente. Em 1372, o Papa Gregório XI a introduziu em Avignon e, posteriormente, o Papa Sisto V s estendeu a toda a Igreja.

Nesta data também se recorda a Dedicação da Igreja da Santa Maria Nova, no ano 543, que foi edificada perto do Templo de Jerusalém.

Na Liturgia das Horas, lê-se: "Neste dia da solene consagração da igreja de Santa Maria Nova, construída junto ao templo de Jerusalém, celebramos com os cristãos do Oriente aquela consagração que Maria fez a Deus de si mesma desde a infância, movida pelo Espírito Santo de cuja graça ficara plena na sua imaculada conceição.

Em 21 de novembro de 1953, o Papa Pio XII instituiu este dia como a "Jornada Pro Orantibus", em honra às comunidades religiosas de clausura.

Por isso, em 2014, o Papa Francisco incentivou que esta seja "uma ocasião oportuna para dar graças ao Senhor pelo dom de tantas pessoas que, nos mosteiros e eremitérios, se dedicam a Deus na oração e no silêncio operoso, reconhecendo-lhe o primado que só a Ele compete".

"Demos graças ao Senhor pelos testemunhos de vida claustral, sem lhes fazer faltar o nosso auxílio espiritual e material, para cumprir esta importante missão", enfatizou o Pontífice. 

NOVENA A NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS.

QUARTO DIA

- Pelo Sinal da Santa Cruz, livrai-nos Deus nosso Senhor dos nossos inimigos.
- Em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Ato de contrição
Senhor Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro, criador e Redentor meu, por serdes Vós que sois, sumamente bom e digno de ser amado sobre todas as coisas, e porque vos amo e estimo, pesa-me, Senhor, de todo o meu coração, de Vos ter ofendido; pesa-me também, de ter perdido o Céu e merecido o Inferno; e proponho-me firmemente, ajudado com o auxílio da vossa divina graça, emendar-me e nunca mais vos tornar a ofender. Espero alcançar o perdão de minhas culpas pela vossa infinita misericórdia. Amém.

Nesse quarto dia da novena contemplamos Santa Catarina Labouré em oração, a 27 de novembro de 1830, apareceu-lhe a Virgem Maria, formosíssima, esmagando a cabeça da serpente infernal. Nessa aparição, vemos seu desejo imenso de nos proteger sempre contra o inimigo de nossa salvação. Invoquemos a Imaculada Mãe com confiança e amor, as graças para aqueles que mais pedem.

Suplica a Nossa Senhora
Ó Imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe, ao contemplar-vos de braços abertos derramado graças sobre os que vo-las pedem, cheios de confiança na vossa poderosa intercessão, inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas inúmeras culpas, acercamo-nos de vossos pés pra vos expor, durante essa oração, as nossas mais prementes necessidades.
(momento de silêncio. Fazer os pedidos).
Concedei, pois, ó Virgem das Graças, este favor que confiantes vos solicitamos, para maior glória de Deus, engrandecimento do vosso nome, e o bem de nossas almas. E para melhor servirmos ao Vosso Divino Filho, inspirai-nos profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre verdadeiros cristãos. Amém.

Ó maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós.

- Pai nosso que estás nos Céus...
- 3 Ave-Marias
- Glória ao Pai ao Filho...

Oração final
Santíssima Virgem, eu reconheço e confesso vossa Santa e Imaculada Conceição, pura e sem mancha. Ó puríssima Virgem Maria, por vossa Conceição Imaculado e gloriosa prerrogativa de Mãe de Deus, alcançai-me de vosso amado Filho e humildade, caridade, obediência, castidade, santa pureza de coração, de corpo, e espírito, alcançai-me a perseverança na prática do bem, uma santa vida, uma boa morte e a graça que te pedimos com toda confiança. Amém.

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

TRÊS SANTOS QUE DEDICARAM A VIDA A PROTEGER E EVANGELIZAR OS NEGROS.

Hoje (20/11), é comemorado Dia Nacional da Consciência Negra. A seguir, a vida de três santos católicos que dedicaram suas vidas a proteger e a evangelizar os escravos negros na América e na África.

SANTA ROSA DE LIMA
A primeira santa do continente americano, padroeira da América, das Índias e das Filipinas, dedicou especial atenção à evangelização de índios e negros durante sua vida, entre o final do século XVI e o início do século XVII. Ela deu atenção preferencial à evangelização dos índios e negros".

E não podendo realizá-lo pessoalmente, contribuiu com suas orações e sacrifícios, além de arrecadar esmolas para que pudessem ser formados seminaristas pobres.

SÃO PEDRO CLAVER, O "ESCRAVO DOS ESCRAVOS"

Nascido em 1580 em Verdú, Espanha, são Pedro Claver, padre jesuíta, viveu a maior parte de sua vida e morreu em Cartagena das Índias, Colômbia, cuidado e evangelizando negros que foram levados para o continente americano como escravos.

Cartagena das Índias foi no século XVII um dos principais portos de entrada de escravos trazidos para os territórios hispânicos. Com a ajuda de catequistas poliglotas, são Pedro Claver abordou em todos os navios negreiros que entravam no porto".

Nos navios, com a ajuda de intérpretes, atendia os negros, alimentava, curava e evangelizava.

Ao fazer os votos perpétuos na Companhia de Jesus, São Pedro Claver assinou: Petrus Claver, aethiopum semper servus, que poderia ser traduzido como "Pedro Claver, escravo dos negros para sempre".

Estima-se que ele tenha batizado e evangelizado mais de 300 mil escravos durante as quatro décadas que viveu em Cartagena da Índias.

SÃO CHARLES DE FOUCAULD

O Francês são Charles ou Carlos de Foucauld, canonizado em 15 de maio de 2022, via a escravidão como uma "monstruosidade" e passou seus anos como eremita na África libertando e evangelizando escravos nas mãos dos nômades tuaregues na virada do século XX.

René Bazin, o primeiro biógrafo de Charles de Foucauld, cita-o comprometendo-se a "trabalhar com todas as nossas forças para abolir a escravidão.