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terça-feira, 12 de novembro de 2024

SÉRIE: HISTÓRIA DOS PAPAS.

SÃO HIGINO
9º PAPA DA IGREJA
Pontificado 136-140 (4 anos)
Festa litúrgica 11 de janeiro

HISTÓRIA
Nasceu em Atenas, no Grécia, no ano 90, Higino era filho de um filósofo grego e, provavelmente, teve uma formação cultural e analítica mais ampla para sua época. Não são conhecidas muitas informações de sua vida, mas, como cristão, enfrentou as mesmas dificuldades da comunidade cristã de sua época, que era perseguida pelos pagãos. Seu pontificado iniciou no ano 136 e introduziu muitos costumes típicos e importantes da liturgia católica.

O Papa Higino sucedeu o Papa Telésforo e se esforçou em tornar mais precisa a questão da hierarquia no interior da Igreja. E parece mesmo que o Papa Higino gostava bastante de ordem, foi ele também quem introduziu o costume da existência do padrinho e da madrinha no batismo. Outra tradição amplamente difundida e praticada entre os católicos.

Além dessas marcas tradicionais do ritual e da estrutura católica, o Papa Higino enfrentou as típicas perturbações causadas pelas constantes perseguições as seguidores da fé cristã. Para o cristianismo primitivo, essa era uma condição comum, não diferente daquela enfrentada por muitos outros papas. Mas uma preocupação de seu pontificado foi e relação ao que se considerava como heresia, que nascia e começava a tomar forma naquele momento. O papa Higino identificou e condenou heresias e seus heresiarcas, conquistando vitória sobre eles.

Outro tipo de desafio aguardava Higino. Ele teve que excomungar e anatematizar o herege Cerdão, que pregava a existência de dois deuses. Um deles era o Deus, severo e difícil do Antigo Testamento, e o outro, o Deus bondoso do Novo Testamento, que enviara seu filho à Terra para libertar a humanidade da tirania do antigo  Deus. Este último, segundo Cerdão, era Jesus Cristo, que, na visão do herege, não teria realmente encarnado ou sido crucificado, mas apenas causado essa ilusão. Essencialmente, isso refletia o gnosticismo dualista, uma doutrina que ressurge periodicamente ao longo da história da Igreja. Alguns seguidores mais radicais dessa vertente afirmavam que, como Deus era maligno, todos os heróis do Antigo Testamento também seriam maus, enquanto seus inimigos seriam bons. Além disso, identificavam o demônio do Antigo Testamento com o Pai do Novo Testamento. Essa crença se baseava na antiga ideia de que a matéria (e seu criador) eram maus, sendo uma armadilha para as almas humanas. O verdadeiro Deus seria o criador apenas do espírito.  

Não há a certeza sobre a causa da morte do Papa Higino, mas registros indica que ele foi martirizado após quatro anos de pontificado, com  50 anos de idade no ano 140. Ele foi enterrado próximo à tumba de São Pedro.




quinta-feira, 7 de novembro de 2024

SÉRIE: SANTOS CASADOS.

A santidade do matrimônio ao longo dos séculos.

SÃO GREGÓRIO DE NAZIANZO e SANTA NONA.

São Gregório de Nazianzo, o Velho é um santo da Igreja Oriental. Foi casado com Santa Nona, que deu a ele três filhos.

Gregório nasceu por volta do ano 274. Era um rico proprietário de terras em Arianzo, perto de Nazianzo, e funcionário de alto escalão do governo. Quando à sua visão de mundo, no início pertenceu a uma peculiar seita que reunia em suas crenças uma mistura de elementos pagãos e judeus e adoravam a "Zeus Hipsisto", o Deus "altíssimo". 

Graças a Santa Nona, sua esposa cristã, aos quarenta e cinco anos Gregório converteu-se ao cristianismo. Foi batizado em 325 e passou a dedicar-se de todo coração à sua fé na congregação cristã de Nazianzo, na Capadócia, onde foi eleito como bispo quatro anos depois, em 329.

Ao aprovar a fórmula arianizante do Sínodo de Rimini (359), o bispo Gregório, o Velho, fez com que se revoltassem contra ele os monges de Nazianzo. Seu filho Gregório, o Jovem, interveio nesse desentendimento e reconciliou-os, graças a seu prestígio e ao seu dom de retórica.

Em 374 morreu o bispo Gregório de Nazinzo, o Velho com quase 100 anos de idade. Seu filho, que também era bispo, proferiu a oração fúnebre.

SANTA NONA, esposa de São Gregório de Nazianzo, o Velho, era filha de um certo Filâncio. A julgar pela descrição que seu filho São Gregório de Nazianzo, o Jovem, fez no discurso fúnebre para o pai, assim como nas orações fúnebres para o irmão Cesário e a irmã, Gorgônia, Santa Nona provavelmente foi um modelo de esposa e mãe cristã: sempre esforçando-se em praticar as virtudes cristãs e levar um vida genuinamente piedosa; era devota e modesta em extremo e demonstrava um profundo amor pelos pobres. Acima de tudo, criou seus três filhos de tal maneira que plantou em cada um os alicerces para sua futura santidade.

Santa Nona concluiu sua santa vida em 374. Morreu na igreja que costumava frequentar, durante a celebração da Eucaristia. O grande historiador da Igreja, César Barônio, empenhou-se em promover no Ocidente a devoção litúrgica a essa nobre mulher e mãe, incluindo-a no Martirológio Romano no dia 5 de agosto. 

HOLBÖCK, Ferdinand. Santos Casados: A santidade no matrimônio ao longo dos séculos. P. 33, RS: Minha Biblioteca Católica 2020.

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

CELEBRAMOS HOJE; SÃO CARLOS BORROMEU.

PATRONO DO PAPA JOÃO PAULO II
Hoje (4/11) a Igreja celebra são Carlos Borromeu, o santo padroeiro de são João Paulo II e muito ligado à vida do pontífice polonês. Conheça uma parte da história do valente são Carlos, que também é padroeiro dos catequistas e seminaristas.

São Carlos Borromeu nasceu na Itália em 1538, em uma família muito rica. Era sobrinho do papa Pio IV e ocupou altos cargos eclesiásticos, chegando a ser arcebispo de Milão e Cardeal.

Sua participação no Concílio de Trento foi a chave para este chegar a um término, no qual foram aprovados muitos decretos dogmáticos e disciplinares.

São Carlos se preocupou bastante com a formação dos sacerdotes. Desistiu alguns presbíteros indignos e os substituiu por pessoas que restauraram a fé e os costumes do povo.

A vida de são Carlos Borromeu correu grave perigo quando a ordem religiosa dos Humiliati, que possuía muitos mosteiros, terras e membros corrompidos, tentou desprestigiá-lo para que o papa anulasse as disposições do santo. Não alcançando este objetivo, três piores da ordem armaram um complô para matá-lo.

Jerónimo Donati, um mau sacerdote da ordem, aceitou assassiná-lo por 20 moedas de ouro e disparou contra ele quando estava rezando na capela de sua casa, mas a bala só tocou a roupa e o manto do Cardeal.

Quando se propagou em Milão uma terrível peste, são Carlos se dedicou aos cuidados dos enfermos. Como seu clero não era o suficiente para atender as vítimas, pediu ajuda aos superiores das comunidades religiosas e imediatamente muitos religiosos se ofereceram como voluntários.

Borromeu não se contentou em rezar e atender pessoalmente os moribundos, mas também esgotou seus recursos para ajudar os necessitados e contraiu grandes dívidas.

Foi amigo de são Francisco de Borja, são Felipe Neri, são Pio V, são Félix de Cantalício, santo André Avelino e muitos outros. Chegou inclusive a dar a primeira comunhão ao adolescente são Luís Gonzaga.

Morreu no dia 4 de novembro de 1584, sendo pobre e dizendo: “Já vou, Senhor, já vou”.

São Carlos Borromeu e são João Paulo II
Embora tenham vivido em épocas diferentes, os dois estão unidos por ter histórias parecidas que o próprio são João Paulo II ressaltou em sua audiência de 4 de novembro de 1981.

A primeira semelhança está no nome. "Karol" Wojtyla em português é "Carlos", nome com o qual João Paulo II foi batizado, estando sob a proteção do santo para crescer na missão de ser filho adotivo de Deus.

"Eis o papel que São Carlos desempenha na minha vida e na vida de todos aqueles que usam o seu nome", disse.

A segunda semelhança é em uma arma. Assim como tentaram acabar com a vida do arcebispo de Milão, no século XVI, o papa peregrino enfatizou que o atentado que sofreu em maio de 1981 tinha lhe permitido "olhar, para a vida de modo novo: esta vida cujo início anda unido à memória dos meus pais e ao mesmo tempo ao mistério do batismo e com o nome de são Carlos Borromeu", assinalou.

O terceiro fato parecido está no Concílios. São Borromeu participou no Concílio de Trento e são João Paulo II fez o mesmo no Vaticano II. Como seu padroeiro, o santo do século XX também introduziu os ensinamentos do Concílio em sua própria arquidiocese. 

Por último, está o amor pelos pobres e os doentes. João Paulo II é lembrado por visitar os mais necessitados e Borromeu não hesitou em ajudar pessoalmente os afetados pela praga.

Diz-se que são Carlos Borromeu era tão amado em Milão que quase ninguém dormiu na noite em que ele agonizava. E João Paulo II manteve o mundo em oração antes de morrer.

"Olhando para a minha vida da perspectiva do batismo, olhando através do exemplo de são Carlos Borromeu, agradeço a todos os que, hoje, em todo o período passado e continuamente ainda agora, me sustentam com a oração e por vezes também com grande sacrifício pessoal", disse naquela ocasião o santo polonês.

sábado, 2 de novembro de 2024

COMO LUCRAR INDULGÊNCIA PLENÁRIA NO DIA DE FINADOS.


Hoje (2/11), Dia dos Fiéis Defuntos, um católico pode lucrar a indulgência plenária visitando um cemitério ou alguma igreja para rezar pela alma de algum familiar, amigo, ou alguma alma do purgatório.

Segundo o Diretório de Liturgia da Igreja no Brasil, “aos que visitarem o cemitério e rezarem, mesmo só mentalmente, pelos defuntos, concede-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos: diariamente, do dia 1º ao dia 8º de novembro, nas condições de costume”.

O diretório também diz que hoje um fiel pode lucrar a indulgência plenária só aplicável aos defuntos fazendo uma visita piedosa “em todas as igrejas, oratórios públicos ou semi-públicos”. Durante a visita, o fiel deve recitar o Pai-Nosso e o Credo.

O Catecismo da Igreja Católica ensina que “a indulgência é a remissão, perante Deus, da pena temporal devida aos pecados cuja culpa já foi apagada; remissão que o fiel devidamente disposto obtém em certas e determinadas condições, pela ação da Igreja, a qual, enquanto dispensadora da redenção, distribui e aplica por sua autoridade o tesouro das satisfações de Cristo e dos santos”.

Segundo a doutrina das indulgências, a indulgência plenária só pode ser adquirida uma vez por dia e é preciso que o fiel cumpra com as três condições que são:

1- Fazer a confissão, rejeitando todo apego ao pecado, inclusive aos veniais. A confissão não precisa ser no mesmo dia, mas pode ser feita em dias próximos.

2- Participar da missa e receber a comunhão eucarística com a intenção da indulgência.

3- Rezar ao menos um Pai-nosso, Ave Maria e Glória pelas intenções do papa, ou outra oração conforme a piedade e devoção do fiel. 

A IGREJA CELEBRA HOJE OS FIÉIS DEFUNTOS.


Depois de comemorar a solenidade de Todos os Santos, a Igreja celebram hoje (2/11) os fiéis defuntos, recordando todos aqueles que já morreram.

O Dia de Finados é celebrado especialmente em intenção das almas no purgatório, que estão a passar por um processo de purificação, expiando pecados veniais ou cumprindo a pena temporal devida pelos seus pecados.

O Catecismo da Igreja Católica recorda que os que morrem em graça e amizade de Deus, mas não perfeitamente purificados, passam depois de sua morte por um processo de purificação, para obter a completa formosura de sua alma.

A Igreja chama de purgatório essa purificação e, para falar que será como um fogo purificador, apoia-se na frase de São Paulo: "A obra de cada um aparecerá. O dia (do julgamento demonstrá-lo-á. Será descoberto pelo fogo; o fogo provará o que vale o trabalho de cada um" (1Cor 3,13).

Assim, os fiéis na terra podem auxiliar as almas no purgatório por meio de orações, esmolas e maneira especial, pelo sacrifício da missa, ajudando-as a alcançar o céu mais rapidamente.

A prática de rezar pelos defuntos é extremamente antiga. O segundo livro dos Macabeus no Antigo Testamento diz: "Eis por que ele pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de suas faltas" (2Mac 12,46).

Segundo esta tradição, a Igreja desde os primeiros séculos, tem o costumes de rezar pelos defuntos.

São Gregório Magno afirma: "Se Jesus Cristo disse que existem faltas que não serão perdoadas nem neste mundo nem no outro, isso indica que há faltas que podem ser perdoadas no outro mundo. Para Deus que Deus perdoe os defuntos de seus pecados veniais que não foram absolvidos no momento de sua morte, oferecemos missas, orações e esmolas em intenção de seu descaso eterno".

São Francisco de Sales também falava sobre a oração pelos falecidos, dizendo: "Aqueles que choram inconsoláveis pela perda de seus entes queridos, eu não proíbo que chorem. Mas busquem suavizar suas lágrimas com o doce bálsamo da oração, que pode trazer-lhes alívio".

O próprio Jesus, certa vez, dirigiu a santa Gertrudes as seguintes palavras: "Muitíssimo grata me é a oração pelas almas do purgatório, porque por ela tenho ocasião de libertá-las das suas penas e introduzi-las na glória eterna".

O Senhor prometeu à santa que seriam libertam mil almas do purgatório cada vez que esta oração fosse rezada com fervor:

"Eterno Pai, ofereço o Preciosíssimo Sangue de Vosso Divino Filho Jesus, em união com todas as missas que hoje são celebradas em todo o mundo, por todas as santas almas do purgatório, pelos pecadores, em todos os lugares, pelos pecadores, na Igreja Universal, pelos da minha cada e meus vizinhos. Amém". 

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

CELEBRAMOS HOJE A SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS.


Hoje (1/11), a Igreja Católica se enche de alegria ao celebrar a solenidade de Todos os Santos, os que foram e os que não foram canonizados, mas que, com sua vida, são exemplo de que a santidade é possível.

Diz o Catecismo da Igreja Católica: “Todos os fiéis cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. Todos são chamados à santidade: ‘Deveis ser perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito’ (Mt 5,48)”.
Cada cristão carrega dentro de si o dom da santidade dado por Deus, como diz a Carta de São Paulo aos Efésios: “Deus nos escolheu em Cristo, antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis, diante de seus olhos” (Ef 1,4).

O culto aos santos por parte dos cristãos remonta aos primeiros séculos, começando pelos mártires. Ao viver essa tradição, a Igreja convida cada um a contemplar essas pessoas, exemplos de fé, esperança e caridade, e lançar o olhar ao Alto.

“Hoje estamos imersos com o nosso espírito entre esta grande multidão de santos, de salvos, os quais, a partir do ‘justo Abel’, até a quem neste momento talvez esteja a morrer em qualquer parte do mundo, nos fazem coroa, nos dão coragem, e cantam todos juntos um poderoso coro de glória Aquele a quem os Salmistas chamam justamente ‘o Deus meu Salvador’ e ‘o Deus que é a minha alegria e o meu júbilo’”, afirmou são João Paulo II em uma data como esta de 1980.

A Solenidade de Todos os Santos foi instaurada como consequência da grande perseguição do imperador Diocleciano, no princípio do século IV, pela grande quantidade de mártires causados pelo poder romano.

O papa Gregório III a fixou para 1º de novembro no século VIII, como resposta à celebração pagã do “Samhain” ou ano novo celta, celebrada na noite de 31 de outubro. Mais tarde, Gregório IV estenderia esta festividade a toda a Igreja.

A Solenidade de Todos os Santos antecede o Dia de Finados, 2 de novembro, data que recorda aqueles que já estão salvos, mas que ainda precisam ser purificados.

Ao celebrar esta data em 2014, o papa Francisco indicou como devem ser vividos esses dois dias: com esperança, seguindo os exemplos dos santos.

“Esta é a esperança que não cria desilusão. Hoje e amanhã são dias de esperança. A esperança é como o fermento que faz ampliar a alma. Mas também existem momentos difíceis na vida, mas com a esperança, a alma vai adiante. Olha o que te espera”, disse.  

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

O QUE AS CRIANÇAS TÊM A VER COM A GUERRA?


No final da audiência geral, Francisco lançou um  novo apelo para rezar pela paz, elencando territórios por conflitos e violência: Ucrânia Oriente  Médio, Mianmar, Norte do Kuwu. E com olhar voltado para os últimos ataques na Faixa de Gaza, expressou tristeza pela morte de crianças e famíliares inteiras: "A guerra está crescendo. Ninguém ganha, todos perdem".

O Papa Francisco fez mais um apelo fervoroso pela paz, sensibilizado pelos relatos de guerra recentes. Durante a audiência geral na Praça de São Pedro, nesta quarta-feira, 30 de outubro, o Santo Padre lamentou profundamente a violência contra inocentes: "Ontem vi que 150 pessoas inocentes foram metralhadas. O que as crianças, as famílias, têm a ver com a guerra? Elas são as primeiras vítimas".

Ontem foi um dos dias mais trágicos em Gaza desde o início do conflito. Segundo a Defesa Civil Palestina, “770 pessoas perderam a vida apenas nos últimos 19 dias” na Faixa de Gaza. Entre as vítimas do bombardeio de ontem, estão 14 crianças, sendo seis de uma mesma família, que morreram no desabamento de sua casa e sufocadas pela fumaça dos mísseis israelenses, conforme fontes locais. No norte de Gaza, o exército israelense também atacou o hospital Kamal Adwan, um dos poucos ainda operacionais. Cerca de 150 pessoas, incluindo pacientes e equipe médica, ficaram presas no pátio central enquanto tanques israelenses disparavam contra o hospital, destruindo uma estação de oxigênio, segundo informações da Al Jazeera. Em Beit Lahia, outro ataque derrubou um prédio de cinco andares, resultando em cerca de 100 mortes confirmadas e ao menos 40 desaparecidos entre os escombros.

"Rezemos pela paz, a guerra está crescendo", disse o Pontífice no final da audiência, elencando mais uma vez as áreas do mundo atormentadas por conflitos para as quais, no domingo passado, no Angelus, ele havia pedido o respeito à "vida" e à "dignidade das pessoas e dos povos", bem como "a integridade das estruturas civis e dos locais de culto, em observância ao direito internacional humanitário".

"Oremos pela paz", insistiu o Papa. Francisco o repetiu três vezes para os fiéis e peregrinos oriundos de todas as partes do mundo reunidos na Praça. Quase uma ladainha para que os fiéis do mundo inteiro não vejam o horror como algo natural num contexto de conflito. "Oremos pela paz. A paz é um dom do Espírito e a guerra é sempre, sempre, sempre uma derrota".

"Na guerra ninguém ganha, todos perdem. Oremos pela paz, irmãos e irmãs... Oremos pela paz". 

CATÓLICOS E HALLOWEEN: É PERIGOSO PARTICIPAR?


Para os católicos que estão se perguntando se é errado ou não festejar, se fantasiar ou fazer travessuras no Halloween, três padres oferecem respostas que podem ajudá-lo a esclarecer suas dúvidas e decidir a coisa certa a fazer com liberdade e conhecimento.

No dia 31 de outubro, muitos comemoram o Halloween, uma festa europeia com raízes pagãs na qual os celtas celebravam o início das colheitas e acreditavam que o deus da morte permitia que os mortos voltassem à terra para causar terror.

Alguns se fantasiavam de fantasmas e monstros porque acreditavam que assim estariam protegidos da maldade dos espíritos malignos.

No entanto, com a chegada dos irlandeses aos EUA, a festa passou a se chamar "Halloween e incluiu a crença em bruxas, fantasmas etc. Segundo testemunhas, grupos satânicos adoram o demônio nessa notei e fazem sacrifícios humanos.

Se você é católico e que saber se é ruim ou não comemorar o Halloween, três padres respondem o seguinte:

O padre exorcista Vincent Lampert, da arquidiocese de Indianapolis, disse que o "perigo Halloween" não está nas fantasias ou doces, mas em "glorificar o mal" e excluir Deus.

"Não acredito que há nada de ruim que as crianças se fantasiem, vistam-se de vaqueiro ou de Cinderela, pedindo doces nos seus bairros. É uma diversão saudável", disse o padre Lampert.

O exorcista disse que o problema é quando se esquece de Deus, a ponto de "a conotação religiosa se perder e as pessoas acabarem glorificando o mal" com fantasias que buscam incutir terror ou medo, ou praticando magia ou bruxaria.

Ele também esclareceu que no Halloween o diabo não tem poder próprio, mas "age por causa do que as pessoas fazem".

"Talvez por causa da maneira com o dia é celebrado, convida-se a que o mal entre em nossas vidas", disse.

Ele incentivou a que os pais usem o dia para explicar às crianças "por que certas práticas não conduzem para a nossa fé e identidade católica". 

O Padre Mario Arroyo, PhD em Filosofia pela Universidade da Santa Cruz, em Roma, incentivou a que se celebre a Véspera de Todos os Santos em vez de "satanizar o Halloween ou dizer que ele não deveria ser celebrada de forma alguma", pois é uma "batalha desnecessária". 

O Padre Arroyo lembrou que em sua infância, como muitas crianças, ele "esperava o Halloween com grande entusiasmo", pois ia com seus primos e amigos "para pedir doces"; e disse que eles nunca tiveram "a consciência de estar prestando culto ao diabo" e todos hoje são "boas pessoas".

Para o padre, o fato de que a celebração do Halloween "inclua muitos dos elementos do imaginário cultural" e venha de "um costume norte-americano ao anglo-saxão não o torna ruim. 

Ele disse que "uma batalha muito boa" é "dar mais destaque à festa do Dia de Todos os Santos. Isso me parece uma coisa positiva, proposital e autêntica". O padre sustentou que não há razão para "brigar com o Halloween" se não há nenhuma invocação explícita do demônio".

O sacerdote exortou os pais preocupados com Halloween a que cuidem de seus filhos em questões que podem "prejudicá-los", como o acesso ilimitado à Internet, e pediu aos jovens que tomem cuidado com seu comportamento e não exagerem, por exemplo, no consumo de álcool.

O famoso teólogo espanhol José Antonio Fortea pediu "bom senso" e disse que não é "demoníaco" ou "negativo" se as crianças participarem do Halloween de forma inocente.

"Não podemos dizer que é demoníaco" que as crianças se fantasiem no Halloween, porque há pais que realmente acreditam em Jesus, bons católicos, que limitam a vestir uma boa fantasia nos seus filhos, para um pequena comemoração na escola", disse.

Portanto, embora os pais tenham "o direito de se recusar" a deixar seus filhos se fantasiarem no Halloween, disse, "eu não veria problema em uma coisa tão inocente".

Ele lembrou que, há 200 anos e há 50 anos, na sociedade cristã americana, há havia "nada de errado" com a comemoração do Halloween, pois "tratava-se de vestir fantasias e visitar casas".

Naquela época, disse, "as fantasias eram muito inocentes e bem humoradas. Um ser vestia de cenoura, outro de xerife, outro de bombeiro, não havia nada errado nisso". 

O padre Fortea disse que o problema é que "essa festa gradualmente começou a assumir uns aspectos mais relativos à bruxaria" e as fantasias não eram mais "inocentes", mas "mais sangrentas".

"É claro que há outros casos em que a fantasia é extremamente monstruosa, cheia de sangue, vísceras, cicatrizes, isso é desagradável, não vejo isso como moralmente neutro", disse.
Reportagem: Cynthia Pérez

CELEBRAMOS HOJE, A FESTA LITÚRGICA DE SANTO ALONSO RODRÍGUES.

A Igreja celebra hoje (30/10) santo Alonso Rodrígues, irmão coadjutor jesuíta que viveu entre os séculos XVI e XVII, exemplo de humildade e vocação a serviço.

Antes de se tornar religioso, Alonso era um homem de família: era casado e tinha três filhos. Quando tinha cerca de 40 anos, diversas circunstâncias fizeram com que a sua vida tomasse um rumo completamente diferente – que o levaria a fazer parte da Companhia de Jesus. Nesse sentido, Alonso é um modelo de escuta do Espírito e de confiança no Senhor.

A maior do: quando tudo parece perdido
Santo Alonso Rodrígues nasceu na Espanha, em 1531, em uma família de comerciantes. Aos 26 anos casou-se, com a senhora María Suárez, com quem teve três filhos.

Alguns anos antes, ele havia assumido o negócio da família, quando seu pai, comerciante de lã, o herdou. Alonso fez o possível para cumprir a tarefa, mas sem muito sucesso. Neste contexto já difícil, perdeu primeiro os dois filhos mais velhos e depois a mulher, que morreu ao dar à luz o terceiro filho. Infelizmente, aquela criança também não sobreviveria: depois de ser colocada aos cuidados de duas tias, a criança adoeceu e morreu.

Renascimento
Alonso, então, ficou sozinho, sem aquela que tinha sido a força motriz de sua vida: sua família, Providencialmente, nos dias de solidão e de silêncio forçado, começou a recordar a sua infância e como os seu pais, naqueles tempos, tinham recebido em sua casa padres e membros da recém-fundada Companhia de Jesus.

O agora viúvo se sentiu impelido a voltar àquilo que, como uma semente, parecia reviver com o tempo: a fé que nunca abandonou, mas da qual se esquivava um pouco.

Essa fé parecia brotar novamente e apontava horizontes renovados. Alonso decidiu então se aproximar de Deus, animado pelo consolo que encontrou no Senhor para uma dor tão indescritível. Começou a frequentar regularmente os sacramentos e a ter uma vida de penitência e oração, voltando completamente à piedade que o marcou quando criança e que agora era fonte de fortaleza.

São Pedro Fabro e as sementes de Deus
Alonso se lembrava constantemente de Pedro Fabro, cofundador dos jesuítas e que conheceu aos 12 anos, quando esteve por algum tempo hospedado por algum tempo na casa de seus pais. Fabro era um homem que irradiava afabilidade e fortaleza. Ele também havia sofrido, mas nunca se mostrou desanimado.

Assim, a imagem do jesuíta o moveu a se envolver cada vez menos com a dor e a viver mais diante da fé que o marcou. De repente, participando do trabalho dos jesuítas, Alonso começou a ver sua vida de forma diferente, pouco a pouco, com esperança. Descobriu que o Senhor ainda esperava muito dele e que poderia ser completamente renovado. Assim, começou a pensar em colocar-se ao serviço de Deus e da Igreja como religioso.

O coração importa, não a idade, nem o trabalho
Alonso então pediu para se admitido na Companhia de Jesus. Contudo. os jesuítas, em primeira instância, não o aceitaram por diversos motivos. Entre eles, a idade (tinha mais de quarenta anos, a saúde precária e a falta de estudos avançados) requisitos para o sacerdócio jesuíta. Apesar disso, o santo não desistiu. Manteve a esperança de ser admitido, lembrado a todos como santo Inácio de Loyola não deixou de se tornar religioso por causa da idade.

Finalmente, o provincial dos jesuítas o aceitou como irmão leigo em 1571. Depois de terminar o noviciado, foi enviado ao colégio de Nossa Senhora de Monte-Sión, em Palma de Maiorca, onde lhe foi atribuído o cargo de porteiro, cargo que ocuparia por 32 anos. 

O porteiro e um jovem missionário.
Santo Alonso Rodrígues fez do seu cargo de porteiro um verdadeiro serviço aos outros e uma ocasião permanente de santificação.

Da portaria do convento estabeleceu diálogo com muitas pessoas, entre as quais estava ninguém menos que são Pedro Claver, na época aluno do colégio Monte-Sión. Diz-se que santo Alonso entusiasmou e encorajou Pedro a viajar algum dia para a América. Como se sabe, Pedro foi o santo protetor dos escravos em Cartagena das Índias, na América. Por causa dessas coisas de Deus, os dois jesuítas seriam canonizados no mesmo ano, 1888.

A oração é capaz de abrir todas as portas
Alonso aproveitava as horas de trabalho na portaria para rezar. Na verdade, uma de suas orações favoritas era o santo terço, que ele rezava várias vezes a dia. Alonso teve até visões do Céu e da Virgem Maria, que lhe aparecia (a Ela se confiava sempre para o proteger do mal), para ouvi-lo e dar-lhe consolo. Se em alguma ocasião caísse em tentação, Alonso passava pela imagem da Virgem e lhe dizia: "Santa maria, Mãe de Deus, lembra-te de mim".

Certa vez, perguntaram a santo Alonso por que ele não era mais duro e áspero com as pessoas chatas que frequentavam a escola. Ele respondeu: “Jamais poderemos tratar Jesus, que se disfarça de próximo, com aspereza ou grosseria”.

Santo Alonso Rodríguez morreu em 31 de outubro de 1617. 

terça-feira, 29 de outubro de 2024

HALLOWEEN É UMA BRINCADEIRA INOFENSIVA?


"É a grande festa do mundo do oculto, o ano novo dos santanistas, conhecido como a festas deste deus das trevas", declarou o padre Aldo Buonaiuto, sacerdote exorcista a autor do livro "Halloween. O truque do diabo".

O sacerdote afirmou que é importante compreender a instituição da festa de Todos os Santos no dia 1° de novembro, já que foi o papa Gregório IV, por volta do ano 834, que a transferiu do dia 13 de maio para esta data, justamente a fim de deter a tradição que chegava da Irlanda e que adora o mundo das trevas e dos mortos.

Deste modo, destacou que atualmente tudo está relativizado, unido ao tétrico, à violência, ao horror, ao sangue e em forma de brincadeira.

"Nas escolas, eu escuto diferentes pais que nos falam de crianças que estão horrorizadas, têm pesadelos à noite e outras crianças que não entendem mais a diferença entre a vida e a morte", lamentou padre Buonaiuto.

Sobre a tradição do "Doce ou travessura" que as crianças dizem ao pediram caramelos de casa em casa no Halloween (costume que não é muito usado no Brasil), advertiu que "esconde algo muito mais sério e preocupante do que podemos ver. No antigo culto pagão dos druidas, 'trick or treat', significava 'maldição ou sacrifício': a obrigação de oferecer presentes aos sacerdotes do deus da morte, a fim de evitar vinganças do além". 

"Através desta conhecida moda festiva, difundem o prazer pelo horror como algo normal, a sedução de algo macabro, sentir mais atração pela morte do que pela vida. Está profanando o significado da morte. O truque do diabo é um doce mortal para a alma".

Por outro lado, o sacerdote também criticou o aspecto comercial deste evento, muito seguido pelos jovens. "Na Europa, o lucro econômico com a 'noite de bruxas' supera os 400 milhões de euros.

Trata-se de um fenômeno daninho, no plano social, antropológico e cultural: uma proposta de valores negativos, vinculados a uma visão materialista e utilitarista da vida e do prazer. E é uma profanação da verdadeira festa, cristã, do culto aos Santos, da devoção por homens e mulheres que trataram de imitar o exemplo perfeito de Jesus no amor ao próximo e no respeito aos mandamentos divinos". 

O sacerdote exorcista Aldo Buonaiuto é antropólogo, demonólogo e coordenador do Serviço Anti-Seitas da Comunidade Papa João XXIII. Estudou filosofia e teologia no Pontifício Ateneu "São Anselmo" (Roma) e antropologia teológica no Pontifício Ateneu Teresianum (Roma).