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quarta-feira, 30 de outubro de 2024

O QUE AS CRIANÇAS TÊM A VER COM A GUERRA?


No final da audiência geral, Francisco lançou um  novo apelo para rezar pela paz, elencando territórios por conflitos e violência: Ucrânia Oriente  Médio, Mianmar, Norte do Kuwu. E com olhar voltado para os últimos ataques na Faixa de Gaza, expressou tristeza pela morte de crianças e famíliares inteiras: "A guerra está crescendo. Ninguém ganha, todos perdem".

O Papa Francisco fez mais um apelo fervoroso pela paz, sensibilizado pelos relatos de guerra recentes. Durante a audiência geral na Praça de São Pedro, nesta quarta-feira, 30 de outubro, o Santo Padre lamentou profundamente a violência contra inocentes: "Ontem vi que 150 pessoas inocentes foram metralhadas. O que as crianças, as famílias, têm a ver com a guerra? Elas são as primeiras vítimas".

Ontem foi um dos dias mais trágicos em Gaza desde o início do conflito. Segundo a Defesa Civil Palestina, “770 pessoas perderam a vida apenas nos últimos 19 dias” na Faixa de Gaza. Entre as vítimas do bombardeio de ontem, estão 14 crianças, sendo seis de uma mesma família, que morreram no desabamento de sua casa e sufocadas pela fumaça dos mísseis israelenses, conforme fontes locais. No norte de Gaza, o exército israelense também atacou o hospital Kamal Adwan, um dos poucos ainda operacionais. Cerca de 150 pessoas, incluindo pacientes e equipe médica, ficaram presas no pátio central enquanto tanques israelenses disparavam contra o hospital, destruindo uma estação de oxigênio, segundo informações da Al Jazeera. Em Beit Lahia, outro ataque derrubou um prédio de cinco andares, resultando em cerca de 100 mortes confirmadas e ao menos 40 desaparecidos entre os escombros.

"Rezemos pela paz, a guerra está crescendo", disse o Pontífice no final da audiência, elencando mais uma vez as áreas do mundo atormentadas por conflitos para as quais, no domingo passado, no Angelus, ele havia pedido o respeito à "vida" e à "dignidade das pessoas e dos povos", bem como "a integridade das estruturas civis e dos locais de culto, em observância ao direito internacional humanitário".

"Oremos pela paz", insistiu o Papa. Francisco o repetiu três vezes para os fiéis e peregrinos oriundos de todas as partes do mundo reunidos na Praça. Quase uma ladainha para que os fiéis do mundo inteiro não vejam o horror como algo natural num contexto de conflito. "Oremos pela paz. A paz é um dom do Espírito e a guerra é sempre, sempre, sempre uma derrota".

"Na guerra ninguém ganha, todos perdem. Oremos pela paz, irmãos e irmãs... Oremos pela paz". 

domingo, 27 de outubro de 2024

PAPA FRANCISCO PEDE A IGREJA QUE OUÇA O GRITO DO MUNDO.


O Papa Francisco encerrou a assembleia final do Sínodo sobre a Sinodalidade neste domingo (27/10) com um apelo para que a Igreja "ouça o clamor do mundo" sem ficar "cega" para as questões urgentes de nosso tempo.

Na missa de encerramento do Sínodo na basílica de São Pedro, o papa disse que uma Igreja sinodal deve estar "em movimento", seguindo Cristo no serviço aos necessitados.

"Não precisamos de uma Igreja sedentária e derrotista, mas de uma Igreja que ouça o clamor do mundo (...) e suje suas mãos para servir ao Senhor", disse o papa em sua homilia.

Francisco disse que a Igreja não pode permanecer inerte diante das questões levantadas pelas mulheres e homens de hoje, dos desafios do nosso tempo, da urgência da evangelização e das muitas feridas que afligem a humanidade.

"Irmãos e irmãs, não uma igreja sedentária, mas uma Igreja de pé. Não uma Igreja silenciosa, mas uma Igreja que abraça o clamor da humanidade. Não uma Igreja cega, mas uma Igreja, iluminada por Cristo, que leva a luz do Evangelho aos outros. Não uma Igreja estática, mas uma Igreja missionária que caminha com seu Senhor pelas ruas do mundo", disse ele.

A missa marcou a conclusão da segunda assembleia da 16ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que teve início em 2 de outubro e enfocou o tema "Por uma Igreja Sinodal: Comunhão Participação e Missão".

A assembleia foi o ponto culminante do processo sinodal da Igreja, iniciado há três anos. Durante o último mês, os delegados sinodais produziram um documento final d 52 páginas (em inglês, italiano e espanhol) que esboça recomendações para a renovação da Igreja, incluindo propostas para ampliar os papéis de liderança das mulheres, maior participação dos leigos na tomada de decisões e reformas estruturais significativas.

Rompendo a tradição, o papa Francisco anunciou que não escreverá uma exortação apostólica pós-sinodal. Ele optou por ratificar o documento final do sínodo, implementando diretamente as conclusões da assembleia. Embora a assembleia sinodal tenha terminado, 10 grupos de estudo sinodais continuarão a examinar a questão das mulheres diaconisas e outros tópicos importantes até junho de 2025.

Em sua homilia, o papa Francisco refletiu sobre o relato do Evangelho de Marcos sobre Jesus curando e cego Bartimeu. Ele disse que "o cego Bartimeu (...) representa a cegueira interior que nos restringe, nos mantém presos em um só lugar, nos afasta do dinamismo da vida e destróis nossa esperança".

"Tantas coisas ao longo do caminho podem nos tornar cegos, incapazes de perceber a presença do Senhor, despreparados para enfrentar os desafios da realidade, às vezes incapazes de oferecer respostas adequadas às perguntas de tantos que clamam por nós", disse o papa.

"Uma Igreja sedentária, que inadvertidamente se retira da vida e se confina às margens da realidade, é uma Igreja que corre o risco de permanecer cega e se acomodar em seu próprio mal-estar", disse ele. "Se permanecermos presos em nossa cegueira, deixaremos continuamente de compreender a urgência de dar uma resposta pastoral aos muitos problemas de nosso mundo."

O papa Francisco, vestido com vestes verdes para o 30° Domingo do Tempo Comum, fez sua homilia lentamente, muitas vezes parando para falar de improviso. Ele descreveu a imagem de uma "Igreja sinodal" com aquele em que "o Senhor está nos chamando, levantando-nos quando estamos sentados ou caídos, restaurando nossa visão para que possamos perceber as ansiedades e os sofrimentos do mundo à luz do Evangelho". 

"Lembremo-nos de nunca caminhar sozinhos ou de acordo com os critérios mundanos", acrescentou, mas, em vez disso, caminhar 'segundo Jesus ao longo da estrada'.

No altar, o Cardeal Mario Grech, secretário-geral da Secretaria Geral do Sínodo, foi o celebrante principal.

Mais de 300 padres e bispos, 70 cardeais e nove patriarcas concelebraram a missa de encerramento do sínodo sob o dossel do baldaquino recentemente restaurado sobre o altar central.
Reportagem: Courtney Mares 

sábado, 26 de outubro de 2024

PAPA FRANCISCO NÃO PRETENDE PUBLICAR UMA EXORTAÇÃO PÓS-SINODAL.


Na 17ª Congregação Geral, o papa Francisco e o presidente delegado concluíram os trabalhos da 16ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, o Sínodo da Sinodalidade. O documento Final será divulgado em breve e uma conferência de impressa explicará aos jornalistas e ao mundo tudo o que foi decidido. Não haverá exortação apostólica pós-sinodal, disse o Papa Francisco.

O papa Francisco encerra oficialmente os trabalhos com um discurso que fala sobretudo do Espírito Santo, aquele que cria a harmonia. "O Senhor Ressuscitado chama a ser testemunhas do seu Evangelho com a nossa vida antes do que com as palavras. O bispo de Roma também precisa de praticar a escuta, aliás, que praticar a escuta. A minha tarefa é guardar e promover a harmonia que o Espírito continua a difundir na Igreja de Deus. Todos somos convidados para o banquete, todos ninguém fica de fora. A palavra-chave é harmonia. Harmonizar todas as diferenças. É nos dado amplificar a voz do Espírito Santo, abrir portas sem erguer muros. Que mal fazem os homens e as mulheres da Igreja quando erguem", disse o Papa no seu discurso. 

"Começamos esta assembleia sinodal a pedir perdão e a sentir vergonha. Não devemos ser rígidos, a rigidez é um pecado que tantas vezes entra nos clérigos, nos consagramos e nas consagradas. À luz do que foi dito, há e haverá decisões a tomar neste tempo de guerra, devemos ser testemunhas da paz. Por isso, não tenciono publicar uma exortação apostólica, basta que aprovámos, há já indicações muito concretas que podem ser um guia par missão das Igrejas nos diversos continentes. Ponho-a imediatamente à disposição de todos. Quero que seja publicada imediatamente, é esta notícia. Não haverá, portanto, exortação apostólica pós-sinodal.
Quero assim reconhecer o valor do caminho sinodal percorrido, através deste documento que entrego ao povo fiel de Deus. Há necessidade de tempo para chegar a escolhas que envolvam toda a Igreja. Não se trata de adiar indefinidamente as decisões, mas do que corresponde ao estilo sinodal: escutar, convocar, decidir, avaliar. A pausa, a oração são necessárias. O Secretariado Geral do Sínodo ajudar-me-á nesta tarefa. Nem todos o lerão, serão sobretudo vós que o tornareis acessível às Igrejas locais. O que vivemos é um dom e não o podemos guardar para nós. Agora, que as palavras partilhadas sejam acompanhadas de atos", comentou ainda o papa Francisco.
Reportagem: Veronica Giacometti

DIACONATO FEMININO AINDA SERÁ ESTUDADO.

O cardeal Víctor Fernández, prefeito do dicastério para a Doutrina da Fé da Santa Sé (DDF), disse que o diaconato feminino será objeto de estudo mais aprofundado, impulsionado pelas propostas enviadas à comissão designada para esse trabalho. O cardeal disse também que essa questão, embora o papa Francisco a considera não "madura", não é uma "questão encerrada".

Aprofundar as diferenças entre ordem sagrada e poder, pra confiar aos leigos funções de liderança na Igreja, é, para o cardeal o objetivo do trabalho do grupo que lidera no Sínodo da Sinodalidade  para refletir sobre o papel da mulher na Igreja, a pedido do papa Francisco.

O prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé disse isso em um encontro no dia 24/10 à tarde com quase cem membros, convidados e especialistas participantes do sínodo para ouvir suas perguntas e propostas relacionadas ao trabalho do grupo cinco.

A reunião foi convocada por iniciativa do cardeal Fernández depois da indignação de alguns membros devido à sua ausência numa reunião marcada para a semana passada.

Segundo os relatos e o áudio divulgado depois do encontro , o cardeal disse que a maioria das mulheres quer “ser ouvida e valorizada”, pede para “ter autoridade” e poder desenvolver os seus carismas sem pedir especificamente o diaconato feminino, já que não querem ser “clericalizadas”.

“Penso nas teólogas que em alguns lugares do mundo não têm possibilidade de desenvolvimento ou liberdade real para o trabalho teológico (...) nas mulheres que têm dons para liderar comunidades (...) ou nas mulheres que têm grande capacidade de aconselhar como os melhores consultores ou diretores espirituais, mas não são aceitas porque não têm ordem sagrada”, disse Fernández.

O cardeal também falou sobre a possibilidade desse tema ser o tema principal do próximo sínodo.

“Não sei quais são os procedimentos para propor os próximos temas, não é minha função, mas talvez esse seja um dos temas propostos” no final deste sínodo, disse o prefeito do DDF.

O cardeal disse também que “a experiência da Amazônia” é “muito importante” para esse estudo pela existência, “de uma experiência de comunidades lideradas por mulheres sem sacerdote”.

“Essa experiência é muito importante para nós e já consultamos algumas mulheres” que pertencem “a grupos leigos que visitam constantemente as comunidades”, disse dom Fernández.

A ideia dos ministérios, disse o cardeal, “não é uma decisão do bispo que escolhe um amigo para um cargo importante, mas sim uma necessidade na comunidade e há em algumas pessoas um dom que responde a essa necessidade”.

“Devemos ter cuidado com isso para não criar uma estrutura que, em última análise, permaneça dependente da autoridade”, disse dom Fernández.
Reportagem: Almudena Martínez-Bordiú

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

AINDA HÁ MIL PROPOSTAS DE MUDANÇA NO DOCUMENTO FINAL DO SÍNODO DA SINODALIDADE.

Para quem está preocupado em garantir que o Sínodo na Sinodalidade não abra caminho para mudanças na doutrina da Igreja,  a versão preliminar do documento final parece boa. Mas isso pode mudar.

Mil emendas ao texto que foi entregue amanhã (sábado 26/10) de manhã, e votado à noite, parágrafo por parágrafo, para aprovação final.

"Ainda não viramos a esquina", disse um membro do sínodo. Os rascunhos estão distribuídos somente em papel aos participantes do sínodo para dificultar vazamentos para a imprensa que ocorreram na sessão do ano passado do sínodo. As opiniões variam. Um delegado disse que o documento é solidamente "católico", mas outro sugere que ainda falta um nível ideal de precisão teológica. O consenso, porém, é que o rascunho não é nada ruim" e não inclui nenhuma abertura clara para grandes mudanças como a descentralização da autoridade sobre doutrina nem supervisão de leitos sobre as decisões de governança dos bispos.

"Não vejo nenhum problema maior nele", disse um dos membros do sínodo. Pelo menos por enquanto.

Os delegados estão atentos a mudanças na versão final sobre a autoridade das conferências episcopais nacionais sobre a doutrina.

No decorrer do sínodo, uma proposta de "reconhecer conferências episcopais como sujeitos eclesiais com autoridade doutrinária" foi recebida com grande oposição dentro da sala Paulo VI na qual ocorrem os debates. Para vários delegados, a proposta ameaça a unidade da Igreja ao potencialmente permitir que diferentes conferências episcopais nacionais divulguem doutrinas contraditórias sobre fé e moral.

Os organizadores do sínodo chamaram um especialista em teologia do sínodo, o padre canadense Gilles Routhier, para falar sobre o conceito de descentralização da autoridade doutrinária. Mas parece que a resistência dos delegados foi levada em consideração.

Segundo um delegado e confirmado por outro, a versão do rascunho apenas pede maior precisão sobre que autoridade doutrinária e disciplinar as conferências episcopais já têm segundo o direito canônico atual. No mesmo contexto, o documento também fala em não colocar em risco a unidade e a catolicidade da Igreja.

PRIORIDADE ALEMÃ
Acredita-se que o impulso para a descentralização doutrinária seja a maior prioridade dos delegados que apoiam o Caminho Sinodal Alemão, processo liderado pela Conferência Episcopal Alemã e o Comitê Central dos Católicos Alemães (ZdK, na sigla alemão) que pressiona pela aceitação de relações homossexuais, ideologia de gênero e ordenação de mulheres.

Um delegado disse que, se os delegados pró-caminho sinodal ficarem decepcionados com o resultado amanhã (26), seria um sinal de que o documento final evitou desvios perigosos de autoridade doutrinária.

Mas, pelo menos por enquanto, os alemães que buscam mudanças significativas não estão sem esperanças.

O bispo de Limburg, Alemanha, dom Georg Bätzing, presidente da Conferência Episcopal Alemã, disse que apresentou 26 emendas inspiradas no caminho sinodal ao seu pequeno grupo de discussão no sínodo na quarta-feira (23/10), e teve que tentar convencê-los a aceitá-las. Os delegados do sínodo discutiram em pequenos grupos reunidos por língua ou por tema, antes que as propostas chegassem à assembleia geral. Para a surpresa do bispo de Limburg, ele disse que todas as suas sugestões fossem “adotadas por unanimidade na mesa. Eu não esperava isso”.

Das mil emendas ao rascunho que foram apresentadas, o chefe de comunicações do sínodo, Paolo Ruffini, disse na quarta-feira (23) que 900 foram aprovadas nos pequenos grupos, e 100 foram apresentadas por delegados individuais.

Thomas Söding, vice-presidente do ZdK e especialista em teologia no sínodo, disse na terça-feira (22/10) em seu blog pessoal sobre o sínodo que ele e outros especialistas no sínodo “foram requisitados” para aconselhar pequenos grupos sobre suas emendas ao texto final.

Myriam Wiljens, canonista holandesa que viveu e trabalhou na Alemanha por mais de 30 anos, disse ao Register depois de entrevista coletiva na quarta-feira (23), a última do sínodo, que o resultado final ainda não está decidido.

“Ainda estamos no processo de todas essas [emendas]”, disse Wiljens, para quem a ênfase do papa Francisco na sinodalidade aperta um “botão de reinicialização” sobre como a Igreja pratica a governança. “Agora temos que ver o que sairá disso”.

Assim, o atual período do Sínodo da Sinodalidade é uma das poucas vezes em que a maioria dos 368 delegados sinodais e especialistas associados estão do lado de fora da discussão, olhando para dentro, esperando para ver como o documento final ficará amanhã (26/10). Assim como o resto da Igreja.

Reportagem: Jonathan Liedl

terça-feira, 22 de outubro de 2024

ACORDO PROVISÓRIO ENTRE A SANTA SÉ E A CHINA É ESTENDIDO POR MAIS QUATRO ANOS.

Sobre o acordo referente à nomeação de bispos, a nota sublinha os "consensos alcançados para uma aplicação proveitosa". O Vaticano reafirma a intenção de mante um "diálogo respeitoso com a Parte Chinesa".     

Esta é a terceira renovação de um acordo que, com a assinatura de 22 de setembro de 2018, abriu uma página histórica nas relações entre a Santa Sé e a República Popular da China, e também no coração da própria Igreja desse grande país oriental, permitindo que todos os bispos estejam em plena comunhão hierárquica como o Papa. A nova assinatura, realizada pelas duas partes sobre o Acordo Provisório (cuja validade entra em vigor a parte de hoje 22/10) pelos próximos 4 anos. (
Segue aquela da primeira renovação por um biênio ocorrido em 2020, e a seguinte, para um segundo biênio, assinada exatamente em 22 de outubro de 2022.

Através de um comunicado oficial da Sala de Imprensa da Santa, Sé, justifica-se a decisão, tomada "após consultas e avaliações oportunas", graças aos "consensos alcançados para um aplicação proveitosa" do Acordo sobre a nomeação dos Bispos, e se especifica que a "Parte Vaticana permanece determinada a continuar o diálogo respeitoso e construtivo com a Parte Chinesa, para o desenvolvimento das relações bilaterais visando o bem da Igreja Católica no país e de todo o povo chinês".

O acordo provisório pôs fim a décadas de ordenações episcopais realizadas sem o consentimento papal. Um cenário que mudou radicalmente nos últimos 6 anos, com cerca de dez nomeações e consagrações de bispos, e ao mesmo tempo, a oficialização do papel público de alguns prelados que anteriormente não eram reconhecidos por Pequim. Um sinal da nova colaboração é testemunhado também pela presença de bispos da China continental nos Sínodos no Vaticano e em outros encontros na Europa e na América, assim como pela presença de jovens na JMJ de Lisboa no ano passado, além de uma participação geral de fiéis chineses nas viagens apostólicas realizadas pelo Papa Francisco no Oriente nos últimos anos.

O DIA MAIS FELIZ NA VIDA DE SÃO JOÃO PAULO II

Há muitos dias na vida de são João Paulo II que poderiam ser considerados como uma opção óbvia: o fim da Segunda Guerra Mundial, a sua ordenação sacerdotal ou quando foi nomeado bispo cardeal ou papa.

Entretanto, segundo explicou o próprio são João Paulo II, o dia mais feliz da sua vida foi quando ele canonizou uma religiosa da Polônia, sua terra natal: santa Faustina Kowalska.

São João Paulo II (naquela época Karol Wojtyla) tinha aproximadamente 18 anos quando a religiosa morreu (em 5 de outubro de 1938). Entretanto, não conheceu a vida da irmã Faustina nem a mensagem da Divina Misericórdia até entrar em um seminário clandestino durante a Segunda Guerra Mundial; e quando as conheceu, isso teve um impacto profundo em sua vida.

Devido a uma tradução errada ao italiano do Diário da Divina Misericórdia e outras questões que não foram resolvidas, o Vaticano proibiu a divulgação da devoção na década de 1950. Mas começou a ser divulgada seis meses antes do cardeal Karol Wojtyla ser eleito sucesso de Pedro.

Depois de ser eleito papa, João Paulo II dedicou a sua segunda encíclica Diver in Misericordia (Rico em Misericórdia) à Divina Misericórdia.

No livro Testemunho de Esperança: A biografia do papa João Paulo II, o autor norte-americano Georde Weigel escreveu que João Paulo II falou pessoalmente sobre o impacto da Irmã Faustina em sua vida e em seu ministério:

"Quando era arcebispo da Cracóvia, Wojtyla defendeu a irmã Faustina quando sua ortodoxia foi questionada depois da sua morte em Roma, devido em grande parte à tradução errada do seu diário ao italiano, e promoveu a causa da sua beatificação. João Paulo II, o qual disse que se sentia espiritualmente 'muito próximo' a irmã Faustina, estava 'pensando nela durante muito tempo' quando começou a escrever Dives in Misericordia''.

Em muitas ocasiões durante o seu pontificado, João Paulo II escreveu ou falou sobre a importância de pedir a Deus a sua Divina Misericórdia para o mundo inteiro. Em 19 de abril de 1993, o pontífice beatificou a irmã Faustina e, em sua homilia, elogiou o modo através do qual levou as pessoas ao coração misericordioso de Cristo.

"Realmente é maravilhoso ver como a sua devoção a Jesus misericordioso está se espalhando pelo mundo contemporâneo e está ganhando tantos corações humanos! Sem dúvida é um sinal dos tempos - um sinal do século XX. O balanço deste século, que agora está terminando, acrescentando os avanços que muitas vezes superaram os anteriores, apresenta uma profunda inquietude e medo do futuro. Onde o mundo poderá encontrar refúgio e uma luz de esperança se não fosse a Divina Misericórdia? Os crentes entendem isso perfeitamente", expressou.

Em 30 de abril de 2000, João Paulo II canonizou a santa Faustino no que disse ter sido - como foi conhecido mundialmente - "o dia mais feliz da minha vida". 

"É grande a minha alegria, ao propor hoje à Igreja inteira, como dom de Deus para o nosso tempo, a vida e o testemunho da irmã Faustina Kowalska. Pela divina Profidência a vida desta humilde filha da Polônia esteve completamente ligada à história do século XX, que há pouco deixarmos atrás. De fato, foi entre a primeira e a segunda guerra mundial que Cristo lhe confiou a sua mensagem de misericórdia", expressou durante a homilia.

O papa acrescentou que "aqueles que recordam, que foram testemunhas e participantes nos eventos daqueles anos e nos horríveis sofrimentos que daí derivaram para milhões de homens, bem sabem que a mensagem da misericórdia é necessária". 

No domingo depois da Páscoa, são João Paulo II instituiu a festa da Divina Misericórdia, que Jesus pediu nas suas mensagens à irmã Faustina.

Nesse dia, são concedidas graças especiais - semelhantes a uma indulgência - às almas que se confessam e recebem a comunhão. Jesus prometeu que as almas que realizassem esse requisitos nesse mesmo dia seriam devolvidas ao seu estado batismal puro, entre outras graças.

Santa Faustina, batizada como Helena Kowalska, nasce na polônia em 1905, em uma família pobre, mas devota. Aos 20 anos  (depois de ter sido rechaçada de vários conventos porque era pobre e não teve uma boa educação), Helena entrou para a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia, onde recebeu o nome de Irmã Faustina e viveu nos conventos da Polônia e da Lituânia.

Jesus apareceu à religiosa e lhe pediu que se convertesse em seu apostolado e secretária da sua misericórdia. Ela escreveu as mensagens da Divina Misericórdia para o mundo em seu diário. Jesus também pediu para pintar uma imagem de sua Divina Misericórdia, com raios vermelhos e brancos que brotam do seu coração, e que divulgasse a novena dessa devoção.

Antes da morte da irmã Faustina, em 5 de outubro de 1938, a devoção à Divina Misericórdia já tinha se espalhado pela Polônia. 

NOVENA A SÃO JUDAS TADEU: QUARTO DIA


S
ão Judas, ajudai-nos a sermos generosos.

- Pelo sinal da Santa Cruz...
- Em nome do Pai do Filho...

Oração Inicial
Ó glorioso São Judas Tadeu, apóstolo e mártir, escolhido por Deus para levar a boa nova de Cristo, venho a ti em busca de tua intercessão. Sei que és o santo das causas impossíveis e das situações desesperadas. Em tua bondade, olha para mim e escuta minha súplica.
(Faça seus pedidos)
Aumenta minha fé e confiança em Deus, e ajuda-me e encontrar a paz e a esperança em meio às dificuldades. Que eu possa sempre seguir o exemplo de amor e dedicação que tu nos deixaste. Amém

São Judas Tadeu, Apóstolo sempre fiel ao chamado do Mestre e obediente à voz do Pai, nada vos afastou de seu plano de amor. De vós queremos aprender a renunciar a qualquer plano egoísta para aceitar em tudo a vontade do Pai.
Ajudai-nos, São Judas, a sermos generosos no seguimento de Cristo e humildes na renúncia a tudo o que nos afasta de seu caminho. Fazei que procuremos, em primeiro lugar, o que nos torna instrumentos de paz e sinais de Cristo para nossos irmãos.
Eu vos prometo, ó bendito São Judas Tadeu, lembrar-me sempre desta graça e nunca deixar de vos louvar e honrar. Farei tudo para espalhar através de minha vida e meu testemunho o amor ensinado por Jesus e vivido por vós.
São Judas Tadeu, rogai por nós

- Pai nosso que estais nos céus...
- 3 Ave-Marias cheia de graça...
- Glória ao Pai ao Filho... 

Oração Final
Ó glorioso São Judas Tadeu, agradeço-te por intercederes por mim durante esta novena. Em duas mãos, entrego todas as minhas intenções e pedimos. Que, por meio de tua intercessão, eu possa receber a graça que tanto anseio, e que minha fé em Deus de fortaleça cada dia.
Ajuda-me a viver com coragem e esperança, seguindo o exemplo de amor que nos deixaste. Que eu possa sempre confiar na misericórdia divina e compartilhar com os outros as bênçãos que recebo.
Por Cristo nosso Senhor. Amém.

CELEBRAMOS HOJE, SÃO JOÃO PAULO II, O PAPA DA FAMÍLIA E PEREGRINO.

"Não, não tenhais medo! Antes, procurai abrir, melhor, escancarar as porta a Cristo", disse são João Paulo II ao iniciar o seu pontificado. Aquela data marcou a história do papa polonês, tanto que a Igreja determinou este mesmo dia, 22 de outubro, como data da memória litúrgica do santo. 

Karol Wojtyla nasceu em 18 de maio de 1920, na cidade de Wadowice, na Polônia, onde viveu até 1938, quando se mudou para Cracóvia. Teve uma juventude muito dura pelo ambiente de ódio e destruição da Segunda Guerra Mundial com a invasão nazista. No outono de 1940, trabalhou com operário nas minas de pedra e depois numa fábrica química.

Mantendo-se firme na fé, em outubro de 1942, entrou no seminário clandestino de Cracóvia e foi ordenado sacerdote em 1° de novembro de 1946.

Em 1958, foi ordenado bispo, adotando como lema episcopal a expressão mariana Totus tuus (todo seu) de são Luís Maria Grignion de Montfort. Inicialmente, foi bispo auxiliar e, a partir de 1964, arcebispo de Cracóvia.

Participou em todas as sessões do Concílio Vaticano II, tendo deixando importantes contribuições nas constituições dogmáticas 'Gaudium et Spes' e 'Lumen Gentium'. Em 26 de junho de 1967, foi criado cardeal papa são Paulo VI.

Quando, de maneira repentina, João Paulo I faleceu, em 1978, Karol Wojtyla foi eleito papa, na tarde de 16 de outubro, depois de oito escrutínios. Primeiro pontífice eslavo da história e primeiro não italiano depois de quase meio milênio.

De personalidade carismática, afirmou-se imediatamente pela grande capacidade comunicativa e pelo estilo pastoral fora dos esquemas. Com grande vigor, realizou muitas viagens: foram 104 internacionais e 146 na Itália; 129 países visitados nos cinco continentes. Estes dados lhe renderam o apelido de papa peregrino.

O Brasil recebeu a graça de sua visita em três ocasiões. A primeira, em 1980, foi também a primeira vez que um pontífice pisava em solo brasileiro. Na ocasião, presidiu a beatificação do jesuíta espanhol José de Anchieta, fundador da cidade de São Paulo (SP), que foi canonizado em 2014 pelo papa Francisco. A segunda foi em 1991, quando visitou Santa Dulce dos Pobres, em Salvador (BA). A  terceira e última aconteceu em 1997, por ocasião do Encontro Mundial das Famílias, no Rio de Janeiro (RJ).

Este encontro com as famílias, aliás, foi idealizado por são João Paulo II. Tal iniciativa, junto a outras ações em favor da vida e da família (entre elas a exortação apostólica 'Familiaris Consortio' e a corta encíclica 'Evangelium Vitae'), fizeram com que ficasse conhecido como o papa da família.

Também foi uma iniciativa sua as Jornadas Mundiais da Juventude, nas quais se reuniu com milhões de jovens de todo o mundo.

Entre os números de seu pontificado, podem ser mencionadas as frequentes cerimônias de beatificação e canonização, durante as quais foram proclamadas 1.338 beatos e 482 santos.

São João Paulo II faleceu em 2 de abril de 2005 às 21h37, na noite prévia ao Domingo da Divina Misericórdia, data que mesmo instituiu.

Após 26 dias do seu falecimento, Bento XVI concedeu a dispensa dos cinco anos de expectativa prescrito permitindo o início da causa de canonização. Em 1° de maio de 2011, Bento XVI o proclamou beato e, em 27 de abril de 2014, papa Francisco o canonizou.       

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

PAPA FRANCISCO PUBLICA ENCÍCLICA SOBRE O CORAÇÃO DE JESUS.

Na próxima quinta-feira (24/10), será apresentada na Sala de Imprensa da Santa Sé a Encíclica Dilexit nos do Papa Francisco sobre o amor humano e divino do Coração de Jesus Cristo.

O texto será apresentado pelo arcebispo metropolitano de Chieti-Vasto, dom Bruno Forte, e pela irmã Antonella, responsável geral pelos Discípulos do Evangelho, um instituto de mulheres inspirado em são Carlos de Foucauld.

Na audiência geral de 5 de junho último, o próprio papa anunciou a intenção de redigir "um documento que recolha as preciosas reflexões dos textos magisteriais anteriores e de uma longa história que remonta às Sagradas Escrituras, para propor novamente hoje, a toda a Igreja" o culto ao Sagrado Coração de Jesus "cheio de beleza espiritual".

"Creio que nos fará muito bem meditar sobre vários aspectos do amor do Senhor que podem iluminar o caminho da renovação eclesial", disse Francisco. "Mas também que digam algo significativo para um mundo que parece ter perdido o ânimo. Peço-lhes que me acompanhem com a oração, neste tempo de preparação, com a intenção de tornar público este documento no próximo mês de setembro".