HISTÓRIA
SANTA TERESA DOS ANDES, cuja nome de batismo era Juanita Enriqueta Josefina de los Sagrados Corazones Fernández Solar, nasceu em Santiago do Chile, em 13 de julho de 1900. Ela foi a quarta de seis filho de Miguel Fernández Jaraquemada e Lucía Solar Armstrong, uma família abastada e profundamente católica. Juanita se tornaria a primeira santa chilena carmelita descalça da América Latina.
Desde muito pequena, Juanita demonstrou uma sensibilidade incomum para as coisas divinas. Aos três anos, já fazia perguntas sobre Deus, o Céu e A Virgem Maria. Ela era uma criança alegre, inteligente e com um temperamento enérgico, mas que, desde cedo, se esforçava para controlar e aprimorar.
A Primeira Comunhão, recebida em 11 de setembro de 1910, foi um marco decisivo em sua vida. A partir desse dia, a Eucaristia tornou-se o centro de sua existência, e ela buscava comungar diariamente. Foi nesse período que um terremoto em 1906 a marcou profundamente, levando-a a sentir que "Jesus começou a apoderar-se do meu coração".
Juanita frequentou a colégio das Irmãs do Sagrado Coração. Lá, destacava-se por sua grande caridade para com os pobres, acolhendo e ajudando crianças necessitadas. Seu Irmão Lucho a ensinou a rezar o rosário, uma prática que ela manteria fielmente pro toda a vida.
A adolescência de Juanita foi um período de intenso amadurecimento espiritual. Embora desfrutasse das atividades sociais, esportes e amizades típicas de sua idade, ela sentia um chamado cada vez mais forte à vida contemplativa. A leitura da autobiografia de Santa Teresinha do Menino Jesus, "História de uma alma", em 1914, foi uma grade inspiração e confirmação de sua vocação para o Carmelo.
Juanita enfrentou desafios de saúde, incluíndo uma apendicite que exigiu uma cirurgia delicada em 1914. Apesar de sua natureza inicialmente orgulhosa e teimosa, ela lutou constantemente contra seus defeitos, buscando a santidade através da oração e da mortificação. Ela alcançou um notável equilíbrio psicológico e espiritual. Aos 15 anos, fez voto de virgindade, renovando-o continuamente. Suas amigas a viam como um modelo e conselheira, reconhecendo nela uma diferença que transcedia sua jovialidade e simpatia.
Em agosto de 1918, ela deixou o colégio para ajudar em casa após o casamento de sua irmã Lucita, dedicando-se com sacrifício à felicidade de sua família. Ela via essa experiência como uma preparação para a vida religiosa.
Em 7 de maio de 1919, aos 18 anos, Juanita ingressou no Carmelo Descalço de Los Andes, adotando o nome de Teresa de Jesus. Sua entrada no convento representou uma separação definitiva do mundo e da família, um passo que que ela abraçou com resignação e alegria.
Sua vida no Carmelo, embora durando apenas 11 meses, foi de profunda entrega e fervor. Em 27 de junho de 1919, fez seus votos de pobreza, obediência e castidade, e em 14 de outubro do mesmo ano, recebeu o hábito de noviça. Era vista pelas irmãs como uma alma já santa, dedicando-se à oração, ao sacrifício e ao amor a Cristo, intercedendo pela Igreja e pela humanidade. O confessor de Juanita no Carmelo afirmou que ela jamais cometeu imperfeição deliberada no convento.
Sua saúde, porém, era frágil. Na Sexta-feira Santa de 1920, ela adoeceu gravemente com tifo. Sua doença progrediu rapidamente e, em 12 de abril de 1920, com apenas 19 anos, Irmã Teresa de Jesus faleceu, oferecendo sua vida como vítima expiatória pelos sacerdotes, sua família e a sociedade.
A fama de santidade de Teresa de Jesus dos Andes espalhou-se rapidamente no Chile e em todo o mundo. Seu diário e suas cartas, publicados postumamente, revelaram a profundidade de sua vida interior e seu amor ardente por Deus, tornando-se uma fonte de inspiração para muitos.
Ela beatificada por São João Paulo II em 3 de abril de 1987, em Santiago no Chile, durante sua visita apostólica. Menos de seis anos depois, em 21 de março de 1993, o mesmo Papa João Paulo II a canonizou na Basílica de São Pedro, em Roma, proclamando-a um modelo para a juventude. Santa Teresa de Jesus dos Andes tornou-se, assim, a primeira santa chilena, a primeira carmelita descalça de fora da Europa e a quarta "Santa Tereza" do Carmelo, após Santa Teresa de Ávila, Santa Teresa Margarida Rede e Santa Teresinha do Menino Jesus.
Seus restos mortais são venerados no Santuário de Auco-Rinconada de Los Andes, que atrai milhares de peregrinos anualmente. Sua festa é celebrada em 13 de julho, dia de seu nascimento.
A vida de Santa Teresa dos Andes, apesar de sua brevidade, deixou um legado doradouro de fé, pureza e amor radical a Deus. Ela nos mostra que a santidade é acessível a todos, independentemente da idade, e que a entrega total a Cristo pode transformar uma vida comum em um farol de luz para o mundo. Sua história continua a inspirar jovens a buscarem a Deus e a viverem com um propósito maior.
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