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sexta-feira, 11 de outubro de 2024

CELEBRAMOS HOJE PAPA SÃO JOÃO XXIII

"Ah, os santos, os santos do Senhor, que em todos os lugares nos alegram nos animam e nos abençoam!", dizia são João XXIII, chamado "papa bom" e cuja festa litúrgica é celebrada hoje (11/10).

Angelho Giuseppe Roncalli, mais conhecido como são João XXIII, nasceu na Itália em 1881. Ingressou muito jovem no seminário e foi ordenado sacerdote em 1904.

Na Segunda Guerra Mundial, quando era bispo, salvou muitos judeus com a ajuda do "visto de trânsito" da Delegação Apostólica.

Em 1953, foi criado cardeal e, com a morte de Pio XII, foi eleito pontífice em 1958. Aos poucos ganhou o apelido de "papa bom", por suas qualidades humanas e cristãs.

O mundo inteiro pôde ver nele um pastor humilde, atento, decidido, corajoso, simples e ativo. Enveredou-se pelos caminhos do ecumenismo e do diálogo com todos. Escreveu as famosas encíclicas "Pacem In terris" e "Mater et magistra" e convocou o Concílio Vaticano II.

Morreu em 3 de julho de 1963. No ano 2000, foi beatificado por são João Paulo II e canonizado pelo papa Francisco em abril de 2014. 

O milagre para sua beatificação foi baseado na cura de irmã Caterina Capitani, uma religiosa que tinha uma grave doença estomacal.

As irmãs da paciente, que sabiam da grande admiração da irmã Caterina por João XXIII, rezaram pedindo a intercessão do "papa bom" e colocaram uma imagem dele no estômago da religiosa.

Minutos depois, a religiosa começou a se sentir bem e pediu para come. Mais tarde, Irmã Caterina relataria que viu João XXIII sentado ao pé de sua cama e que lhe disse que sua oração havia sido escutada. A ciência não pode da explicações para esta cura.

quinta-feira, 10 de outubro de 2024

SÉRIE: SANTOS CASADOS.

A Santidade no matrimônio ao longo dos séculos.

SANTA SALOMÉ e ZEBEDEU
Chegamos agora a um casal bíblico que, no início da Nova Aliança, teve a alegria e a honra de colocar dois filhos à disposição do Senhor Jesus para o colégio dos Apóstolos: SANTA SALOMÉ e seu esposo ZEBEDEU.

Tiago, o mais velho, e seu irmão, João, são os únicos apóstolos cujos pais são nomeados no Novo Testamento.

ZEBEDEU (Presente de Deus) é mencionado três vezes no Novo Testamento como pai dos apóstolos Tiago e João (cf Mt 20,20; e Lc 5,10), nascidos de Salomé, sua esposa. Não se sabe se ela deu à luz outros filhos. Além disso, as Sagradas Escrituras mencionam apenas que ele era pescador e exercia seu ofício no mar da Galileia e provavelmente viveu em Betesda. Como Zebedeu tinha um barco com redes de pesca e, além de seus dois filhos, empregou também alguns trabalhadores, pode-se concluir que sua família estava entre as mais afluentes daquela região.

Em nenhuma parte do Novo Testamento está dito que, como seus dois filhos, Zebedeu decidiu juntar-se aos mais próximos seguidores de Jesus. Lendas posteriores tampouco parecem ter algo a dizer sobre ele. Provavelmente faleceu durante o ministério público de Jesus, pois logo sua esposa juntou-se às outras mulheres que seguiram e serviam o Senhor.

A esposa de Zebedeu, SALOMÉ ("a pacífica"), era irmã ou parente próxima da Mãe de Jesus (cf. Mc 15,40; Mt 27,56). Nada se sabe acerca de sua infância e juventude.
Diferentemente de muitas outras judias contemporâneas de Jesus, Salomé provavelmente nunca teve de lidar com privações e necessidades, pois seu marido Zebedeu - como já foi dito - tinha um próspero negócio de pesca. O maior tesouro de sua casa, no entanto, e sua maior satisfação e orgulho, eram seus dois filhos: Tiago, o mais velho, e João, o caçula. Como o pai, também dedicaram-se à pesca e fizeram negócios na companhia dele e às vezes de outra dupla de irmãos, Simão Pedro e André (cf. Lc 5,9-10).

Nas sagradas escrituras, não se relata nada mais acerca da vida do casal Salomé e Zebedeu. Entretanto, podemos supor certamente que a família tivesse uma vida muito boa e feliz pois, em primeiro lugar, foi abençoado com filhos - ao que os maridos israelitas dava imenso valor - e, além disso, cumpria a exigência básica para uma vida em casal pacífica e feliz: a magnanimidade dos cônjuges e o profundo espírito religioso que permeava toda a vida familiar. É possível inferi-lo graças ao fato de que os dois filhos de Zebedeu e Salomé uniram-se desde cedo ao movimento messiânico iniciado com o aparecimento de João Batista. O filho mais jovem, João, junto de seu amigo e compatriota André, foi a primeira pessoa a quem o proveta apontou Jesus como o Cordeiro de Deus; depois, ele teve seu abençoado encontro com o Messias, em uma hora e circunstâncias que permaneceram para sempre guardadas em sua memória, mesmo em idade avançada (cf. Jo 1,35-36). João levou o irmão, Tiago, ao Senhor, e André levou seu irmão, Simão Pedro.

O chamado definitivo dos dois filhos de Zebedeu aconteceu depois, num dia em que ambos estavam ao lado de seu pai e Jesus Caminhava nas margens do rio de Genezaré (Mc 1,19-21). Jesus avistou em um barco Zebedeu, seus dois filhos e seus homens contratados enquanto limpavam as redes e preparavam-se para outra pesca. Os olhos do melhor juiz entre os homens viram nos dois Filhos de Zebedeu e Salomé almas generosas e cheias de ardor, admiravelmente apropriadas para o trabalho apostólico. Jesus os chamou, e sem hesitar ambos deixaram o barco, seu pai e todas as tarefas cotidianas, unindo-se ao pobre e errante pregador, ainda pouco conhecido em Nazaré. Naquela noite, a mãe, Salomé, alarmou-se ao ver Zebedeu aproximar-se de sua casa, vagaroso e pensativo, a dar-lhe, vacilante, a notícia de que seus dois filhos haviam se unido a Jesus em definitivo e dificilmente voltariam à casa da família.

Salomé, para quem, como ensinam as Sagradas Escrituras, os filhos eram o seu mundo, tamanha sua devoção, não seria uma mãe de verdade se tivesse-os deixado partir sem lágrimas ou lamúrias. Ela provavelmente conseguiu se conter quando soube que seus dois filhos pertenciam ao círculo mais próximo e favorecido de Jesus e que João era até mencionado como "o discípulo a quem Jesus ama" (cf. Jo 20,2). O próprio Jesus deu a ele e seu irmão, Tiago, o apelido de Boanergés (Filho do Trovão) e as cenas representadas em Lc 9,54 e Mc 9,38 demonstram que esse nome traduzia perfeitamente seus temperamentos. 

O que mais revela as virtudes de Salomé é o fato de que, no fim das contas, ela não apenas renunciou alegremente a seus dois filhos (os quais havia criado com todo o talento que uma fiel e bondosa mãe judia poderia reunir) colocou-se à disposição do Senhor, servindo-o e prestando-lhe auxílio financeiro na companhia de outras mulheres (Mc 15,40; Lc 8,2-3). Desta maneira, ela pôde observar mais de perto o quanto Cristo tinha seus filhos em alta conta e os favorecia em lugar dos outros. Foi-lhes permitido estarem presentes quando Jesus despertou a filha de Jairo de volta da morte e quando Ele foi transfigurado no topo do Monte Tabor; eles estiveram com Cristo, também, quando Ele recebeu o batismo do amargo sofrimento no Monte das Oliveiras. Nessa ocasião, Salomé talvez se recordasse da resposta que o Senhor lhe dera quando ela, de maneira extremamente ambiciosa, fizera-lhe um extravagante pedido em nome de seus filhos:

Então aproximou-se dele a mãe dos filhos de Zebedeu com seus filhos, adorando-o e pedindo-lhe alguma coisa. E ele disse-lhe: "Que queres?". Ela respondeu: "Ordena que estes meus dois filhos se sentem no teu reino, um à tua direita e outro à tua esquerda". E Jesus respondendo, disse: "Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu hei de beber?". Eles responderam-lhe: "Podemos (Mt 20,20-22).


Mas Jesus disse-lhes: "Não sabeis o que pedis; podeis vós beber o cálice que eu vou beber, ou ser batizados no batismo em que eu hei de ser batizado?". E eles disseram-lhe: "Podemos". E Jesus disse-lhe: "Efetivamente haveis de beber o cálice que eu vou beber, e haveis de ser batizado no batismo em que eu heo de ser batizado; Mas, quando a assentarde à minha direita ou à minha esquerda, isto não depende de mim: o lugar compete àqueles a quem está destinado". (Mc 10,38-40).

O que levou Salomé a fazer tal pedido, que não só negligenciava os outros apóstolos, mas também parecia, superficialmente, um tanto presunçoso? Não muito antes disso, Pedro, em nome de todos os Doze, perguntava ao Senhor a respeito de sua recompensa, após Jesus ter apresentado ao jovem rico um destino grandioso, caso renunciasse a tudo e O seguisse, "Então Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: 'Eis que abandonamos tudo e te seguirmos; que haverá então para nós?'. E Jesus disse-lhes: 'Em verdade vos digo que, no dia da regeneração, quando o Filho do homem estiver sentado no trono da sua majestade, vós, que me seguistes, também estareis sentados sobre doze tronos, e julgareis as doze tribos de Israel'." (Mt 19,27-28). Salomé sabia, então, que dois tronos no futuro reino messiânico haviam sido prometidos a seus filhos. Mas isso ainda não a deixara satisfeita, e nem a eles. 

Qual terá sido o pensamento de Salomé ao ouvir a resposta de Jesus sobre beber da mesma taça e mergulhar no mesmo banho batismal que Ele, considerando que essas duas imagens, segundo o sentido bíblico, remetiam a grandes sofrimentos? Acaso essa mãe assustou-se e teve premonições obscuras de que algo bastante difícil e doloroso estava reservado a seus filhos? As passagens das Escrituras não revelam nada nesse sentido, mas depois, através de Mateus e Marcos, evangelista que registraram as aspirações maternais de Salomé, descobrimos que ela não era apenas uma mãe ambiciosa, mas também uma mulher corajosa, que permaneceu com Jesus sob a cruz quando tudo revelou-se totalmente diferente do que ela esperava. Salomé tampouco sentiu-se desprezada quando o Salvador, morrendo na cruz, confiou o bem mais precioso que deixava na Terra, ou seja, Sua Mãe, a seu filho João (cf. Jo 19,27). Após a morte de Jesus, Salomé fez um generosa contribuição para que fossem compradas as ervas aromáticas a serem usada no sepultamento. Salomé também foi uma daquelas mulheres que, na manhã de Páscoa, apressou-se a ir ao túmulo para render a seu Mestre uma última homenagem mas, em vez disso, foi privilegiada com a visão do Ressuscitado. É provável que Salomé também tenha vivido para ver seu filho Tiago tornar-se o primeiro apóstolo a oferecer a própria vida a Cristo como mártir, quando veio a ser decapitado, por volta do ano 42.

A esposa de Zebedeu, mãe daqueles dois apóstolos, requisitou honrarias, e recebeu a garantia de sacrifícios. Porque Salomé e seus dois filhos, apesar de tudo, aceitaram e confirmaram os sacrifícios, Deus, com Sua generosidade infinita, recompensou-os à altura. Em muitas dioceses da Itália, a festa de Salomé, bem-aventurada esposa e mãe de dois apóstolos, é celebrada em 22 de outubro. Estamos certos em supor que essa seja a mesma data de Zebedeu, esposo e patriarca da família, um guia e exemplo para seus dois filhos não apenas na pesca, mas também na fiel e confiante esperança pelo Messias, a quem Tiago e João serviram com extraordinária fidelidade.

 

HOLBÖCK, Ferdinand. Santos Casados: A santidade no matrimônio ao longo dos séculos. P. 21, RS: Minha Biblioteca Católica 2020.


quinta-feira, 3 de outubro de 2024

ORAÇÃO DO DIA.

Ó Deus, concedestes admirável constância no martírio aos Santos André e Ambrósio, presbíteros, Mateis Moreira e seus companheiros leigos; fazei que o seu testemunho de fé fortaleza as nossas comunidades e estimule a ação missionária de vossa Igreja. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.

quarta-feira, 2 de outubro de 2024

PALAVRAS DO PAPA FRANCISCO.


Deus não tem dificuldade de se fazer entender pelas crianças, e as crianças não têm problemas em compreender Deus. Não é por acaso que no Evangelho Jesus profere palavras muito bonitas e fortes sobre os "pequeninos". Este temo, pequeninos indica todas as pessoas que dependem da ajuda dos outros e, de modo especial, as crianças. Por exemplo, Jesus diz: [...] "Guardai-vos de menosprezar um só destes pequeninos, porque Eu vos digo que o seus anjos no céu contemplam sem cessar a face do meu Pai que está nos Céus" (Mt 18,10). Assim, as crianças são em si uma riqueza para a humanidade e também para a Igreja, porque nos chamam constantemente à condição necessária para entrar no Reino de Deus: a de não nos considerarmos autossuficientes, mas necessitamos de ajuda, de amor, de perdão. E todos nós precisamos de ajuda, de amor, de perdão [...] Mas há muitos dons e riquezas que as crianças oferecem à humanidade. Recordo apenas alguns deles. Dão-lhe o seu modo de ver a realidade, com um olhar confiante e puro. A criança tem uma confiança espontânea no seu pai e na sua mãe; uma confiança espontânea em Deus, em Jesus, em Nossa Senhora. Ao mesmo tempo, o seu olhar interior é puro, ainda não poluído pela malícia, pelas ambiguidades, pelas "incrustações" da vida que endurecem o coração. Sabemos que até as crianças têm em si o pecado original, com os seus egoísmos, mas conservam uma pureza e uma simplicidade interior. [...] Por todos estes motivos, Jesus convida os seus discípulos a "torna-se como as crianças", pois é "a quantos são como elas que pertence o Reino de Deus". 

ORAÇÃO DO DIA:


Ó Deus, que na vossa inefável providência dignais enviar os vossos Santos Anjos para nos guardar, concedei que sejamos sempre defendidos, pela sua proteção e gozemos eternamente de sua companhia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

terça-feira, 1 de outubro de 2024

ORAÇÃO DO DIA


Ó Deus, que preparais o vosso Reino para os pequenos e humildes, fazei-nos seguir confiantes o caminho de Santa Teresinha do Menino Jesus, para que, por sua intercessão, nos seja revelada a vossa glória eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. 

ORAÇÃO DE OUTUBRO.

Pelo dom da santidade

Santos és Tu, ó Deus Criado, e Santo, também, é teu Filho, que se entregou totalmente a nós, doando-se completamente a nosso favor. E, ao assumir a cruz, o Verbo Divino manifestou a vida e o amor em toda a sua plenitude, superando nosso pecado, e vencendo toda morte e solidão. Vida e amor que se manifesta, agora, naqueles que amorosamente se abrem à tua graça e se deixam conduzir por tua Palavra. Preenche-me, Senhor, com tua santidade. Manifesta, pois, em mim a força transformadora e vificante do teu amor. Faz de mim um sinal e instrumento da tua justiça e da tua paz, para que, assim, eu possa colaborar com a renovação deste mundo e com a santificação da família humana. Amém.

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

ARQUIDIOCESE DE GOIÂNIA RECEBE RELÍQUIAS DE PADRE PIO.

A arquidiocese de Goiânia (GO) vai receber entre os dias 5 e 9 de outubro relíquias de São Pio de Pietrelcina, o padre Pio, que poderão ser veneradas em várias igrejas. As relíquias virão diretamente dos EUA.

As relíquias que estarão disponíveis para veneração são crostas das feridas de são Pio, o lenço do santo usado durante a missa para enxugar suas lágrimas, uma mecha de seu cabelo, a luva branca e pedaço do manto de padre Pio.

No dia 5 de outubro, as relíquias poderão ser veneradas no santuário basílica Sagrada Família, em Goiânia; no dia 7, na catedral metropolitana de Goiânia; no dia 8, na paróquia Nossa Senhora Aparecida e Santa Edwiges, Goiânia; e no dia 9, na paróquia Nossa Senhora da Assunção, também na capital de Goiás.

São Pio de Pietrelcina.
Padre Pio nasceu em Pietrelcina, Itália, em 25 de maio de 1887. Seu nome era Francisco Forgione e tomou o nome de frei Pio de Pietrelcina em honra a são Pio V, quando recebeu o hábito de franciscano capuchinho. Foi ordenado padre em 10 de agosto de 1910.

Em 1918, recebeu os estigmas. "Eu estava no coro fazendo a oração de ação de graças da missa... me apareceu Cristo que sangrava por toda parte. De seu corpo chegado saíam raios de luz que mais pareciam flechas que me feriam aos pés, as mãos e o lado", descreveu padre Pio a seu diretor espiritual.

"Quando voltei a mim, encontrei-me no chão e com chagas. As mãos os pés e o lado sangravam e me doíam até me fazer perder todas as forças para me levantar. Sentia-me morrer, e teria morrido se o Senhor não tivesse vindo me sustentar o coração que sentia palpitar fortemente em meu peito. Arrastei-me até a cela. Recostei-me e rezei, olhei outra vez minhas chagas e chorei, elevando hinos de agradecimento a Deus", disse.

Durante sua vida, atribuíram-lhe muitos milagres como curas, diziam que podia ler as almas, levitar e o dom da bilocação.

Padre Pio morreu em 23 de setembro de 1968. Foi canonizado pelo papa são João Paulo II em 2002.
Reportagem: Natalia Zimbrão.

SÉRIE SANTOS CASADOS.

A santidade no matrimônio ao longo dos séculos

SANTA ISABEL e SÃO ZACARIAS
Os pais de São João Batista
Na transição entre a Antiga e a Nova Aliança, encontramos um casal ao qual as Sagradas Escrituras prestam enorme louvor:

Houve no tempo de Herodes, rei da Judeia, um sacerdote chamado Zacarias, de ordem de Abias, e sua mulher era da descendência de Aarão, e chamava-se Isabel. E ambos eram justos diante de Deus, caminhando irrepreensivelmente em todos os mandamentos e preceitos do Senhor, e não tinham filhos, porque Isabel era estéril, e ambos se achavam em idade avançada.
(Lc 1,5-7) 

De acordo com a passagem, Zacarias era da ordem sacerdotal de Abias, a oitava de vinte e quatro ordens em que todo o sacerdócio do Antigo Testamento estava dividido e que eram designadas, por sorte, para oferecer incenso diariamente no templo (Lc 1, 8-9). Zacarias (em hebraico: zekaryah, "o Senhor lembra"), então, era filho de um sacerdote. Não se obrigava a casar o filho de um sacerdote judeu com a filha de um sacerdote judeu, mas este era considerado um sinal especial de fidelidade à Lei do Senhor. Ainda é assim entre as família rabínicas ortodoxas, Zacarias seguiu o costume e casou-se com uma virgem da mais alta classe de Aarão, chamada Isabel (em hebraico: elisheba, "Deus jurou"; outras interpretações: "Deus é sete", ou seja, a perfeição; outros, ainda, afirmam que é um nome derivado do nome hebraico de Deus, El, e beth "lar", "casa de Deus").

Ao contrair matrimônio respeitando fielmente seus costumes ancestrais, o casal viveu sua vida conjugal estritamente de acordo com os preceitos e comandos de Deus. Eram ambos - como dizem as Escrituras em Lucas 1,6 "justos diante de Deus, caminhando irrepreensivelmente em todos os mandamentos e preceitos do Senhor". Tal julgamento acerca da conduta de um casal israelita era de fato bastante elogiosa. "Um profundo sentimento religioso interior e uma piedade exemplar caracterizou a vida dessa casal".

Nem todas as pessoas casadas viviam daquela maneira, nem mesmo as famílias sacerdotais em Israel. Havia também uma abordagem menos rigorosa. Seus adeptos acreditavam que eram mais liberais, que seguiam seu tempo. Não queriam entrar em conflito com Deus, mas também não queriam conflito com o mundo. Estar de acordo com a cultura contemporânea era mais importante do que viver estritamente de acordo com a Torá. Especialmente nas classes sacerdotais superiores, havia defensores desse modo saduceu de pensar.

Ao louvar as virtudes dos esposos Zacarias e Isabel, a intenção do evangelista Lucas era dar a devida atenção à ausência de filho do casal. Entre as pessoas de Israel na época, tal condição não era considerada apenas um pesado fardo, mas também uma sentença divina, a punição por graves pecados cometidos contra Deus. Se Zacarias e Isabel, mesmo em seu profundo pesar pela falta de filhos, não deixaram de viver de maneira justa, sua piedade então resistiu à prova de fogo. 

Eles carregaram sua cruz humildade. Talvez por isso mereceram um favor especial de Deus: "Não temas, Zacarias, porque foi ouvida a tua oração; e tua mulher Isabel te dará à luz um filho, e Pôr-lhe-ás o nome de João" (Lc 1,13) (Iôannês é o nome grego para o hebraico (Yehôhanan, "Deus é misericordioso"). Aquele era de fato o nome mais adequado à criança que iria preparar o caminho do Redentor e anunciar o tempo da graça do Senhor.

É humanamente compreensível que Zacarias ficasse perplexo com o anúncio do anho e perguntasse: "Como terei certeza disso? Porque eu sou velho, e minha mulher está avançada em anos" (Lc 1,18). A dúvida de Zacarias, no entanto, mereceu um castigo expiatório, pois tratava-se de um anjo, um mensageiro de Deus, que lhe havia comunicado esse milagre, e o fizera em um lugar sagrado, num templo. Para um sacerdote do Antigo Testamento, aquilo deveria ter bastado para evocar a sua fé e uma grata e jubilosa confirmação do que lhe fora revelado. 

Da parte de Isabel, não há registro de dúvidas e hesitações nas Sagradas Escrituras. A opinião de Pe. Ketter provavelmente está correta: "Sua alma feminina conhecia melhor aquele campo misterioso, onde a natureza encontra o sobrenatural, do que conhecia a alma sacerdotal de seu marido". 

Uma nova fase da vida começou para aquele casal, especialmente para Isabel. Apenas as mães conseguem compreender na pele que transformação se deu em todo o seu ser, quando o Criador a convocou ao Seu serviço, mesmo que ela já se encontrasse em idade avançada.

"E aconteceu que, depois de terem acabado os dias do seu ministério, retirou-se para sua casa; e, alguns dias depois, Isabel, sua mulher, concebeu, e durante cinco meses esteve escondida, dizendo: Eis a graça que o Senhor me fez, nos dias em que me olhou para tirar meu opróbrio de entre os homens (Lc 1,23-25). O que podemos deduzir a partir desse solilóquio de Isabel que Lucas nos transmitiu? Por um lado, ela tinha  consciência de que a criança que concebera fora um bênção e um sinal da generosidade divina, afinal, ela e o marido haviam desejado um filho por longo tempo e rezado juntos anos após ano com tal intenção. Além disso, ela era grata a Deus por libertá-la da vergonha que carregava os olhos dos homens. Mas por que Isabel permaneceu em total reclusão por cinco meses? Será por querer aparecer novamente entre os vizinhos apenas quando ficasse evidente que Deus lhe livrara de sua vergonha de não ter filhos? Outro motivo, mais sublime, a manteve em casa em silêncio: ela refugiou-se das atividades do mundo para ficar sozinha com Deus e assim oferecer a seu bebê, naqueles cinco meses de retiro e silêncio, um ambiente propício para seu desenvolvimento e também as bênçãos abundantes de um diálogo ininterrupto com Deus. Astuciosamente, observou-se que nesse período silencioso de Isabel, tornou-se parte da carne e do sangue de seu filho o amor o silêncio e à solidão que ele mais tarde viria a procurar no deserto. E a base fundada durante esses cinco meses de crescimento silencioso no ventre de sua mãe foi completada, então, no sexto mês, com o sopro do Espírito Santo ao Maria visitar Isabel. O primeiro encontro das duas mães abençoadas foi acompanhada de milagres da graça, e ainda mais abundante foi a corrente de bênçãos que jorrou durante os três meses que aquelas duas mulheres grávidas passaram juntas (cf. Lc 1,39-56).

Quando, ao fim dos nove meses, Isabel deu à luz seu filho e segurou-o em seus braços, foi um dia glorioso não apenas para ela e seu marido, Zacarias: "E os seus vizinhos e parentes, ouviram como o Senhor tinha assinalado com ela a sua misericórdia, e congratulavam-se com ela" (Lc 1,58). Depois de anunciar o nascimento de um filho a Isabel, o anjo Gabriel dissera a Zacarias: "será para ti motivo de gozo e de alegria, e muitos se alegrarão no seu nascimento" (Lc 1,14). Zacarias comemorou ademais o fato de ter-lhe sido tirado o castigo da mudez. Podendo falar novamente, louvou e agradeceu a Deus, profeticamente e com todo o seu coração: "E Zacarias, seu pai, foi cheio do Espírito Santo, e profetizou, dizendo: 'Bendito seja o Senhor, Deus de Israel'" (Lc 1,67-68)

Não sabemos o que aconteceu depois da vida do casal Isabel e Zacarias. As Sagradas Escrituras não tratam do assunto. De todo modo, os louvores divinos cantados por Zacarias ainda ressoam, no cântico conhecido como Benedictus, recitado na hora litúrgica das Laudes, e proferido todos os dias por religiosos e sacerdotes no Ofício Divino. De acordo com o apócrifo Apocalipse de Zacarias, da virada do século IV, Zacarias foi assassinado por Herodes, no templo. Não há dúvidas de que ele foi considerado santo desde as mais antigas eras cristãs, e seu dia é 5 de novembro, o mesmo de sua santa esposo, Isabel. Embora apenas depois da reforma do calendário litúrgico, iniciada pelo Concílio Vaticano II, os santos casados passassem a ser celebrados no mesmo dia, e não em dias separados (Joaquim e Ana, pais da Santíssima Virgem, e o casal imperial Santo Henrique e Santa Cunegundes, por exemplo), os pais de João Batista sempre foram celebrados na mesma data e aparecem mencionados juntos no Martirológio Romano, no registro de 5 de novembro: "O santo sacerdote e profeta Zacarias, pai de São João Batista, mensageiro do Senhor, e Santa Isabel, mãe do futuro santo profeta".

HOLBÖCK, Ferdinand. Santos Casados: A santidade no matrimônio ao longo dos séculos. P. 16, RS: Minha Biblioteca Católica 2020.


TRECHOS BÍBLICOS

Lc 1,8-9
"Ora, aconteceu que, ao desempenhar ele as funções sacerdotais diante de Deus, no turno de sua classe, coube-lhe por sorte, conforme o costume sacerdotal, entrar no Santuário do Senhor para oferecer o incenso".

Lc 1,6
"Ambos eram justo diante de Deus e, de modo irrepreensível, seguiam todos os mandamentos e estatutos do Senhor."

Lc 1,13
"Disse-lhe, porém, o Anjo: "Não temas, Zacarias, porque a tua súplica foi ouvida, e Isabel, tua mulher, via te dar um filho, ao qual porás o nome de João".

Lc 1,18
"Zacarias perguntou ao Anjo: "De que modo saberei disso? Pois eu sou velho e minha esposa é de idade avançada".

Lc, 23-25
"Completamos os dias do seu ministério, voltou para casa. Algum tempo depois, Isabel, sua esposa, concebeu e se manteve oculta por cinco meses, dizendo: "Isto fez por mim o Senhor, quando se dignou retirar o meu opróbrio perante os homens!"

Lc 1, 39-56
"Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá. Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Ora, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre! Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite? Pois quando a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria em meu ventre. Feliz aquela que creu, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!"
Maria, então disse:
"Minha alma engradece o Senhor, e meu espírito exulta em Deus em meus Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva.
Sim! Doravante as gerações todas me chamarão de bem-aventurada, pois o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor.
Seu nome é santo e sua misericórdia perdura de geração em geração, para aqueles que o temem.
Agiu com a força de seu braço, dispersou os homens de coração orgulhoso.
Depôs poderosos de seus tronos, e a humildade exaltou. 
Cumulou de bens e famintos e despediu ricos de mãos vazias.
Socorreu Israel, seu servo, lembrado de sua misericórdia - conforme prometera a nossos pais - em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre!"
Maria permaneceu com ela mais ou menos três meses e voltou para casa".

Lc 1, 58
"Os vizinhos e os parentes ouviram dizer que Deus a cumulara com sua misericórdia e com ela se alegraram".

Lc 1,14
"Terás alegria e regozijo, e muitos se alegrarão com o seu nascimento". 

Lc 1,67-68
"Zacarias, seu pai, repleto do Espírito Santo, profetizou: 
Bendito seja o Senhor Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo".

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

COMEÇA HOJE A NOVENA AOS SANTOS ANJOS DA GUARDA.

"Invoque seu Anjo da Guarda, que irá iluminar você e guiá-lo. Deus o deu a você por este motivo. Portanto, valha-se dele", dizia são Pio de Pietrelcina, que durante sua vida teve uma grande proximidade com seu anho da guarda, o qual se tornou seu confidente e conselheiro.

Próximo da festa dos anjos da guarda, que é celebrada em 2 de outubro.

- Pelo sinal da Santa Cruz...
- Em nome do Pai do Filho...

Oração Inicial
Santo Anjo da Guarda, guardai-nos de todas as ciladas do inimigo astucioso. Deus, vinde em meu auxílio. Apressai-vos, Senhor, em socorrer-me.
- Glória ao Pai ao Filho ao Espírito...

Ó Santo Anho da minha Guarda, dou-vos graças pelos cuidados que tivestes comigo desde os primeiros dias de minha vida, livrando-me dos perigos espirituais e corporais. Ajudai-me com suas santas aparições, para que, sendo fiel a elas, consiga viver santamente, neste mundo, e gozar, depois, de vossa companhia na pátria celestial. Amém.

PRIMEIRO DIA
Intenção: Para que o Senhor nos torne dignos de sermos abrasados de uma perfeita caridade.
 - Pai-Nosso que estais nos céus...
- 3 Ave- Marias