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domingo, 20 de abril de 2025

MEDITAÇÃO DE HOJE


DO JUÍZO UNIVERSAL
Assim que os mortos ressuscitarem, farão os anjos que se reúnam todos no vale de Josafá para serem julgados (cf. Jl 3,14) e separarão ali os justos dos réprobos (cf. Mt 13,49). Os primeiros ficarão à direita; os condenados, à esquerda... Profunda mágoa sente quem se vê separado da sociedade ou da Igreja. Quanto maior será a dor de ver-se banido da companhia dos santos! Que confusão experimentaram os ímpios, quando, apartados dos justos, se sentirem abandonados! Disse São João Crisóstomo que, se condenados não tivessem de sofrer outras penas, essa confusão bastaria para dar-lhes os tomentos do inferno. Haverá filhos separados de suas pais; esposos, de suas esposas; amos, de seus servos... (cf. Mt 24,40). Dize-me, meu irmão, em que lugar crês que te acharás então? Queres estar à direita? Abandona, portando, o caminho que conduz à esquerda. Neste mundo, têm-se por felizes os príncipes e os ricaços, e se desprezam os santos, os pobres e os humildes. Ó cristãos fiéis, que amais a Deus! Não vos aflijas por viverdes tão atribulados e vilipendiados neste mundo. "Vossa tristeza  se converterá em gozo" (Jo 16,20). Então verdadeiramente series chamados bem-aventurados e tereis a honra de ser admitidos à corte de Cristo. Em que celestial formosura resplandecerá um São Pedro de Alcântara, que foi injuriado como apóstata; um São João de Deus, escarnecido como louco; Um São Pedro Celestino, que, renunciando ao Pontificado, morreu nu cárcere! Que glória alcançarão tantos mártires entregues outrora à crueza dos verdugos! (cf. I Cor 4,5). Que horrível figura, pelo contrário, fará um Herodes, um Pilatos, um Nero e outros poderosos da Terra, condenados para sempre! Ó amigos e cortejadores deste mundo! Ide para o vale, naquele vale vos espero. Ali, sem dúvida, mudareis de parecer; ali, chorareis vossa loucura. Infelizes! Tendes de representar um brevíssimo papel no palco deste mundo e preferis o de réprobos na tragédia do juízo universal! Os eleitos serão colocados à direita, e para maior glória - segundo afirma o Apóstolo - serão elevados aos ares, acima das nuvens, e esperarão com os anjos a Jesus Cristo, que deve descer do Céu (cf. I Ts 4,17). Os réprobos, à esquerda, como reses destinadas ao matadouro, aguardarão o Supremo Juiz, que há de tornar pública a condenação de todos os seus inimigos.

Abrem-se, enfim, os Céus e aparecem os anjos para assistir ao juízo, trazendo os sinais da Paixão de Cristo, disse Santo Tomás. Singularmente resplandecerá a Santa Cruz. "E então aparecerá o sinal do Filho do homem no céu; e todos os povos da terra chorarão" (Mt 24,30). "Como, à vista da Cruz", exclama Cornélio a Lápide, "hão de gemer os pecadores que desprezaram sua salvação eterna, que tanto custou ao Filho de Deus". "Então", diz São João Crisóstomo, "os cravos se queixarão de ti; as chagas contra ti falarão; a Cruz de Cristo clamará contra ti". Os Santos Apóstolos serão assessores deste julgamento e todos aqueles que os imitaram. E com Jesus Cristo julgarão os povos. Ali também assistirá a Rainha dos Anjos e dos homens, Maria Santíssima. Aparecerá, enfim, o Eterno Juiz em luminoso trono de majestade. "E verão o Filho do homem, que virá nas nuvens do céu, com grande poder e majestade. "E verão o Filho do homem, que virá nas nuvens do céu, com grande poder e majestade" (Mt 24,30). "À sua presença chorarão os povos" (ibid.). A presença de Cristo trará aos eleitos inefável consolo, e aos réprobos aflições maiores que as do próprio inferno - disse São Jerônimo. Dai-me o castigo que quiserdes, mas não me mostreis naquele dia o vosso rosto indignado. São Basílio disse: "Estas confusão excede toda a pena". Cumprir-se-á então a profecia de São João: os condenados pedirão às montanhas que caiam sobre eles e os ocultem à vista do Juiz irritado (cf. 6,16).

sábado, 19 de abril de 2025

OS SÍMBOLOS DO SÁBADO SANTO.

Hoje, Sábado Santo, a Igreja celebra a Vigília Pascal, considerada a mãe de todas as vigílias por ser celebrada na noite em que Cristo passou da morte à vida. Esta celebração possui quatro partes: a liturgia da luz; a liturgia da palavra; a liturgia batismal; e a liturgia eucarística. Conheça os símbolos presentes nessa missa.

A LUZ E O FOGO
Desde sempre, a luz existe em estreita relação com a escuridão: na história pessoal ou social, uma época sombria vai seguida de uma época luminosa; na natureza é das escuridões da terra de onde brota à luz a nova planta, assim como à noite lhe sucede o dia.

A luz também se associa ao conhecimento, ao tomar consciência de algo novo, frente à escuridão da ignorância. E porque sem lua não poderíamos viver, a lua, sempre, mas sobretudo nas Escrituras, simboliza a vida, a salvação, que é Ele mesmo (Sl 27,1; Is 60,19-20).

A luz de Deus é uma luz no caminho dos homens (Sl 119, 105), assim como sua Palavra (Is 2,3-5). O Messias traz também a lua e Ele mesmo é luz (Is 42.6; Lc 2,32).

As trevas, então, são símbolo do mal, a desgraça, o castigo, a perdição e a morte (Jó 18,6.18; Am 5.18). Mas é Deus quem penetra e dissipa as trevas (Is 60,1-2) e chama os homens à luz (Is 42,7).

Jesus é a luz do mundo (Jo 8, 12; 9,5) e, por isso, seus discípulos também devem sê-lo para outros (Mt 5,14), convertendo-se em reflexos da luz de Cristo (2 Cor 4,6). Uma conduta inspirada no amor é o sinal de que se está na luz (1 Jo 2,8-11).

Durante a primeira parte da Vigília Pascal, chamada “lucenário”, a fonte de luz é o fogo. Este, além de iluminar, queima e, ao queimar, purifica. Como o sol por seus raios, o fogo simboliza a ação fecundante, purificadora e iluminadora. Por isso, na liturgia, os simbolismos da luz–chama e iluminar–arder se encontram quase sempre juntos.

O CÍRIO PASCAL
Entre todos os simbolismos derivados da lua e do fogo, o círio pascal é a expressão mais forte, porque reúne ambos.

O Círio pascal representa Cristo ressuscitado, vencedor das trevas e da morte, sol que não tem acaso. Acende-se com fogo novo, produzido em completa escuridão, porque, na Páscoa, tudo se renova: dele se acendem as demais luzes.

As características da luz são descritas no exultet e formam uma unidade indissolúvel com o anúncio da libertação pascal. O círio aceso é, pois, um memorial da Páscoa. Durante todo o tempo pascal o círio estará aceso para indicar a presença do Ressuscitado entre os seus.

OS SÍMBOLOS DO BATISMO

1. A água
Embora o rito do Batismo esteja repleto de símbolos, a água é o elemento central, o símbolo por excelência. Em quase todas as religiões e culturas, a água possui um duplo significado: é fonte de vida e meio de purificação.

Nas Escrituras, encontramos as águas da Criação sobre as quais pairava o Espírito de Deus (Gn 1,2). A água é vida no regaço, na seiva, no líquido amniótico que nos envolve antes de nascer. No dilúvio universal, as águas torrenciais purificam a face da terra e dão lugar a nova criação a partir de Noé.

No deserto, os poços e os mananciais se oferecem aos nômades como fonte de alegria e de assombro. Perto deles, têm lugar os encontros sociais e sagrados, preparam-se os matrimônios, etc.

Os rios são fontes de fertilização de origem divina; as chuvas e o orvalho contribuem com sua fecundidade como benevolência de Deus. Sem a água, o nômade seria imediatamente condenado à morte e queimado pelo sol palestino. Por isso, pede-se a água na oração.

Deus se compara com uma chuva de primavera (Os 6,3), ao orvalho que faz crescer as flores (Os 14.6). O justo é semelhante à árvore plantada ao borde das águas que correm (Nm 24,6); a água é sinal de bênção.

Segundo Jeremias (2, 13), o povo de Israel, ao ser infiel, esquece Yahvé como fonte viva, querendo escavar suas próprias cisternas. A alma procura Deus como o cervo sedento procura a presença da água viva (Sl 42,2-3). A alma aparece assim como uma terra seca e sedenta, orientada para a água.

Jesus emprega também este simbolismo em sua conversa com a samaritana (Jo 4.1-14), a quem se revela como “água viva” que pode saciar sua sede de Deus. Ele mesmo se revela como a fonte dessa água: “Se alguém tiver sede, que venha para Mim e beba” (Jo 7,37-38). Como da rocha de Moisés, a água surge do flanco transpassado pela lança, símbolo de sua natureza divina e do Batismo (cf Jo 19,34).

Por este motivo, a água se converteu no elemento natural do primeiro sacramento da iniciação cristã.  Desde os primeiros séculos do cristianismo, os cristãos adultos eram batizados em uma espécie de pia cheia de água que tinha duas escadas: por uma descia e por outra saía. A imagem de “descer” às águas representava o momento da purificação dos pecados e estava associada à morte de Cristo.

A saída, subindo pelo lado oposto, representava o renascer à nova vida, como se estivesse saindo do ventre materno e era associado à ressurreição. No centro se fazia a profissão de fé pública. E isto significa que a água do batismo não é algo “mágico” – como pensam muitos – que protege ou transforma por si só, mas sim a expressão deste duplo compromisso: o de mudar de vida morrendo ao pecado e o de renovar a escala de valores, iluminados por Cristo, ressuscitados com Ele.

2. A veste branca
A cor branca sempre foi identificada com a pureza, com o inocente. Parece lógico que, desde os primeiros séculos do cristianismo, os catecúmenos fossem ao Batismo vestidos com túnicas brancas. Poderíamos considerá-lo, inclusive, como inspirado na imagem reiterada do Apocalipse, em que os seguidores fiéis do Cordeiro mereceram vestir-se de branco (cf 3,4-5.18; 4,4;7,9.13-14; 19,14; 22,14).

Entretanto, os textos bíblicos dependeriam do que nos diz a tradição cultural dos primeiros séculos, anterior aos mesmos. Em todo o Império Romano, só os membros do Senado se vestiam com túnicas brancas, por isso os chamavam candidatus, do latim “cândido”, branco. Desta maneira, manifestava publicamente sua dignidade, a de servir ao Imperador, o qual se apresentava como o filho de deus.

Os cristãos, então, a irem vestidos de branco a receber o Batismo, tentaram mostrar que a verdadeira dignidade do homem não consiste em trabalhar para nenhum poder político, mas em servir a Jesus Cristo, o verdadeiro Filho de Deus. Portanto, mais que símbolo de pureza, era símbolo de dignidade, de vida nova, de compromisso com um estilo de vida e com o esforço cotidiano por conservá-la sem mancha, para ser considerados dignos de participar do banquete do Reino (cf. Mt 22, 12).

Em uma sociedade consumista como a nossa, em que a dignidade das pessoas depende de como vão vestidas, da moda que seguem, das marcas que usam, os cristãos deveriam nos perguntar o que fizemos de nossa “veste branca” batismal e verificar se, como diz São Paulo, “tendo-nos revestido de Cristo” (cf. Gl 3.27).

SÁBADO SANTO: O DIA DO GRANDE SILÊNCIO.


O catecismo da Igreja Católica diz que o Sábado Santo é um dia "de grande silêncio" por causa da morte de Cristo.

O catecismo explica nos números 631 a 637 a parte do Credo que diz "Jesus Cristo desceu a mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia".

O Credo, diz o Catecismo, "conforme, num mesmo artigo da fé, a descida de Cristo a mansão dos mortos e a sua ressurreição dos mortos ao terceiro dia, porque, na sua Páscoa, é da profundidade da morte que Ele faz jorrar a vida". 

Jesus, continua o texto, "antes da ressurreição, permaneceu na mansão dos mortos (cf. Hb 13,20). Este é o sentido primeiro dado pela pregação apostólica à descida de Jesus à mansão dos mortos: Jesus conheceu a morte, como todos os homens, e foi ter com eles à morada dos mortos. Porém, desceu lá como salvador proclamado a Boa-Nova aos espíritos que ali estavam prisioneiros". 

Quando Jesus morre, no Sábado Santo "um grande silêncio envolve a terra; um grande silêncio e uma grande solidão. Um silêncio, porque o Rei dorme".

"A terra está amedrontada e oprimida, porque Deus adormeceu na carne e despertou os que dormiam desde os tempos antigos".

Jesus então "vai à procura de Adão, nosso primeiro pai, a ovelha perdida. Quer visitar os que jazem na trevas e nas sombras da morte. Vai libertar Adão do cativeiro da morte. Ele que é ao mesmo tempo seu Deus e seu filho".

O Catecismo também diz que na Bíblia, inferno ou hades é "a morada dos mortos, a que Cristo desceu após a morte, porque aqueles que aí se encontravam estavam privados da visão de Deus. Tal era o caso de todos os mortos, maus ou justos, enquanto esperavam o Redentor.

A descida à mansão dos mortos é o cumprimento, até à plenitude, do anúncio evangélico da salvação".

"É a última fase da missão messiânica de Jesus, face condensada no tempo, mas imensamente vasta no seu significado real de extensão da obra redentora a todos aqueles que se salvaram se tornaram participantes da redenção", diz o catecismo

Desta forma, Cristo "pela sua morte, reduziu à importância aquele que tem o poder da morte, isto é, o Diabo, e libertou quantos, por meio da morte, se encontravam sujeitos à servidão durante a vida inteira". 

MEDITAÇÕES PARA A QUARESMA.

SÁBADO DE PÁSCOA.

UTILIDADE DA DESCIDA DE CRISTO AOS INFERNOS.

Da descida de Cristo aos infernos podemos tirar quatro ensinamentos para nossa instrução.

1.- Primeiro, uma firme esperança em Deus, pois quando quer que o homem esteja em aflição, deve sempre esperar do auxílio divino e nele confiar. Nada há de mais sério do que cair no inferno. Se portanto Cristo libertou os que estavam nos infernos, cada um, se é de fato amigo de Deus, deve muito confiar para que Ele o liberte de qualquer angústia. Lê-se: "Esta (isto é, a sabedoria) não abandonou o justo que foi vencido (...) desceu com ele na fossa, e na prisão o não abandonou" (Sb 10, 13-14). Como Deus auxilia aos seus servos de um modo todo especial, aquele que O serve deve estar sempre muito seguro. Lê-se: "O que teme ao Senhor por nada trepidará e nada temerá por que Ele é a sua esperança" (Ecl 39, 16).

2.- Segundo, devemos despertar em nós o temor, e de nós afastar a presunção. Pois, apesar de Cristo ter suportado a paixão pelos pecadores, e ter descido aos infernos, não libertou a todos, mas somente àqueles que estavam sem pecado mortal, como acima foi dito. Aqueles que morreram em pecado mortal, deixou-os abandonados. Por isso, ninguém que desça de lá com pecado mortal espere perdão. Mas ficarão no inferno o tempo em que os Santos Patriarcas estiverem no Paraíso, isto é, para toda a eternidade. Lê se em São Mateus: "Irão os malditos para o suplício eterno, os justos, porém, para o Paraíso" (Mt 25, 46).

3.- Terceiro, devemos viver atentos, porque se Cristo desceu aos infernos para a nossa salvação, também nós devemos com solicitude lá descer em espírito, meditando sobre às penas nele existentes, imitando o Santo Ezequias, que dizia: "Irão os malditos para o suplício eterno, os justos, porém, para o Paraíso" (Is 38, 10).

Desse modo, aquele que em vida vai lá pela meditação, não descerá facilmente para o inferno na morte, porque essa meditação afasta do pecado.

Aos vermos como os homens deste mundo evitam as más ações por temor das penas temporais, como não deveriam eles muito mais se resguardarem do pecado por causa das penas do inferno, que são muito mais longas, mais 89 cruéis e mais numerosas? Eis porque lê-se nas Escrituras: "Lembra-te dos teus últimos dias, e não pecarás para sempre" (Ecl 7, 40).

4.- O quarto ensinamento tirado da descida de Cristo aos infernos, é nos ter Ele oferecido um exemplo de amor. Cristo desceu aos infernos para libertar os seus. Devemos também nós lá descer pela meditação, para auxiliar os nossos. Eles, por si mesmos, nada podem conseguir. Nós é que devemos ir em socorro dos que estão no purgatório. Se alguém não quisesse socorrer um ente querido que estivesse na prisão, como isso nos pareceria cruel! No entanto, seria muito mais cruel aquele que não viesse em socorro do amigo que está no purgatório, pois não há comparação entre as penas deste mundo e aquelas. Lê-se a esse respeito: "Tende piedade de mim, tende piedade de mim, pelo menos vós, ó meus amigos, porque a mão de Deus me socorre" (Jo 19, 21). — "É santo e salutar o pensamento de orar pelos defuntos para que sejam livres dos pecados" (Mc 19, 46).

São auxiliados os que estão no purgatório principalmente por três atos, conforme disse Agostinho: pelas Missas, pelas orações e pelas esmolas. Gregório acrescenta um quarto: o jejum. Não deve causar admiração que assim seja, porque também neste mundo o amigo pode satisfazer pelo amigo. A mesma coisa acontece com os que estão no purgatório.

SÁBADO SANTO: ESTA NOITE CELEBRAMOS A VIGÍLIA PASCAL


Hoje (19/4) é celebrada o Sábado Santo, a Igreja católica medida sobre a paixão e morte do Senhor, assim como sua descida ao inferno, e espera em oração a sua ressurreição. Celebra-se também a Vigília Pascal que conclui com a Liturgia Eucarística.

Durante esse dia, é dada atenção especial à Virgem Maria, acompanhando-a em sua solidão, que vela junto ao túmulo de seu Filho amado.

Na Vigília Pascal, são feitos três atos importantes que começam com a celebração no fogo, na qual o padre abençoa o fogo e acende o círio pascal. Neste ato, entoa-se a Proclamação da Páscoa, que é um poema escrito por volta do ano 300, que proclama que Jesus é o novo fogo.

Acontece também a Liturgia da Palavra, na qual são feitas sete leituras, desde a criação até a ressurreição, sendo a leitura do livro do Êxodo a mais importante que narra a passagem dos israelitas através do Mar Vermelho, quando fugiam das tropas egípcias, sendo bem salvos por Deus. Da mesma maneira, recorda que Deus, esta noite, nos salva por seu  Filho.

O terceiro ato é quando toda a Igreja renova suas promessas batismais renunciando a Satanás, suas seduções e suas obras. A pia batismal ou um recipiente que a representa é abençoada e é recitada a ladainha dos santos, que nos une em oração com a Igreja militante e triunfante.

MEDITAÇÃO DE HOJE.


OS DESEJOS MATAM O PREGUIÇOSO (Pr 21,25).
Muitos são chamados à perfeição, são impulsionados a ela peal graça, adquirem o desejo dela; mas, porque depois não se decidem, vivem e morrem na podridão de sua vida tépida e imperfeita. Não basta o desejo da perfeição, se ainda não há a firme resolução de consegui-la. Quantas almas não se alimentam somente de desejos, sem jamais dar um passo na senda de Deus! Estes são os desejos de que fala o Sábio: Os desejos mata o preguiçoso (Pr 21,25). O preguiçoso sempre deseja, e não se decide nunca a fazer uso dos meios próprios do seu estado para tornar-se santo. Diz: Oh, se eu estivesse num deserto, e não nesta casa! Oh! se pudesse ir viver noutro mosteiro, entregar-me-ia todo a Deus! E, ao mesmo tempo não pode suportar aquele colega, não pode ouvir uma palavra de contradição, dissipa-se entre muitos cuidados inúteis, comete mil faltas de falatório, de curiosidade e de soberba: e depois suspira ao vento: Oh se eu tivesse, oh se eu pudesse, etc. Tais desejos trazem mas estragos que proveito; porque alguns se nutrem deles e, mesmo assim, vivem e seguem vivendo imperfeitos. Dizia São Francisco de Sales: "Eu não aprovo que uma pessoa ligada a alguma obrigação ou vocação se ponha a desejar outro tipo de vida que não aquele que é conveniente ao seu ofício, nem outros exercícios incompatíveis ao seu estado presente, porque isso distrai o seu coração e o faz perder o vigor nos exercícios necessários".

É necessário, pois, desejar a perfeição e resolutamente lançar mão dos meios para alcançá-la. Escreve Santa Teresa: "Deus não que de nós mais que uma resolução, para depois fazer Ele mesmo tudo da Sua parte. De almas irresolutas o demônio não tem medo". A isso serve a oração mental, para acionar aqueles meios que nos conduzem à perfeição. Há aqueles que muito oram, mas com sua oração nunca alcançam nada. Dizia a mesma santa: "Eu prefiro uma oração breve que produza grande efeitos, àquele de muitos anos em que a alma não termina de se decidir a fazer algo de valor por Deus". E noutra passagem diz: "Eu sei por experiência própria que quem a princípio se esforça por decidir fazer algo, por difícil que seja, se o fizer para agradar a Deus, não haverá o que temer". 

sexta-feira, 18 de abril de 2025

MEDITAÇÃO.


JESUS MORRE NA CRUZ.

"Era já mais ou menos a hora sexta quanto houve treva sobre a terra inteira até a hora nona, tendo desaparecido o sol. O véu do Santuário rasgou-se ao meio, e Jesus deu um grito: "Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito". Dizendo isso, expirou".

Eis que o Salvador está prestes a morrer. Contempla, minha alma, aqueles belos olhos que se obscurecem, aquela face já pálida, aquele Coração que palpita lentamente, aquele sagrado Corpo que já se entrega à morte. Tendo Jesus experimentado o vinagre disse: Tudo está consumado (Jo 19,30). Põe ainda uma vez diante dos olhos todos os padecimentos sofridos durante sua vida, pobreza, desprezos, dores e, oferecendo então tudo a seu eterno Pai, diz: Tudo está consumado. Meu Pai, eis já completa a redenção do mundo com o sacrifício de minha vida. E voltando-se para nós, como para que respondamos, repete: Tudo está consumado, como se disseste: "Ó homens, amai-me, porque Eu fiz tudo e nada mais tenho a fazer para conquistar o vosso amor".

Chega afinal a hora, e Jesus falece. Vinde, ó anjos do Céu, vinde assistir à morte de vosso Rei. E vós, Mãe dolorosa, chegai-vos mais à cruz e contemplai atentamente vosso Filho, pois está prestes a expirar. E ele, depois de ter recomendado seu espírito ao Pai, invoca a morte, dando-lhe a permissão de tirar-lhe a vida. "Vem, ó morte, lhe diz, "depressa exerce o teu ofício, mata-me e salva as minhas ovelhas". A terra treme, abrem-se os sepulcros, rasga-se o véu do Templo. Já faltam as forças ao agonizantes Jesus; pela violência das dores, foge-lhe o calor, fica inerte seu corpo, abaixa a cabeça, abre a boca e morre. Depois, inclinando a cabeça, rendeu o espírito. A gente o vê expirar e, notando que não faz mais movimento, diz: "Está morto, está morto". E a estes se alia também a voz de Maria, que diz por sua vez: "Ah meu Filho, tu já estás morto!". Está morto! Quem, ó Deus, está morto? Está morto o Autor da vida, o Unigênito de Deus, o Senhor do mundo. Ó morte, tu foste o assombro do Céu e da Terra. Ó amor infinito! Um Deus sacrificar sua vida e seu sangue por quem? Por suas criaturas ingratas, morrendo num mar de dores e de desprezos para pagar as suas culpas! Ó bondade infinita" Ó amor infinito! Ó meu Jesus, Vós morrestes, pois, pelo amor que me consagrastes. Não permitais, portanto, que eu viva um instante sequer sem vos amar. Eu vos amo, meu sumo bem, eu vos amo, meus Jesus, porto por mim. Ó Mãe das Dores, Maria, ajudai a um servo vosso que deseja amar Jesus.

MEDITAÇÃO.


PALAVRAS DE JESUS NA CRUZ.

Enquanto Jesus é ultrajado na cruz por aquela gente bárbara, Ele suplica por eles e diz: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem (Lc 23,34). Ó Pai Eterno, ouvi vosso Filho bem amado, que, morrendo, vos roga que me  perdoeis também a mim, que tantas vezes vos ofendi. Depois Jesus, voltando-se para o bom ladrão que lhe pede perdão, diz: Hoje estarás comigo no paraíso. Oh, como é verdade o que diz o Senhor por Ezequiel que, quando um pecador se arrepende de suas culpas, Ele se esquece, por assim dizer, de todas as ofensas que lhe foram feitas: Se o ímpio fizer penitência de todos os pecados que cometeu (...) Eu não me lembrarei mais de nenhuma das iniquidades que praticou (Ez 18, 21-22). Oh, se eu nunca vos tivesse ofendido, ó meu Jesus; mas, visto que o mal está feito, esquecei-vos, eu vos suplico, dos desgostos que vos dei; e por aquela morte tão cruel que sofrestes por mim, levai-me ao vosso Reino depois de minha morte; e enquanto eu vivo, fazei que o vosso amor reine sempre em minha alma.

Jesus agonizando na cruz, com seus ombros dilacerados e sua alma sumamente aflita, procura quem o console. Olha para Maria; mas essa mãe dolorosa mais o aflige com suas dores. Busca conforto junto de seu Pai; mas este, vendo-o coberto com todos os pecados dos homens, também o abandona. Foi então que Jesus deus um grande brado: Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste? (Mt 27,46). Este abandono do Pai Eterno fez que a morte de Jesus fosse a mais amarga que jamais sofreu algum penitente ou algum mártir, pois foi uma morte toda desolada e privada de qualquer alívio. Ó meu Jesus, como pude viver tanto tempo esquecido de Vós? Agradeço-vos o não vos terdes esquecido de mim. Eu vos suplico que me façais recordar sempre na morte cruel que suportastes por meu amor, para que nunca mais me esqueça do amor que tendes testemunhado. 

Afinal, sabendo Jesus que seu sacrifício já estava consumado, disse: Tenho sede (Jo 19,28). E aqueles carrascos puseram-lhe nos lábios uma esponja toda embedida em vinagre e fel. Mas, Senhor, Vós m]ap vos queixais de tantas dores que vos roubam a vida e agora vos queixais da sede? Ah, eu vos compreendo, meu Jesus, a vossa sede é sede de amor, porque Vós nos amais, desejais ser amado por nós. Ajudai-me, pois, a expelir do meu coração todos os afetos que não são para Vós: fazei que eu não ame outra coisa senão a Vós e nada mais deseje senão cumprir a vossa vontade. Ó vontade de Deus, vós sois o meu amor. Ó Maria, minha mãe, impetrai-me a graça de não querer outra coisa senão o que Deus quer.

MEDITAÇÃO.


JESUS NA CRUZ.
Jesus na cruz. Eis a prova do amor de um Deus. Eis a última aparição que o Verbo encarnado fez sobre a terra - aparição de dor, mais ainda de amor. São Francisco de Paula, contemplando um dia o amor divino na pessoa de Jesus crucificado e entrando em êxtase, exclamou três vezes: "Ó Deus caridade! Ó Deus caridade! Ó Deus caridade", querendo com isso significar que não podemos compreender quão grande foi o amor de Deus para conosco, para querer morrer por nosso amor.

Ó meu querido Jesus, se vos contemplo exteriormente nessa cruz, nada mais vejo senão chagas e sangue. Se, porém, observo o vosso Coração, encontro-o todo aflito e triste. Leio nessa cruz que Vós sois rei, mas qual a insígnia de rei que ainda tendes? Eu não vejo outro sólio real senão esse madeiro de opróbrio, não vejo outra púrpura, senão a vossa carne dilacerada e ensanguentada; outra coroa senão esse feixe de espinhos que vos atormentam. Ah, tudo isso, porém, vos consagra como Rei de amor, sim, porque essa cruz, esses cravos, essa coroa e essas chagas são insígnias de amor. 

Jesus do alto da cruz não nos pede tanto compaixão como nossos afetos, e se procura compaixão, busca-a unicamente para que ela nos mova a amá-lo. Ele, por ser a bondade infinita, já merece todo o nosso amor; mas, posto na cruz, procura que o amemos ao menor por compaixão. Ah, meu Jesus, quem não vos há de amar, se vos reconhece pelo Deus que sois a vos contempla na cruz?  Oh, que setas de fogo Vós disparais sobre as almas desse trono de amor! Oh, quanto corações atraístes a Vós dessa mesma cruz! Ó chagas de meu Jesus, ó belas fornalhas de amor, recebei-me no meio de Vós, para que me abrase, não já no fogo do inferno por mim merecido, mas nas santas chamas de amor por aquele Deus que consumido de tormentos quis morrer por mim. Meu caro Redentor, recebei um pecador que, arrependido de vos ter ofendido, vos deseja amar sinceramente. Eu vos amo, bondade infinita; eu vos amo, amor infinito. Ouve-me, ó meu Jesus, eu vos amo, eu vos amo, eu vos amo. Ó Maria, ó Mãe do Amor Formoso, impetrai-me maios amor, para que me consuma de amor por esse Deus que morreu consumido de amor por mim.

MEDITAÇÃO:

JESUS É PREGADO NA CRUZ

"Chegando ao lugar chamado Caveira, lá o crucificaram, bem como aos malfeitores, uma à direita e outro a esquerda".

Apenas chegou o Redentor ao Calvário, triturado de dores e fadigado, arrancam-lhes as vestes já pegadas às suas carnes dilaceradas e arremessam-no sobre a cruz. Jesus estende seus sagrados braços e ao mesmo tempo oferece ao eterno Pai o sacrifício de sua vida, rogando-lhe que o aceite pela salvação dos homens. Os carrascos toma então com fúria os cravos e os martelos e, atravessando-lhe aos pés e as mãos, pregam-no na cruz. Ó mãos sagradas, que só com o vosso contacto curastes tantos enfermos, por que vos pregam nessa cruz? Ó pés santos, que tanto vos cansastes para nos buscar a nós, ovelhas desgarradas, por que vos atravessam com tanta crueldade? Quanto se fere um nervo do corpo humano, é tão aguda a dor, que ocasiona espasmos e delíquios. Ora, quão grande terá sido de Jesus, quando lhe foram atravessados os pés e as mãos, cheios de nervos e músculos, pelos duros cravos! Ó meu doce Salvador, tanto vos custou o desejo de ver-me salvo e de conquistar o meu amor e eu, ingrato, tantas vezes desprezei o vosso amor por um nada; agora, porém, o estimo acima de todos os bens.

Levantam a cruz com o Crucificado e fazem-no cair com violência no buraco feito no rochedo. Esse buraco é em seguida entupido com pedras e madeira, e Jesus fica pendente na cruz, para aí consumar sua vida. Estando Jesus já agonizando naquele leito de dores e achando-se tão abandonado e triste, procura quem o console, mas não encontra. Ao menos terão compaixão de Vós, ó meu Senhor, os homens que vos veem morrer? Pelo contrário; vejo que uns vos injuriam, outros zombam de Vós; estes blasfemam, aqueles vos escarnecem, dizendo: Se és Filho de Deus, desce da cruz (...) Ele salvou outros, a si mesmo não se pode salvar (Mt 27, 40-42). Ai bárbaros, Ele já está a expirar como desejais; ao menos não o atormenteis com as vossas zombarias. Vê quanto padece naquele patíbulo o rei teu Redentor. Cada membro sofre o seu tormento e um não pode aliviar o outro. A cada momento Ele experimenta penas mortais. Pode-se dizer que durante aqueles três horas que Jesus agonizou na cruz, Ele sofreu tantas mortes quantos foram os momentos que aí passou. Não encontra na cruz o mínimo alívio ou repouso. Se se apoia nas mãos ou nos pés, aumenta a dor, já que seu Corpo sacrossanto está pendente dessas mesmas chagas. Corre, minha alma, e chega-te enternecida a essa cruz, beija esse altar, sobre o qual morre como vítima de amor por ti o teu Senhor. Coloca-te debaixo de seus pés e deixar que caia sobre ti aquele sangue divino. Sim, meu caro Jesus, que esse sangue me lave de todos os meus pecados e me inflame todo em amor para convosco, meu Deus, que quisestes morrer por meu amor. Ó Mãe das Dores, que estais ao pé da cruz, rogai a Jesus por mim.