BARTOLO LONGO nasceu em 10 de fevereiro de 1841, na pequena cidade Latiano, perto de Brindisi, no sul da Itália. Ele era filho de uma família proeminente e católica. Seu pai, Bartolomeu Longo, era médico, e sua mãe, Antonia Luparelli, era fila de um magistrado. Essa origem lhe proporcionou uma base de fé sólida e boas condições financeiras.
A infância de Bartolo é descrita como piedosa e feliz. Ele mesmo se definia como "um menino viva, impertinente e quase travesso", com uma inteligência notável e um caráter ardente e decidido. Bartolo não era de meias-medidas; sua personalidade apaixonada e conduziria, como ele mesmo diria, "ao extremo do bem, ou ao do mal". Aos seis anos, ele foi educado em um internato dos Padres Escolápios, onde realizou seus estudos primários e secundários.
A primeira grande perda veio em 1851, quando seu pai faleceu. Sua mãe casou-se novamente com um advogado, e Bartolo continuou seus estudos, ingressando no curso de Direito na Universidade de Nápoles em 1858.
A queda para a escuridão
A ida para a universidade, em Nápoles, foi o ponto de inflexão na vida de Bartolo. O ambiente intelectual da época era hostil à Igreja Católica, dominado pelo racionalismo, anticlericalismo e filosofias ateias. Afastado da oração, longe da vigilância familiar e influenciado por professores ímpios, Bartolo se afastou da fé. Com seu temperamento impetuoso, que exigia uma entrega total, ele mergulhou de cabeça nas modas filosóficas e políticas da época. Su busca incessante por respostas o levou a se envolver profundamente com o ocultismo e o espiritismo.
Seu envolvimento foi tão profundo que ele passou a integrar uma seita anticatólica, chegando a ser, segundo relatos biográficos, ordenado como um "sacerdote satânico". Ele ridicularizava publicamente a Igreja e organizava manifestações contra ela, tornando-se uma figura ativa na subversão da fé. No entanto, essa vida de escuridão trouxe-lhe apenas angústia, pertubações e um definhamento físico e emocional, levando-o a um estado de desespero e medo da danação.
A Conversão e o "Apóstolo do Rosário"
A luz veio através de um professor, Vincenzo Pepe, que o aconselhou a buscar um sacerdote. Em 1865, Bartolo procurou o Padre Alberto Radente, um religioso dominicano. Após um período de acompanhamento e uma confissão de arrependimento profundo e sincero, Bartolo recebeu a absolvição. Seu conselheiro o instruiu a agarrar-se à promessa de Nossa Senhora: "Quem propaga o meu Rosário será salvo". Foi nesse momento que Bartolo prometeu dedicar sua vida a difundir a devoção mariana.
Decidido a repara seus erros, ele abandonou completamente a carreira de advogado e, em 1871, tornou-se um Terciárioi Dominicano, recebendo o nome de "Irmão Rosário".
Em 1872, Bartolo Longo foi a Pompeia para cuidar dos assuntos de Marianna de Fusco, uma viúva rica, com quem mais tarde se casaria em um matrimônio em castidade, totalmente dedicado à missão. A região do Vale de Pompeia era um deserto espiritual, assolado pela pobreza, ignorância religiosa e superstições.
Bartolo sentiu o chamado de restaurar a fé naquele povo. Sua missão começou de forma humilde: ensinando o catecismo e promovendo o Rosário. O momento decisivo veio quando ele obteve uma antiga e danificada imagem de Nossa Senhora do Rosário. Ao colocá-la na capela arruinada, graças e milagres começaram a ser atribuídos à intercessão de Maria.
Impulsionado por esses prodígios e com o apoio de sua esposa e de doadores, Bartolo iniciou a construção do grande Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Pompeia, consagrado em 1891, que se tornaria um dos centros de peregrinação mais importantes do mundo.
Sua obra não era apenas espiritual, mas também social, Para realizar a missão de "salvação e caridade", Bartolo fundou escolas, orfanatos e, notavelmente, abrigos para os filhos de presidiários, os mais marginalizados da sociedade. Para gerir e sustentar essas instituições, ele fundou a Congregação das Filhas do Santo Rosário de Pompeia.
Bartolo longo faleceu em 5 de outubro de 1926, deixando um legado monumental de fé e misericórdia. Em seu testamento, reafirmou seu desejo de morrer "entre os braços da Virgem do Rosário". A Igreja Católica reconheceu a santidade de sua vida. Ele foi beatificado pelo Papa São João Paulo II em 26 de outubro de 1980, que o aclamou como o "Apóstolo do Rosário" e visitou o Santuário, em 2015, o Papa Francisco também peregrinou ao local, recitando a "Pequena Súplica", uma oração histórica composta pelo próprio Bartolo.

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