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segunda-feira, 16 de setembro de 2024

SETEMBRO MÊS DA BÍBLIA.

SIGNIFICADO E SIMBOLISMO DA BÍBLIA CATÓLICA.

O significado prático da Bíblia Sagrada
Como significados práticos, destacamos o caráter de objeto de estudo e o caráter moral da Bíblia Sagrada. É muito comum estudar os textos sagrados nas diversas religiões, também no cristianismo, através de cursos, escolas, reuniões e várias outras maneiras. É comum também buscar nos textos sagrados normas e diretrizes para reger um tipo ou estilo de vida, para adequar oi comportamento ao que é proposto pelos valores assumidos no grupo religioso. Caráter moral significa justamente isso: o conteúdo moral da Bíblia Sagrada, as leis e normas de conduta que são expressadas ao longo do texto. Outros significados práticos são possíveis, como, por exemplo, a função social da Bíblia Sagrada.

domingo, 15 de setembro de 2024

HOJE A IGREJA CELEBRA NOSSA SENHORA DAS DORES.

A Igreja Católica celebra hoje (15/9) a festa de Nossa Senhora das Dores, que ensina a ser forte diante dos sofrimentos da vida e ter Maria e seu Filho como companheiros de caminho.

Entre as sete dores de Nossa Senhora se encontram: a profecia de Simeão no templo, a fuga para o Egito, os três dias que Jesus esteve perdido, o encontro com Jesus levando a Cruz, sua Morte no Calvário, a lança que atravessa o coração de Jesus e quando é colocado no sepulcro.

Apesar de tudo, Ela se manteve firme na oração e na confiança na vontade de Deus. Agora a Virgem que nos ajudar a levar as nossas cruzes diárias porque foi no calvário onde Jesus Cristo nos deixou Maria como nossa mãe.

Por duas vezes no ano, a Igreja comemora as dores da Santíssima Virgem: na Semana da Paixão e também hoje, 15 de setembro.

A primeira destas comemorações é a mais antiga, posto que se instituiu em Colônia, na Alemanha, e em outras partes da Europa no século XV. Quando a festividade se estendeu por toda a Igreja, em 1727, com o nome das Sete Dores, manteve-se a referência original da Missa e do ofício da Crucificação do Senhor.

Na Idade Média, havia uma devoção popular pelos cinco gozo da Virgem Mãe, e pela mesma época se complementou essa devoção com outra festa em honra e suas cinco dores durante a Paixão. Mais adiante, as penas da Virgem Maria aumentaram para sete e não só compreenderam sua marcha para o Calvário, mas também sua vida inteira.

Aos frades Servitas - religiosas da Companhia de Maria Dolorosa-, que desde sua fundação tiveram particular devoção pelos sofrimentos de Maria, foi autorizado que celebrassem uma festividade em memória da Sete Dores, no terceiro domingo de setembro de todos os anos.

Santa Brígida da Suécia diz em suas revelações, aprovadas pela Igreja, que Nossa Senhora prometeu conceder sete graças a quem rezar, cada dia, sete Ave-Marias em honra de suas dores e lágrimas, meditando sobre elas.

A promessas são:
1- Porei a paz em suas famílias.
2- Serão iluminados sobre os divinos mistérios.
3- Consolá-los-ei em suas penas e acompanhá-los-ei em suas aflições.
4- Conceder-lhes-ei tudo o que me pediram, contanto que não se aponha e adorável vontade de meu divino Filho e a santificação de suas almas. 
5- Defendê-los-ei nos combates espirituais contra o inimigo infernal e protegê-los-ei em todos os instantes da vida.
6- Assistir-lhes-ei visivelmente no momento da morte e verão o rosto de Sua Mãe Santíssima.
7- Obtive de meu Filho, para os que propagarem esta devoção às minha lágrimas e dores, sejam transladados desta vida terrena à felicidade eterna, diretamente, pois ser-lhes-ão apagados todos seus pecados e meu Filho e eu seremos sua eterna consolação e alegria.
Fonte: AciDigital.
 

SETEMBRO MÊS DA BÍBLIA

SIGNIFICADO E SIMBOLISMO DA BÍBLIA CATÓLICA

Vários Significados da Bíblia Sagrada
Também ao tratarmos de significados vamos falar do assunto em dois sentidos: o que a Bíblia Sagrada significa: e os significados que podemos encontrar dentro da Bíblia. Esta compilação de escritos religiosa ao qual damos o nome de Bíblia significa muitas coisas e esses significados variam de acordo com a época e a cultura, certamente, e com a maior ou menor proximidade do sujeito em relação ao universo judaico-cristão: quanto mais envolvidas as pessoas, comunidades e até países com os ideais e as instituições religiosas, mais importantes será a Bíblia Sagrada, significando uma fonte espiritual e uma fonte de princípios morais, além de toda a riqueza literária e histórica, sobre a qual falamos acima. Quando vamos aos significados contidos na Bíblia Sagrada, ou seja, quando voltamos o olhar para os significados da simbologia bíblica, podemos nos espantar com a grandeza do universo peculiar que encontramos! Na Bíblia Sagrada, qualquer realidade pode ser transformada num símbolo, desde nomes até elementos simples. Vejamos alguns. Já no primeiro livro, nas primeiras linhas, surge o primeiro simbolismo bíblico, que estará presente em toda a trajetória dos livros canônicos: a água. Ela representa nascimento, vida, abundância, limpeza, purificação, penitência, renascimento e conversão, e ainda outros significados, variando de sentido, do Gênesis ao Apocalipse. A terra aparece como símbolo do que há de mais baixo no ser humano, às vezes, mas também como matéria da qual é feito, na criação. Assim, quando Jesus cospe no chão e faz barro, que é a união simbólica da água e da terra, para passar nos olhos no cego e curá-lo, temos um exemplo do alcance sutil da simbologia bíblica. Se você usar esta chave de leitura, ou seja, seguir esta maneira de raciocinar que propusemos com o exemplo da água e da terra, desvendará muitos elementos interessantes na exploração desse texto sagrado! Outros significados: a mulher, como símbolo de fraqueza, em Gêneses, e de fortaleza, em Apocalipse, e símbolo da Igreja; a serpente e o dragão, como símbolos do mal; o período de quarenta dias, como preparação para algo importante; o casamento, como símbolo da união entre Deus e seu povo; o pão, a farinha e o óleo, e também o Maná, como símbolo da providência divina; os sacrifícios e o sangue como marca de pertença a Deus; a nuvem, e a montanha como símbolo de lugar sagrado; o abismo como símbolo da perdição eterna. 

sábado, 14 de setembro de 2024

NOVENA A NOSSA SENHORA DAS DORES.


- Pelo Sinal da Santa Cruz...
- Em nome do Pai do Filho...

Oração Inicial
Oh, Virgem! A mais dolorosa do mundo depois de teu Filho, cujas dores estiveste perpetuamente associada, rogo-vos que me alcances fortaleza para sofrer por meus pecados, como vós sofrestes pelos nossos, a fim de que, crucificado minhas paixões e concupiscências na cruz de Cristo, levando-a pelo caminho de minha vida, caminhando em direção ao Senhor e perseverando constantemente ao vosso lado, Mãe minha, ao pé da cruz de vosso Filho, viva sempre e morra contigo, redimido e santificado pelo Sangue preciosíssimo de nosso Redentor. Também vos peço, por vossas dores, que ouças meu pedido nesta Novena e, se convém, concedas-me o que vos peço.
(Fazer os pedido)

Oh, Vigem dolorosa! Concedei-me que, assim como vós, por vossas dores recebes grande glória no céu e triunfas ali como rainha gloriosa dos mártires, assim eu também, depois de uma vida mortificada com Cristo, mereça viver eternamente na glória com Cristo. Concedei-me, Oh, rainha dos mártires, viver na cruz com paciência, morrer na cruz com esperança e reinar pela sua casa. 

- 3 Ave-Marias
- Pai Nosso que estás nos céus...
- Glória ao Pai ao Filho...

Rogai por nós, Virgem dolorosíssima, que estivesse constantemente junto à cruz de Jesus Cristo. Nossa Senhora da Boa Morte, rogai por nós!

OREMOS:
Rogamos-Te, Senhor nosso Jesus Cristo, que interceda ante Tua clemência à bem-aventurada Virgem Maria, tua Mãe, cuja alma foi atravessada pela espada de dor na hora de Tua Paixão. Pedimos por ti, Oh! Jesus Cristo, Salvador do mundo, que vives e reinas com o Pai e o Espírito Santo pelos séculos dos séculos. Amém.

Oração final.
Lembrai-vos, Virgem Mãe de Deus, quando estiverdes na presença do Senhor, de falar em favor nosso e apartar sua indignação de nós. Oh, Santíssima Mãe, faz-me esta graça: fixai, em meu coração, com eficácia, as chagas de Jesus crucificado. Fazei que de Cristo e mim leve a morte, que participe de Sua Paixão e sorte e medite em Suas chagas. Para que não arda nos eternos fogos, defendei-me Vós, Oh, Virgem, com teus rogos, no dia do juízo. E Vós, Oh! Cristo, ao sair eu desta vida, por vossa Mãe querida, fazei que cheguei à palma de vitória. Quando meu corpo mora, tens que minha alma adquira do paraíso a glória. Amém.

SETEMBRO MÊS DA BÍBLIA

SIGNIFICADO E SIMBOLISMO DA BÍBLIA CATÓLICA.
Bíblia Sagrada, um livro cheio de simbolismo
Existem várias maneiras de pensar o simbolismo da Bíblia Sagrada, que vamos resumir em duas, neste artigo: a Bíblia é considerada símbolo da comunicação divina com o humano, artigo de estudos e até mesmo um símbolo da verdade - aqui lembramos o costume de jurar sobre a Bíblia Sagrada, imortalizado pelas práticas do Direito: talvez isso se deva pelo fato de ela, a Bíblia, conter a narrativa da transmissão da lei divina a Moisés, no monte Sinai, dentre outras passagens que poderiam se adicionada a esta, tão conhecida. E quando pensamos na simbologia que podemos encontrar dentro da Bíblia Sagrada, os horizontes se expandem ainda mais, pois suas narrativas fazem chegar até nós elementos de diferentes culturas, com acento nas culturas judaica e cristã, em seus primórdios. Podemos perceber elementos históricos, políticos, geográficos, além de mentalidade de povos diferentes, costumes, etc. E não podemos deixar de falar dos livros poéticos, como o Cântico dos Cânticos, o livro de Tobias ou os Salmos, que são histórias de amor, e poesia de mais elevada, pérolas da literatura mundial. Sem contar que esse tom poético perpassa toda a trajetória dessas escrituras. E há, ainda, os livros proféticos, que de maneira bastante particular, se utilizam de simbolismo presentes em diversos universos culturais e, não poucas vezes, extrapolam a própria simbologia da época. Um exemplo disso é o Apocalipse de São João, considerado por muitos como o livro mais enigmático que já foi escrito.

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

SÉRIE: HISTÓRIA DOS PAPAS

SÃO SISTO (XISTO) I
7° PAPA DA IGREJA

Pontificado 115 - 125 (10 anos)
Festa Litúrgica 6 de abril

Patrício romano, o pai de Sisto, descendente da nobre família Elpidia, chamava-se Pastor. Como papa, Sisto I emitiu três decretos importantes: somente aqueles admitidos às Ordens Sacras poderiam tocar o cálice sagrado e a patena (decreto cumprido até a década de 1960); bispos que tinham sido convocados para encontrar o papa não seriam recebidos de volta pela sua diocese sem autorização papal; e após o Prefácio da Missa, a oração dos Sanctus seria recitada em conjunto pelo sacerdote e pele assembleia. Ele também foi martirizado, e sua festa é celebrada em 6 de abril do calendário romano, todavia a cidade romana comemora a festa do traslado de suas relíquias em 11 de janeiro.

Sepultado perto dos outros papas na Colina do Vaticano, o corpo de São Sisto I permaneceu nela até 1132. Nesse ano, o papa reinante permitiu seu traslado de Roma a Alife, uma cidadezinha na província de Caserta que estava sendo assolada por uma terrível peste; os habitantes locais acreditavam que as relíquias de Sisto realizariam um milagre contra a peste.

Perto de Alatri, uma mula que transportava o relicário parou e se recusou a continuar. O bispo de Alatri interveio e ordenou que o animal teimoso fosse levado até sua catedral, onde ele parou. Então se decidiu que um dedo do santo seria levado a Alife e que o restante do corpo permaneceria em Alatri. Escondidas durante a invasão dos sarracenos, as relóquias estiveram perdidas por quatro séculos até a quarta-feira após a Páscoa de 1584, quando foram descobertas pelo bispo Donato. Por isso, São Sisto passou a ser o padroeiro da cidade. Desde então, em 11 de janeiro é realizado o grande festival de Alatri, com Missa Solene e procissão. 

SETEMBRO MÊS DA BÍBLIA.

SIGNIFICADO E SIMBOLISMO DA BÍBLIA CATÓLICA.
Bíblia Sagrada, um livro cheio de significado
Dizer 'um livro cheio de significado' é bem diferente de dizer 'um livro cheio de significados': no singular, o termo nos chega aos olhos de maneira mais universal, abrangendo todos os possíveis significados que o termo no plural possa apresentar. A Bíblia Sagrada, certamente, é digna de receber este elogio, esta afirmação de que é um 'livro cheio de significado'. Além de ser o livro mais impresso, estima-se que ela foi traduzida para três mil idiomas, aproximadamente, e que foram vendidos 3,9 bilhões de exemplares, para mais. É uma das compilações de textos sagrados mais estudada no mundo, objeto de inúmeras controvérsias, conversas e usos.

QUINTA APARIÇÃO DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA.

13 de setembro de de 1917


Na quinta aparição recomendou que continuassem a rezar o terço para o vim da guerra, disse que Deus estava contente com os sacrifícios dos pastorinhos e reafirmou que faria um milagre em outubro.

Ao longo das sucessivas aparições de Nossa Senhora na Cova da Iria, aumentava  número dos que nelas acreditavam. No dia 13 de setembro verificou-se um extraordinário número de peregrinos presentes no local. Muitos já se haviam posto a caminho desde o dia anterior e formavam uma multidão cheia de respeito, calculada entre quinze e vinte mil pessoas, ou talvez mais.

Assim narra a Irmã Lúcia.
"Ao aproximar-se a hora, lá fui, com a Jacinta e o Francisco, entre numerosos pessoas que a custo nos deixavam andar. As estradas estavam apinhadas de gente. Todos nos queriam ver a falar. Ali não havia respeito humano. Numerosas pessoas, e até senhoras e cavalheiros, conseguindo romper por entre a multidão que à nossa volta se apinhava, vinham prostrar-se, de joelhos, diante de nós, pedindo, que apresentássemos a Nossa Senhora as suas necessidades". 

Tão logo chegaram à Cova da Iria, junto da carrasqueira começaram a rezar o Terço com o povo.

"Pouco depois, vimos o reflexo da luz a seguir Nossa Senhora sobre a azinheira.
- Continuem a rezar o Terço, para alcançarem o fim da guerra. Em outubro virá também Nosso Senhor, Nossa Senhora das Dores e do Carmo, São José com o Menino Jesus, para abençoarem o mundo. Deus está contente com os vossos sacrifícios, mas não quer que durmais com a corda; trazei-a só durante o dia".

As crianças tinham passado a usar com cilício um pedaço de corda grossa, que não tiravam nem para dormir. Isto lhes impedia muitas vezes o sono e passavam noites inteiras em claro. Daí o elogio e a recomendação de Nossa Senhora.

Irmã Lúcia continua a narrar seu diálogo com a Virgem Santíssima.
- Têm-me pedido para Lhe pedir muitas coisas: a cura de alguns doentes, de um surdo-mudo.
- Sim, alguns curarei; outros não. Em outubro farei o milagre, para que todos acreditem.
"E começando a elevar-se, desapareceu como de costume".

Ainda que breve, a aparição de Nossa Senhora deixou os pequenos videntes felicíssimos, consolados e fortalecidos em sua fé. Francisco, de modo especial, sentia-se transportado de alegria com a pespectiva "de que, no próximo mês, veriam Nosso Senhor", como lhe prometera a Rainha do Céu e da terra.

- Fato ocorrido a 107.

NOVENA A NOSSA SENHORA DAS DORES


- Pelo Sinal da Santa Cruz...
- Em nome do Pai do Filho...

Oração Inicial
Oh, Virgem! A mais dolorosa do mundo depois de teu Filho, cujas dores estiveste perpetuamente associada, rogo-vos que me alcances fortaleza para sofrer por meus pecados, como vós sofrestes pelos nossos, a fim de que, crucificado minhas paixões e concupiscências na cruz de Cristo, levando-a pelo caminho de minha vida, caminhando em direção ao Senhor e perseverando constantemente ao vosso lado, Mãe minha, ao pé da cruz de vosso Filho, viva sempre e morra contigo, redimido e santificado pelo Sangue preciosíssimo de nosso Redentor. Também vos peço, por vossas dores, que ouças meu pedido nesta Novena e, se convém, concedas-me o que vos peço.
(Fazer os pedido)

Oh, Vigem dolorosa! Pela dor acompanhaste vosso Filho à sepultura e ali O deixaste sepultado, concedei-me que eu morra com os auxílios da religião e seja sepultado entre os fiéis cristãos com Cristo: para que, no dia do juízo, mereça ressuscitar com os verdadeiros cristãos e ser levado à direita do pai.  

- 3 Ave-Marias
- Pai Nosso que estás nos céus...
- Glória ao Pai ao Filho...

Rogai por nós, Virgem dolorosíssima, que estivesse constantemente junto à cruz de Jesus Cristo. Nossa Senhora da Boa Morte, rogai por nós!

OREMOS:
Rogamos-Te, Senhor nosso Jesus Cristo, que interceda ante Tua clemência à bem-aventurada Virgem Maria, tua Mãe, cuja alma foi atravessada pela espada de dor na hora de Tua Paixão. Pedimos por ti, Oh! Jesus Cristo, Salvador do mundo, que vives e reinas com o Pai e o Espírito Santo pelos séculos dos séculos. Amém.

Oração final.
Lembrai-vos, Virgem Mãe de Deus, quando estiverdes na presença do Senhor, de falar em favor nosso e apartar sua indignação de nós. Oh, Santíssima Mãe, faz-me esta graça: fixai, em meu coração, com eficácia, as chagas de Jesus crucificado. Fazei que de Cristo e mim leve a morte, que participe de Sua Paixão e sorte e medite em Suas chagas. Para que não arda nos eternos fogos, defendei-me Vós, Oh, Virgem, com teus rogos, no dia do juízo. E Vós, Oh! Cristo, ao sair eu desta vida, por vossa Mãe querida, fazei que cheguei à palma de vitória. Quando meu corpo mora, tens que minha alma adquira do paraíso a glória. Amém.

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

SÉRIE SANTOS CASADOS

(A santidade no matrimônio ao longo dos séculos)

NOSSA SENHORA E SÃO JOSÉ

Em uma série dedicada aos santos e beatos que viveram o matrimônio, não podemos deixar de mencionar o mais consagrado casal entre os casais; pelo contrário, o caráter, sentido e propósito singulares que sua vida conjugal adquire no plano divino da salvação merecem ser colocados em primeiro lugar.

Entre as opiniões correntes acerca do matrimônio de Maria e José, algumas das quais se consideram católicas, é possível encontras duas vertentes opostas. Existem os que têm fortes ressalvas em admitir que havia um matrimônio real, verdadeiro, incontestável e indissolúvel entre Maria e José. Outros, não raro, sustentam - às custas da perpétua virgindade de Maria, um dogma já atestado pelas mais antigas profissões de fé - que São José usufruiu de sua união com a Virgem inclusive em relação ao sexo, e que o seu "primogênito", o Filho de Deus encarnado, Jesus Cristo, foi concebido e nasceu de maneira totalmente natural, e que, além disso, depois vieram outros filhos e filhas, resultado das relações sexuais a que teriam dado prosseguimento - os "irmãos e irmãs de Jesus" mencionados nas Sagradas Escrituras.

Em primeiro lugar, é impossível negar a verdade de que entre Maria e José houve de fato um matrimônio, não só metafórica ou figurativamente, mas em seu sentido completo e verdadeiro. O noivado de ambos foi concluído em seu casamento, quando São José levou Maria à sua casa, seguindo a instrução do anjo: "José, filho de Davi, não temas receber em tau casa Maria, tua esposa" (Mt 1,20).

De fato, não há dúvida sobre a existência de um verdadeiro matrimônio entre Maria e José: José não se comprometeu com Maria no sentido de ser meramente seu "noivo", no sentido atual da palavra, mas foi, sim, no sentido completo e legítimo do termo, seu marido e esposo, da mesma maneira que Maria foi também mulher e esposa de José. As Sagradas Escrituras utilizam o título correspondente, quando em Mateus 1,16, por exemplo, diz-se: "E Jacó gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado o Cristo". Em Lucas 2,4-5, no registro da jornada do casal santo a Belém para o recenseamento, diz-se: "E José foi também da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judeia, à cidade de Davi, que se chamava Belém, porque era da casa e família de Davi, para se recensear juntamente com Maria, sua esposa (desponsata sibi, segundo a tradução da Vulgata), que estava grávida". 

Além disso há o fato claramente atestado nos Evangelhos de que Maria e José realmente viveram juntos, dividiram um lar, e eram considerados entre seus parentes e conhecidos como vivendo uma relação conjugal. Como os israelitas daquela época possuíam conceitos rigorosos de moralidade e decência na vida conjugal e familiar, adultos que não fossem do mesmo sexo ou que não fizessem parte da mesma família não podiam viver sob o mesmo teto, e menos que fossem unidos em matrimônio como marido e mulher.

Nas escrituras consta explicitamente que São José recebeu Maria em sua casa, que cumpriu seus deveres de esposo com fé e responsabilidade, e que Maria, reciprocamente, cumpriu seus deveres de esposa para com José. Eles fizeram juntos o caminho até Jerusalém, para as festas religiosas, foram juntos ao Egito, fugindo da perseguição de Herodes e, por fim, viveram juntos em Nazaré.

De acordo com tudo que relata nas Sagradas Escrituras, não há dúvidas, portanto, de que Maria e José uniram-se em um matrimônio totalmente legítimo. Antigamente, era um belo costume da liturgia totalmente. Antigamente, era um belo costume da liturgia da Igreja celebrar o casamento da Virgem Maria na data de 23 de janeiro. Depois de 1914, a celebração deixou de ser obrigatória devido à reforma do calendário litúrgico pelo Santo Papa Pio X, mas seguiu como uma festa particular de diversas igrejas locais até ser totalmente abolida, na reforma de 1969. Isso não nos impede de recordar o mistério comemorado nessa antiga festa, tampouco altera o fato bíblico, de que Maria, a Santíssima Virgem e Mãe de Deus, não era simplesmente comprometida com São José, mas casada com ele.

É claro que Maria prometeu a Deus ou chegou a fazer votos de virgindade perpétua - podemos aceitar que essa tenha sido um inspiração especial do Espírito Santo. Para o povo de Israel, na época, uma menina saudável atingir a maturidade sexual e permanecer solteira era impossível e impensável. Então, era certamente parte do plano divino que Maria fosse desposada, a despeito de sua promessa a Deus ou de seu voto de castidade. O carpinteiro José da casa e da linhagem de Davi, era o companheiro que a Divina Providência destinara e prepara para Maria, dotando-o da nobreza e integridade de caráter necessárias para que naquele matrimônio o esposo respeitasse a virgindade da esposa.

Assim como em qualquer casamento, o de Maria e José tinha como propósito a mais íntima união de duas pessoas entre si. Nesse caso, contudo, ambos concordaram em renunciar às relações sexuais.

No casamento, o uso legítimo e natural das capacidades sexuais recebidas de Deus, para deleite mútuo dos cônjuges e para a propagação da vida, é também parte do plano divino.
Contudo, esse uso se trata necessariamente de uma obrigação; pode-se efetivamente renunciar a ele quando se deseja fortalecer ainda mais a união espiritual do casal. De fato, deve-se renunciar a esse direito quando houver o comando divino para tal ou quando o Reino dos Céus estiver em jogo. A abstinência temporária ou permanente de relações sexuais no casamento, como foi o caso de Maria e José, demonstra que a satisfação de desejos carnais e sexuais não é absolutamente necessária para a verdadeira felicidade conjugal. O contentamento espiritual do casamento vivido dessa maneira pode torná-la mais belo e prazeroso como recompensa.

Chegamos, então, à qualidade singular que eleva o matrimônio de Maria e José acima de todos os outros, por mais íntimo e terno que seja o amor de ambos os cônjuges: tratava-se de um matrimônio virginal, ou seja, as duas partes desse casamento em total liberdade e de plena consciência, renunciaram para sempre ao exercício do direito às relações sexuais entre si.

A prova disso está bem clara nas Sagradas Escrituras: No Evangelho, na passagem da Anunciação (Lc. 1, 26-38), lê-se Maria declarando solenemente ao anjo Gabriel: "eu não conheço varão", Como resposta à mensagem mais importante e honrosa já enviada dos céus a um ser humano - a de que ela, Maria, se tornaria a mãe do Messias, o Filho de Deus - disse: "Como se fará isso, pois eu não conheço varão?" (Lc 1,34). Maria, sábia e humilde virgem, de maneira alguma quis com essas palavras esquivar-se da missão que Deus lhe atribuíra. No entanto, ela não compreendia como a declaração do anho, de que iria conceber e dar à luz uma criança, poderia ser cumprida! Ela pediu explicação ao mensageiro dos céus. "Como se fará isso, pois eu não conheço varão?". Não se aplicaria o ditado "Porque a boca fala do que o coração está cheio" (Mt 12,34) à resposta de Maria? Seu coração estava repleto do desejo e da determinação de permanecer completa e absolutamente consagrada a Deus em perpétua virgindade. Até então ela a preservara sem máculas tanto no sentido físico quando no espiritual; e estava determinada a continuar preservando esse tesouro precioso. 
Além disso, estava convencida de que a decisão de prometer sua virgindade fora aprovada e abençoada por Deus; caso contrário a pergunta de Maria não faria nenhum sentido. Sua decisão de permanecer eternamente virgem era algo que ela já havia firmado, e nenhuma oferta, não importa quão honrosa ou de que origem fosse, poderia fazê-la mudar de ideia.

Diante de tal postura da parte de Maria, podemos razoavelmente concluir que ela consentiu o noivado com José apenas sob a condição de que sua virgindade fosse preservada durante o matrimônio.

Se José concordou com essa condição, podemos com isso tirar algumas conclusões acerca de suas perspectivas espirituais e valores morais. Se ele concordou com o noivado e o casamento com Maria diante de condições tão incomum, como mencionada anteriormente, então ele - que naquele momento não tinha a menor ideia do grande acontecimento salvífico que estava por vir, a encarnação do Filho de Deus no seio de sua noiva - deve ter considerado Maria uma pessoa de estremo valor, como de fato o era, com a coroa de sua virgindade intacta, e quis unir-se para sempre a ela, a despeito disso, ou exatamente por essa mesa razão. Mas se esse homem tinha a virgindade de Maria em tão alta conta, ele próprio era uma pessoa inteiramente justa, nobre e casta que, com o coração alegre, quis renunciar aos prazeres do sexo no casamento e às bênçãos dos filhos para ser capaz de proteger um bem ainda mais precioso; a pureza e a virgindade de sua esposa.

Nesse sentido, nossa atenção volta-se para o fato de que Maria e José entraram em seu pacto de noivado e matrimônio apenas ao prometerem um ao outro a virgindade perpétua, ou seja, após concordarem mutuamente em absterem-se para sempre das relações conjugais, já que, sem o consentimento de São José à virgindade de Maria, tão agradável que era a Deus, tal decisão da parte dela teria anulado o contrato de casamento logo no início.

É preciso ter em mente que o laço matrimonial entre Maria e José foi estabelecido por ambas as partes com total liberdade e consciência, como uma aliança virginal, a fim de que possamos apreciar adequadamente a grande referência que São José tinha por sua imaculada noiva - e isso, vale lembrar, antes que tivesse qualquer ideia de que Maria havia sido escolhida e chamada por Deus.

O fato de que São José comprometeu-se a estabelecer um acordo de matrimônio virginal com Maria merece ainda mais reflexão. Até então, o mundo não havia testemunhado um tal acontecimento, e sequer o considerava possível. A própria Antiga Aliança nunca havia visto um acordo como aquele. Mesmo na Nova Aliança, como veremos, as imitações desse acordo de matrimônio virginal são extremamente raras. É certo que de tempos em tempos, na história da Igreja, existiram generosamente indivíduos que, com os olhos voltados a Cristo e por amor ao Reino dos Céus, consagraram entusiasticamente sua virgindade a Deus com uma fidelidade imperturbável, especialmente no contexto sacerdotal e monástico. Porém, tais nobres almas, que mantiveram a promessa de observar a virgindade  perpétua e fiel durante toda a vida, renunciaram inteiramente ao casamento e viveram como solteiras e celibatárias, em vez de casaram-se e renunciarem a seus direitos conjugais. Homens e mulheres que optaram deliberadamente por viver a vida celibatária, seguindo o exemplo de Maria e José, e que de fato viveram dessa maneira, são - como iremos observar - a exceção, mesmo entre beatos e santos. Aqui surge frequentemente a pergunta: não faria mais sentido, então, e não seria mais propício à perfeição, a Maria e a José, que renunciassem totalmente ao matrimônio ao invés de optar por um matrimônio celibatário? Jesus Cristo e seu Apóstolo Paulo não tinham em alta conta o estado celibatário e a vida de castidade? E não é essa, precisamente, a razão por que a Igreja exige que seus padres não se casem e vivam o celibato? E o Concílio de Trento não emitiu uma doutrina a respeito da superioridade do estado virginal sobre o matrimonial, nas seguintes palavras: "Se alguém disser que o estado de Matrimônio deve ser preferido ao estado de virgindade ou de celibato, e que não é melhor nem mais feliz manter-se em virgindade ou celibato que casar-se, seja anátema"?

Para que se compreenda corretamente o matrimônio de Maria e José, é preciso levar em conta as circunstâncias da época e os planos da Divina Providência.

Uma série de razões, listadas desde cedo por grandes Padres da Igreja, como Santo Ambrósio e Santo Agostinho, deve ter feito o contrato de casamento parecer aconselhável, e mesmo necessário, a Maria e José, apesar de sua decisão de manter a castidade perpétua:

1. Em primeiro lugar, naquela época, entre o povo israelita, a visão predominante era de um adulto, uma pessoa sexualmente madura, não podia renunciar ao casamento. É claro que não havia uma lei exigindo um matrimônio, mas essa atitude era vista como uma ofensa à tradição e ao decoro público.

Havia outra importante razão religiosa para isso: naquela época, entre os israelitas, todos os olhos estavam voltados à promessa do Messias que viria. Nos filhos ou netos, bisnetos e tataranetos, os fiéis israelitas acreditavam fortemente que poderiam ter sua participação na bênção messiânica. A bênção dos filhos era vista como o cumprimento da promessa de Deus a Abraão; por outro lado, a falta deles era considerada uma terrível desgraça, às vezes até mesmo um castigo divino. Por isso é compreensível que durante todo o Antigo Testamento não tenha sido nomeada nenhuma virgem sobre quem se poderia dizer com certeza que renunciara deliberada e voluntariamente ao matrimônio.

2. É preciso entender também que, segundo a visão israelita da época, o estado matrimonial era mais valorizado que o celibato. Hoje em dia, vemos situação semelhante em uma sociedade superficialmente cristã, em que quase não restaram vestígios da antiga valorização da virgindade. De qualquer maneira, era mais conveniente a Maria, por um série de motivos, esconder sua decisão de permanecer virgem sob o manto do casamento. O mesmo pode dizer de São José. Ele também era, em certa medida, impedido pelas circunstâncias a casar-se a despeito de sua decisão de manter o celibato. Quem determinou as circunstâncias da época dessa maneira, em última instância, foi Deus, em sua onisciente Providência. Em sua Suam Teológica, Santo Tomás de Aquino explica a sabedoria da Providência divina em fazer com que dois virgens, Maria e José, se unissem em matrimônio - num matrimônio virginal para ser exato:

a. Se o nascimento do Filho de Deus encarnado, aos olhos do mundo - que naquela época considerava totalmente impossível uma concepção e um nascimento virginais - não fosse protegido por um pai legítimo, o Salvador seria exposto à calúnia de ser considerado bastardo ou filho ilegítimo, e sua mãe, a qual era abençoada e virgem, seria considerada uma simples mãe solteira. Era necessário que Cristo e Sua Mãe pudessem aparecer em público honrosamente e sem reprovação. Isso só seria possível se Jesus, a despeito de sua concepção virginal, nascesse de uma união legítima.

b. Além disso, o Messias prometido deveria vir da linhagem do Rei Davi. Sem a união conjugal de José (descendente de Davi) com Maria, Jesus Cristo Jamais teria sido assumido legitimamente como "Filho de Davi", ainda que a própria Maria fizesse parte da mesma linhagem.

c. Por fim, é fácil perceber por que era muito mais vantajoso para Maria que o Divino Filho, virginalmente concebido, nascesse de um matrimônio, já que dessa forma ela - especialmente durante a infância e adolescência do Deus-Homem - teria José a seu lado para ajudá-la e protegê-la de quaisquer apuros e perigos.

Há diversas outras razões pelas quais convinha a Maria desposar José. Se alguma vez o ditado "Estava escrito nas estrelas" foi verdadeiro, certamente o foi no caso do laço sagrado entre Maria e José: desde a eternidade o Deus trino predestinou Maria para ser a Mãe do Redentor, e preparou também primorosamente tudo o que poderia servir a esse propósito.

Assim, se o grande mistério da Encarnação do Filho de Deus seria cumprido sob o véu do matrimônio, era necessário providenciar à futura Mãe de Deus um esposo digno. "Façamos um auxiliar que lhe corresponda" (cf. Gn 2,18) - talvez assim se tenha pronunciado o Deus trino, como o fizera na criação do primeiro homem. Na medida do possível, o noivo e esposo escolhido para a mais virtuosa noiva deveria ser de origem igualmente nobre, especialmente quando às disposições do coração. Quando consideramos tudo isso como parte do plano providencial divino, começamos a compreender que São José, ao dar a mão a Maria em um matrimônio casto, superou imensamente não apenas os seus contemporâneos, mas os homens de todas as épocas, na abundância de suas virtudes. Também podemos ver como essas duas almas virginais encontraram-se e compreenderam-se tão bem uma à outra que ofereceram mutualmente o inestimável tesouro da virgindade. Ao oferecer a Maria sua mão e seu coração em um matrimônio virginal, assim como ao confiar-lhe sua própria virgindade como um precioso dote de noivado, José deu a Virgem algo muito mais valioso que a daria o pobre descendente da linhagem real de Davi se trouxesse consigo um reino, em vez de um modesto lar e uma carpintaria. Da mesma maneira, quando Maria o escolheu para ser o eterno protetor, o legítimo mestre e detentor de sua imaculada pureza e virgindade, conferiu a São José um tesouro sem igual em toda a Terra. 

HOLBÖCK, Ferdinand. Santos Casados: A santidade no matrimônio ao longo dos séculos. P. 3 RS: Minha Biblioteca Católica 2020.