Pesquisar este blog

SÃO LUIZ BELTRÃO

Festa Litúrgica 09 de outubro.

HISTÓRIA
A vida de São Luís Beltrão, um proeminente frade dominicano do século XVI, é a história de uma vocação fervorosa, de um missionário destemido e de um profeta da justiça.

Luís Beltrão nasceu em Valência, Espanha, em 1º de janeiro de 1526, primeiro do nove filhos do casal Juan Beltrão e Juana Angela Exarch, família nobre e profundamente cristã. Seu pai, era um respeitado notário, e desejava para o filho uma carreira que mantivesse o status da família nobre de Valência, como o direito ou, no máximo, o sacerdócio no clero secular. 

Desde cedo Luís demonstrou uma grande devoção, sendo notável por sua humildade e obediência. Aos 8 anos, já rezava a diariamente o Ofício de Nossa Senhora, e aos 15, quebrou os costumes da época ao receber permissão para comungar três vezes por semana algo incomum para a época.

Seu caminho vocacional foi marcado por forte resistência paterna. O pai, um notário de prestígio desejava que Luís seguisse uma carreira secular ou, no máximo. No entanto o desejo de Luís era ir além da vida secular: ele queria consagrar-se a Deus na Ordem Dominicana. Essa decisão gerou um intenso conflito com seu pai. Certa vez, o jovem chegou a fugir de casa para se dedicar a Deus, mas foi trazido de volta. Quando ele finalmente procurou o convento dominicano, seu pai tentou intervir, alegando que o filho era muito doente e frágil para suportar a vida do claustro. Foi preciso persistência e a mudança do prior do convento para que Luís fosse finalmente admitido na Ordem em agosto de 1544, aos 18 anos.

Após fazer os seus votos Luís seguiu um trajetória rápida de santidade. foi ordenado sacerdote em 1547 por Santo Tomás Villanueva (o Arcebispo de Valência), Luís Beltrão deu passos largos na santidade. Seu primeiro serviço de grande relevância foi como mestre dos noviços no convento de Valência, uma função que exige maturidade espiritual e capacidade de direção, que ele exerceu com apenas 23 anos. 

O que realmente impulsionou Luís para a história foi seu ardente desejo de evangelizar as novas terras. Em 1562, ele obteve permissão e partiu para a América do Sul, desembarcando em Cartagena (atual Colômbia).

Por sete anos, sua vida foi dedicada à árdua e perigosa tarefa missionária. Ele se embrenhou em regiões habitadas por indígenas, como Tuberé, Cipacoa e Paluato, aprendendo as línguas nativas para pregar. Seu sucesso foi estrondoso: os registros batismais, escritos por sua própria mão, atestam a conversão de milhares de indígenas - alguns biógrafos estimam em mais de 10.000 convertidos apenas na região de Tubará.

Mais do que um catequista, São Luis Beltrão foi um profeta da justiça social. Ele denunciou abertamente e sem medo os abusos, a exploração e a crueldade cometidas pelos exploradores espanhóis contra os indígenas e, posteriormente, contra os negros escravos.

Seu zelo custou-lhe caro. Sua vida esteve constantemente em risco: ele foi alvo de envenenamento por duas vezes e assaltado em quatro ocasiões com ameaças de morte. Contudo, seu destemor e a força de sua pregação e oração era tão grandes que, segundo a tradição, o veneno teria se transformado em cinzas em sua mão, livrando-o da morte.

Em 1596, São Luís Beltrão retornou à Espanha por obediência ao seus superiores. A intenção era usar suas vasta experiência missionária para recrutar e formar novos apóstolos que pudessem seguir para a América.

De volta a Valência, ele assumiu cargos de direção na Ordem Dominicana e se destacou como um poderoso pregador e confessor. Foi um conselheiro espiritual muito procurado, e entre os que buscavam sua orientação estava Santa Tereza de Ávila.

Seu ensinamento central era que a arma mais eficaz na conversão das almas não era a retórica, mas sim uma intensa vida de oração e de sacrifício, e que a pregação deveria ser sempre acompanhada pelas boas obras, pois o mau exemplo era fatal para o Evangelho.

Frei Luís Beltrão adoeceu em 1580 e, após um período de sofrimento, faleceu em Valência em 9 de outubro de 1581, aos 56 anos, enriquecendo a Igreja com sua vida missionária.

Seu pai, que tanto se opôs à sua entrada na Ordem, teria se convertido de sua posição antes de morrer, declarando: "Meu filho, uma das coisas que mais me afligiu na vida foi ver-te frade, mas hoje, o que mais me consola é saber-te frade!"

Luiz Beltrão foi canonizado pelo papa Clemente X em 1671, na mesma cerimônia em que foram elevados aos altares Santa Rosa de Lima e São Francisco de Borja, sendo reconhecido como o "Apóstolo das Américas" por sua dedicação inabalável a levar a fé e a justiça eo Novo Mundo.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário